Na assembléia de pastoral do dia 8 de novembro passado foi apresentado e aprovado o 10º Plano de Pastoral da Arquidiocese. Talvez alguém se pergunte: afinal, precisamos de um Plano de Pastoral? Não bastariam a Bíblia, o Catecismo e o Direito Canônico para orientar a vida da Igreja? Entendamos bem: um Plano de Pastoral não invalida nem deve contradizer essas referências fundamentais da vida da Igreja, nem as torna secundárias. Pelo contrário, um Plano serve para melhor traduzir na prática aquilo que está na Bíblia, no Catecismo e nas normas canônicas da Igreja.
Um Plano de Pastoral deve ajudar a situar melhor nossa atuação eclesial no contexto universal da Igreja; nossa Arquidiocese está unida a toda a Igreja e, através do Plano, procura traduzir aqui, concretamente, a missão de toda a Igreja. Por outro lado, o Plano de Pastoral ajuda a destacar e assumir prioridades pastorais locais e a dar unidade à ação evangelizadora e pastoral da Arquidiocese toda.
O novo Plano de Pastoral procura responder aos apelos de Deus que se manifestam através de diversas “vozes” da Igreja: das orientações da Conferência de Aparecida, que nos pede para sermos, de maneira renovada, uma Igreja discípula e missionária de Jesus Cristo e nos conclama à “ missão continental”; das Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil, aprovadas pela CNBB em abril deste ano; das orientações do Magistério da Igreja, especialmente dos Documentos Pontifícios mais recentes; e ainda, através do Ano Paulino, que celebramos, e do fato de termos o Apóstolo São Paulo como Patrono da Arquidiocese.
Na elaboração do novo Plano de Pastoral também procuramos estar especialmente atentos à situação religiosa e à realidade da Igreja em São Paulo; antes de tudo, para dar continuidade às grandes orientações dos Planos de Pastoral anteriores, que não estão superadas; ao fato da escassa evangelização dos batizados e do frágil senso de pertença eclesial de muitos católicos. Atenção especial é reservada ao fato de sermos uma Igreja inteiramente urbana, pois isso deve marcar de forma específica a presença eclesial e nossa ação pastoral; mas também ao contexto sócio-econômico e cultural de nossa cidade e da vida do povo. O novo Plano quer enfrentar os desafios postos por essas realidades à vida e à ação eclesial.
O 10º Plano de Pastoral, enfim, leva algumas questões de fundo, como preocupações que nos devem acompanhar na sua execução prática. Antes de tudo, o desejo de fidelidade à globalidade da missão que a Igreja recebeu de Jesus Cristo, sacerdote, profeta e pastor; o Plano deve ajudar-nos a manter a atenção voltada para os diversos âmbitos da ação evangelizadora e pastoral, para não descuidarmos nenhum deles. Por outro lado, o Plano traz a preocupação da “conversão pastoral”, necessária hoje, para sermos uma Igreja verdadeiramente discípula e missionária de Jesus Cristo na cidade grande. Por isso, no 10° Plano são privilegiados mais os “sujeitos eclesiais” do que os programas e estratégias de ação; os sujeitos eclesiais são pessoas e também as instituições e organizações, como a própria Arquidiocese, as Regiões Episcopais, as Paróquias com suas numerosas comunidades, grupos e organizações de vida eclesial; de fato, são esses que precisam realizar a conversão pastoral, para serem animados por um novo espírito e nova disposição, a partir de um encontro pessoal e profundo com Jesus Cristo; depois tomam sentido novo também os projetos e programas pastorais. De fato, a Igreja é, antes de tudo, formada de pessoas e de suas organizações
Enfim, o 10° Plano nos estimula a sermos uma Igreja em estado permanente de missão na realidade urbana de São Paulo, onde há grandes desafios e problemas, mas também oportunidades extraordinárias para a ação evangelizadora. Deus habita esta cidade e ama este povo! Somos enviados à metrópole de São Paulo e estamos nela para testemunhar isso, de muitas formas, com alegria e esperança.
Agora será preciso, pouco a pouco, colocar em prática o novo Plano em todas as realidades de nossa Arquidiocese e, para isso, ele será em breve colocado nas mãos de toda a comunidade arquidiocesana, especialmente dos pastores e guias das comunidades e dos agentes de Pastoral. Que São Paulo, nosso Patrono, interceda por nós e nos ajude!