Celebrando o Domingo de Cristo Rei, somos colocados diante da pergunta: para onde caminha a história deste mundo e nossa história pessoal? Afinal, quem é o senhor deste mundo e que dá um sentido às coisas e ao que buscamos e fazemos? E a resposta não é outra: Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. Ele é Senhor, e nossa vida está orientada para o grande encontro final com Ele, que é Rei e Senhor da história. A ele prestaremos contas da nossa vida, e ele tem a palavra final sobre o nosso destino eterno.
Com a festa de Cristo Rei, encerra-se o ano litúrgico e, com o Primeiro Domingo do Advento, se iniciará um novo ano litúrgico. Com o tempo que passa, nós é que passamos e vamos sendo orientados no nosso peregrinar para a meta da nossa existência. Como aproveitamos o tempo precioso que Deus nos concede? Deixamos marcas positivas atrás de nós, como sinais de nossa passagem por este mundo? O tempo é oportunidade e não retorna mais; nós vivemos apenas uma vez neste mundo.
A festa de Cristo Rei nos deve trazer alegria, por saber que temos uma meta e que o tempo que Deus nos concede para viver já nos coloca no caminho da eternidade. Sim, tudo o que fazemos nesta vida já tem um sentido de eternidade. Vale a pena esforçar-se para evitar o mal e realizar o bem todos os dias.
Hoje, no Brasil, também é celebrado o dia dos cristãos leigos e leigas. Eles são membros vivos da Igreja e participam de sua vida e missão. Podem fazer muito para a vida interna da própria Igreja, nos serviços de evangelização, liturgia e animação da caridade, de acordo com o dom que receberam. No entanto, a Igreja recomenda aos leigos e leigas que sua missão, enquanto discípulos de Cristo, é ser testemunhas do Evangelho e de seus valores no meio do mundo.
Os leigos são testemunhas de Cristo na família, na vida profissional e no trabalho, nas responsabilidades sociais e públicas, na promoção da cultura, da justiça e da vida política. Ali, eles podem atuar para que o mundo acolha sempre mais os valores do reino de Deus e de Cristo, e supere tudo o que é contrário a ele. O Papa Francisco recorda a todos os batizados e membros da Igreja que todos são chamados a participar da vida e missão da Igreja, cada qual conforme o seu próprio dom. Na Igreja, ninguém está dispensado de fazer a sua parte.
Celebraremos, no próximo ano, um Jubileu. A Igreja recorda os 2025 anos do nascimento de Jesus Cristo, nosso Salvador, e celebra com júbilo. O Papa Francisco escolheu o tema da esperança para este Jubileu: “Peregrinos de Esperança”. É um tema bonito e necessário para o nosso tempo, marcado por desorientação e desesperança. Os cristãos têm a missão de anunciar ao mundo a grande esperança de salvação e vida que nos vêm por meio de Jesus Cristo.
A abertura do Jubileu, para toda a Igreja, acontecerá no próximo dia 24 de dezembro, na Basílica de São Pedro. Em cada diocese, o Jubileu será aberto na catedral diocesana no dia 29 de dezembro, Domingo da Sagrada Família. É o que também faremos em São Paulo, na Catedral Metropolitana. Desde agora, rezemos intensamente pelos bons frutos do Jubileu. Somos todos peregrinos de esperança! E a esperança cristã não decepciona!
Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo
Publicado originalmente no folheto litúrgico Povo de Deus em São Paulo, na Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo, em 24/11/2024