Celebremos o centenário!

No próximo domingo, dia 8 de junho, celebraremos o centenário da arquidiocese de São Paulo, no estádio municipal do Pacaembu. Toda a comunidade eclesial da Arquidiocese está convidada a participar com uma especial representação de suas múltiplas organizações pastorais e instituições e grupos eclesiais. Será uma manifestação da riqueza de expressões de vida cristã, da diversidade e da unidade de nossa Igreja arquidiocesana. Ação de graças, compromisso e súplica deverão marcar a celebração do centenário.

Vamos agradecer a Deus pela história de nossa arquidiocese: pelos pastores que serviram, animaram e conduziram o povo na fé, esperança e caridade; pelos missionários que, desde o início da fundação de São Paulo, dedicaram sua vida ao anúncio do Evangelho à cidade; pela perseverança do povo na fé católica, pelas famílias cristãs, os muitos voluntários que se dedicaram às comunidades, atenderam os doentes e pobres e deram vida um sem-número de iniciativas culturais, de caridade, solidariedade social e promoção da dignidade humana. Queremos agradecer a Deus pela vida de tantas pessoas santas que viveram nesta cidade. Temos muitos motivos para louvar a Deus!

Nossa celebração também será uma ocasião para renovarmos o compromisso para com a missão da Igreja nesta metrópole paulistana. A arquidiocese de São Paulo deve testemunhar a “Boa Nova” da presença e da atuação de Deus junto do seu povo: “Deus habita esta cidade” (cf. Sl 47,9) e ama seus habitantes! Esta é também a missão de cada uma das instituições eclesiais e organizações pastorais, bem como de cada membro da nossa Igreja particular. Fazem parte desse testemunho a vivência da comunhão eclesial, a prática das virtudes, especialmente da fé, esperança e caridade, o respeito por toda pessoa e o empenho, com os demais habitantes da cidade, na edificação de uma sociedade justa e solidária.

Somos gratos pela fé e o testemunho de vida cristã a nós transmitidos por aqueles que nos precederam. Agora, esta “herança” da vida eclesial está em nossas mãos; de nós depende que a compartilhemos com os outros e que a geração que nos vai suceder nesta metrópole também se beneficie da graça e da bênção do Evangelho de Cristo. Grandes são os desafios que temos a enfrentar neste tempo e vão desde a transmissão da fé àqueles que não foram ainda evangelizados, o cultivo e a animação da vida eclesial nas famílias e comunidades da Igreja e a participação dos batizados na missão da Igreja.

Por outro lado, a cidade grande tem sua lógica própria, onde a nossa presença e atuação religiosa precisam encontrar seus interlocutores, seus espaços e momentos adequados. Somos chamados hoje a sermos uma Igreja verdadeiramente missionária nas condições da vida urbana e a encontrar as maneiras para ser uma Igreja “em estado permanente de missão”.

No dia 8 de junho também queremos renovar nosso compromisso de solidariedade e de presença samaritana para com todas as pessoas que sofrem e são excluídas do bem comum. Para marcar com um gesto concreto o centenário e como um sinal de nosso compromisso missionário para com os pobres, faremos em todas as celebrações do próximo domingo a coleta em favor da construção da igreja paroquial de Santa Paulina, na favela de Heliópolis, a maior de nossa cidade. Convido toda a Igreja da arquidiocese de São Paulo a realizar generosamente esse gesto.

Na celebração do centenário, com humildade e confiança, queremos colocar essas necessidades e esperanças da Igreja arquidiocesana nas mãos de Deus. Estamos convencidos de que não vamos sozinhos e contamos com a companhia do Senhor, que nos envia (“eu estarei sempre com vocês…”) e nos prometeu a assistência do Espírito Santo. E poderemos contar com a intercessão da Mãe da Igreja, aqui invocada como Nossa Senhora da Assunção, e dos santos padroeiros de nossas comunidades; os santos que viveram nesta cidade, como os beatos padres Anchieta e Mariano, Santa Paulina e Frei Galvão, nos estimulam a seguirmos o seu exemplo de discípulos e missionários de Jesus Cristo!

De maneira toda especial, o apóstolo São Paulo será, daqui por diante, o Patrono junto de Deus e intercessor pela nossa Arquidiocese; ele nos contagiará com seu exemplo de discípulo, que se deixou cativar por Jesus Cristo e se dedicou, com todo o ardor do seu coração, ao anúncio do Evangelho.