Exposição fotográfica sobre Dom Paulo é inaugurada na Basílica Menor de Sant’Ana

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Em 40 imagens, são retratados o pastoreio e a atuação de Cardeal Arns na cidade de São Paulo, desde sua chegada em 1966, como Bispo Auxiliar na Arquidiocese
Publicado em: 29/10/2021 - 12:00
Créditos: Redação

“De Esperança em Esperança – Itinerário e Eclesiologia no Pastoreio de Dom Paulo Evaristo Arns” é o nome da exposição inaugurada na manhã da quinta-feira, 28, na Basílica Menor de Sant’Ana, na zona Norte, em homenagem ao Cardeal Arns (1921-2016), Arcebispo de São Paulo entre 1970 e 1998.

A exposição foi solenemente aberta com um momento memorial de Dom Paulo, no qual foram acessas pequenas velas dispostas em um galhos que unidos formam uma árvore, representando o centenário de Dom Paulo e seu testemunho de coragem e esperança. No alto da árvore, no presbitério, há um Bíblia aberta e uma vela maior, indicando que Palavra de Deus iluminou o Cardeal Arns ao longo de toda a sua vida.

Participaram da cerimônia o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano; Dom Jorge Pierozan, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana;  o Padre José Roberto Abreu de Mattos, Pároco e Reitor da Basílica Menor de Sant’Ana, que é um dos curadores da exposição, assim como o professor Padre José Ulisses Leva, historiador da Igreja, ambos professores na PUC-SP.

Na Paróquia Sant’Ana, onde Dom Paulo viveu entre 1966 e 1970, quando foi Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Norte, a vida e o pastoreio do “Cardeal da Esperança” estão retratados em 40 fotos, dispostas em 20 totens nos corredores laterais, com descrições sobre as imagens e palavras ditas por ele em diferentes ocasiões.

Há imagens de Dom Paulo da época de frade franciscano, de suas ações como Bispo Auxiliar da Arquidiocese, da posse como Arcebispo de São Paulo em 1970, do recebimento do cardinalato em 1973, de diferentes iniciativas pastorais, como a Operação Periferia e as iniciativas para a Pastoral de Conjunto, diferentes ações ao com os leigos e o clero da Arquidiocese, o acompanhamento da visita apostólica de São João Paulo II à capital paulista em 1980, além de imagens com seus bispos auxiliares, padres que ordenou e sua atuação em favor da democracia no País, como no ato inter-religioso de 1975, em repúdio ao assassinato do jornalista Vladimir Herzog, e a missa em sufrágio da alma do operário Santo Dias de Silva, morto em 1979.

Foram catalogadas mais de cem imagens, entre arquivos da própria paróquia e da Cúria Metropolitana de São Paulo, do Núcleo de Memória do Colégio Santo Américo e dos fotógrafos Douglas Mansur e Luciney Martins, que fotografaram as ações oficiais de Dom Paulo como Arcebispo e também como emérito.

 “As fotos retratam todo o itinerário dele na cidade de São Paulo, atuação com os movimentos de rua, os direitos humanos, fotos com os seus bispos auxiliares, com personalidades com quem conviveu”, destacou Padre José Roberto ao O SÃO PAULO.

Na cerimônia, o Padre lembrou ainda que foi na Igreja de Sant’Ana que Dom Paulo tomou posse como Bispo Auxiliar em 1966, celebrou o jubileu de seus 25 anos de sacerdócio e os 80 anos de vida.

“Aqui na Região Santana também vimos Dom Paulo defender corajosamente a dignidade humana, ir às periferias, visitar presídios, traçar um caminho de esperança”, comentou Padre José Roberto.

Padre Ulisses Leva disse que a exposição foi pensada para retratar a eclesiologia de Dom Paulo para a Arquidiocese de São Paulo e para mostrar a ação do Cardeal Arns como Arcebispo de São Paulo conforme as demandas que do momento histórico em que ele viveu.

Recordar a pessoa de Dom Paulo

Ao falar na abertura solene, Dom Odilo recordou que o grande propósito da exposição é o de recordar a pessoa de Dom Paulo Evaristo Arns e não eventuais ideias ou releituras que se tenham sobre seus feitos.

O Arcebispo enalteceu ainda o fato da exposição mostrar a atuação de Dom Paulo como homem da Igreja, que esteve em paróquias, diferentes pontos da cidade, teve contato com os fiéis, algo que a ressalta – conforme apontou Dom Odilo – que a Igreja mais que as estruturas e os aspectos organizativos é composta por pessoas que testemunham a fé. 

“Essa exposição ajudará a recordar a vida e o serviço prestado por Dom Paulo, dando, portanto, o devido reconhecimento a ele, mas, sobretudo, àquilo que acaba ficando para a história como patrimônio, como bem da Igreja, que fica para a memória para as gerações que virão depois de nós”, afirmou o Arcebispo.

Secretária de Dom Paulo por mais de 40 anos e organizadora de seus arquivos pessoais, Maria Angela Borsoi enalteceu mais essa ação feita para recordar a vida e os feitos de Dom Paulo.

“Essa exposição ressalta a trajetória eclesial do grande pastor que ele foi. Tenho essa preocupação há muito tempo, pois com a projeção que se fez sobre ele pela postura diante da ditadura militar, Dom Paulo foi colocado como grande ativista e defensor dos direitos humanos, algo que de fato ele foi, mas muitos que não o conheceram de perto podem ter só essa impressão parcial. Agora, é possível ver Dom Paulo no todo: o grande pastor, profeta e sucessor dos apóstolos, um homem de Deus maravilhoso”, disse Maria Angela à reportagem.

A exposição acontecerá até setembro de 2022, mas durante este tempo não ficará apenas na Basílica Menor. Em alguns períodos será levada a outros locais e dioceses que aceitem recebê-la por período pré-determinados.

 

SERVIÇO
Exposição “De Esperança em Esperança – Itinerário e Eclesiologia no Pastoreio de Dom Paulo Evaristo Arns”
Local: Basílica Menor de Sant’Ana (Rua Voluntários da Pátria, 2060, São Paulo).
Horário: De segunda-feira a sábado, das 7h às 19h; domingo, das 8h às 19h. Há também a possibilidade de visitas guiadas, em grupos, mediante agendamento.
Informações: (11) 2979-5558 e (11) 2281-9085
 
FICHA TÉCNICA
Conselho de curadores: Padre José Roberto Abreu de Mattos, Padre José Ulisses Leva, Padre Sandro Ely Oliveira e Andrea Rodrigues dos Santos
Elaboração e pesquisa: Andrea Rodrigues dos Santos
Direção de Arte e Design: Padre Rodrigo Antonio da Silva
Mídias digitais e folder: Marcos Leonardo Delfino
Fotografias: Douglas Mansur, Luciney Martins, Cúria Metropolitana de São Paulo e Núcleo de Memória do Colégio Santo Américo
Apoio: Andorinha Hiper Center, Basílica Menor de Sant’Ana e Rancho Santa Teresa