No domingo, dia 28 de junho, fizemos o encerramento do Ano Paulino. Na Catedral da Sé lotada havia os bispos da Arquidiocese, muitos padres e diáconos, autoridades municipais e representantes do Estado de São Paulo, religiosos, consagrados, e muito povo representando paróquias, comunidades, pastorais, movimentos, comunidades de vida consagrada, grupos e organizações da nossa Igreja. Era a solenidade dos apóstolos Pedro e Paulo, discípulos e missionários do Senhor, mártires de Cristo.
Após a comunhão, acompanhamos o alegre e solene Te Deum laudamus (“a Ti, ó Deus, nós louvamos”) de J. Haydn, executado pelo Coral Baccarelli, e agradecemos à Santíssima Trindade todas as bênçãos e graças recebidas durante o Ano Paulino. Deus seja louvado por ter chamado Saulo a se tornar Paulo, o grande missionário do Evangelho de Cristo! Deus seja engrandecido por nos ter dado o Apóstolo como patrono, intercessor e companheiro de nossa Igreja, em São Paulo!
No final da Missa, fizemos um envio missionário da Igreja de nossa Arquidiocese para o meio desta cidade; aqui a Igreja já nasceu missionária e está na cidade desde a sua fundação, no século XVI. Mas agora queremos ser, de maneira nova, uma Igreja em missão permanente, junto com toda a Igreja do Brasil e da América Latina. A capelinha missionária, da “missão continental”, foi introduzida na Catedral, apresentada e abençoada; ficará, daqui por diante, na Sé de São Paulo, como sinal de que também nós estamos em missão. E assim, os leigos foram enviados em missão para seus espaços de vida e atuação no mundo e na Igreja; os religiosos e consagrados, para serem imagem visível do Evangelho do Reino de Deus no meio dos irmãos e na convivência social; os sacerdotes e bispos, como missionários de Cristo sacerdote e pastor, para servirem os irmãos “nas coisas que são de Deus” e para animarem as comunidades na missão.
Cada bispo auxiliar também recebeu, para sua Região episcopal, uma capelinha missionária, para animar na missão as Regiões Episcopais. E o Pe. Tarcísio Loro, pelo Secretariado de Pastoral, recebeu a capelinha para significar que toda a coordenação pastoral da Arquidiocese deverá estar voltada para a animação missionária. Os seminaristas receberam a cruz missionária e foram enviados para a “missão de férias”, a ser realizada durante os próximos dias em várias paróquias da nossa cidade.
Após a Missa, na Praça da Sé, deixamos um marco comemorativo do bimilenário de São Paulo: um belo monumento ao Apóstolo, que dá o nome à cidade e ao Estado, bem como à Arquidiocese. Já era hora que o Patrono da cidade tivesse um monumento num espaço público da cidade. A Arquidiocese fez produzir a estátua em bronze de quase 3,5 m. de altura, com o custo coberto por um patrocinador privado (Mapfre Seguros); com a presença do Prefeito municipal, Dr. Gilberto Kassab, do Vice-Governador, Dr. Alberto Goldman, o monumento foi inaugurado e, imediatamente, repassado pela Arquidiocese à cidade de São Paulo, como um presente à população paulistana.
Colocada perto do Marco Zero da cidade, a figura de São Paulo, interpelado pela voz que o questiona – “por que me persegues?”, e que responde, com olhar e perscrutador e perplexo – “que queres, Senhor, que eu faça?” – ajudará a lembrar aos paulistanos sua ligação com o Apóstolo; ao mesmo tempo, lembrará os princípios fundamentais que devem orientar a convivência da comunidade urbana: a fé em Deus, o respeito pela dignidade de cada ser humano, a paz, a justiça e a solidariedade social, a coragem e o trabalho honesto, a defesa da vida e a esperança. E todos os católicos e filhos da Igreja, como cidadãos e como missionários do Evangelho para a cidade de São Paulo, recebem novamente o encargo de ajudar a construir uma cidade melhor para todos.
Artigo publicado em O SÃO PAULO, Ed de 30.06.2009