No dia 21 de agosto, a Faculdade de Teologia marcou o início do semestre letivo com a homenagem à padroeira, Nossa Senhora da Assunção. Ao mesmo tempo, dava início às comemorações do 60º aniversário de fundação da faculdade. Em 1949, por decisão do cardeal Carlos Carmelo de Vasconcelos Motta, a faculdade nasceu dentro da PUC e permaneceu ao seu abrigo durante a primeira fase de sua existência. No início dos anos 70, por decisão do cardeal dom Agnelo Rossi, ela empreendeu o caminho da autonomia e da vida adulta. Agora, chegando aos 60 anos de vida, em 2009 ela se encontra novamente na PUC, consciente de poder contribuir com sua bagagem e seu patrimônio cultural para a proposta e a missão da nossa Pontifícia Universidade Católica. A faculdade não deveria ficar sem a universidade e, esta, não podia ficar sem a teologia. Madura senhora, esta tem muito a receber da PUC e mais ainda a contribuir para a vida universitária! No dia 22 de agosto, a PUC comemorou 63 anos de fundação.
Houve missa na capela da Universidade, a convite do magnífico reitor, e tive a alegria de presidi-la e de recordar as grandes motivações que levaram o cardeal Motta a criar a universidade e a pedir ao papa Pio 12 que a ornasse com a qualificação de “Pontifícia”. Foi logo depois da 2ª guerra mundial, em 1946: tempo confuso, de desorientação cultural, marcado pelo desastre e a dor causados pelos totalitarismos. Queria o Cardeal, amplamente apoiado por lideranças paulistanas, oferecer à juventude uma proposta formativa baseada nos valores cristãos, preparar profissionais e novos líderes para a sociedade, abrir horizontes de esperança e imprimir novo rumo à sociedade e à cultura. A PUC viveu intensamente sua história e tem um nome que a coloca entre as melhores Universidades não estatais do Brasil. Com 63 anos, a pessoa já estaria na “3ª idade”, mas para a PUC, esta idade é pouca.
Sem cansaço e sem ter perdido seu idealismo, ela tem muita experiência a compartilhar. No contexto atual de grande diversidade de propostas universitárias na cidade, a PUC é desafiada a mostrar sua própria proposta, haurida de sua identidade “católica”. Este será o diferencial e a sua contribuição para a formação cultural dos jovens e da cidade, sem renunciar em nada à excelência acadêmica, nem ceder minimamente à tentação de se fechar ao diálogo cultural com todas as demais propostas e correntes culturais. Ela tem a oferecer, no espectro das propostas acadêmicas, os horizontes de uma antropologia cristã, da economia, finança e política orientadas pelos princípios da Doutrina Social da Igreja; de uma filosofia, que dá voz aos grandes mestres do pensamento cristão; da medicina e da psicologia orientadas por princípios éticos respeitosos da dignidade da pessoa e da preciosidade da vida humana; do direito e das ciências sociais embasados nos fundamentos sólidos do Direito Natural e que tenham os direitos humanos como referência irrenunciável. E agora também, através da Faculdade de Teologia, a PUC tem uma visão teológica própria sobre Deus, o mundo e o ser humano a compartilhar com a cidade e a cultura.
A PUC-S está longe da aposentadoria e tem grandes missões a cumprir! Ainda no sábado, dia 22 de agosto, o Amparo Maternal comemorou 70 anos de fundação. A iniciativa foi do 2º Arcebispo de São Paulo, D. José Gaspar d’Afonseca, em 1939, quando São Paulo começava a se tornar uma metrópole industrial e atraía gente de todos os lados em busca de trabalho e de oportunidades de vida. Muitos ficavam sobrando, sem teto e sem trabalho; muitas mulheres pobres não tinham onde dar à luz com dignidade a seus filhos. O Amparo Maternal devia ser porta aberta e casa acolhedora para elas e seus filhos. E assim foi durante toda a sua existência, tanto que lá já viram a luz quase 700 mil crianças! E ainda continua a ser uma das Maternidades onde mais crianças nascem na cidade. Quase tudo, obra da Providência, que agregou e continua agregando muita solidariedade social e caridade cristã para com os pequeninos, preferidos de Jesus e do Pai do céu. Um grande número de voluntários felizes presta ali seu serviço à vida e à dignidade da pessoa! Velhinha de 70 anos, mas continua sempre jovem e mãe fecunda de muitos filhos! Benza Deus!
Publicado do Jornal O SÃO PAULO, ed. de 25/08/2009