Dom Jorge Pierozan

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Arquidiocese São Paulo
Função: Bispo-auxiliar
Região Episcopal Santana
Função: Vigário Episcopal
Título: Bispo Titular de Arena
Atividade Eclesiástica: Arquidiocese de São Paulo

BIOGRAFIA

Nascimento: 10 de agosto de 1964 - Vanini - RS
Ordenação Presbiterial: 24 de maio de 1997, Paróquia São Brás, Vanini
Ordenação Episcopal: 28 de setembro de 2019 na Catedral Metropolitana de São Paulo por Dom Odilo Pedro Cardeal Scherer

Filho de Aristides Pierozan e Zenaide Lusa Pierozan, Padre Jorge nasceu em 10 de agosto de 1964, em Vanini (RS). Já foi circense e é sargento da reserva do Exército Brasileiro.

É bacharel em Filosofia pela Universidade de Caxias do Sul (RS) e licenciado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Foi ordenado Diácono em 23 de setembro de 1996, na Paróquia Nossa Senhora da Lapa, na zona Oeste. Como Diácono, colaborou na Capela Nossa Senhora Aparecida do Portal dos Bandeirantes e na Paróquia Santo Estevão Rei, da Vila Anastácio. Coordenou a Pastoral Vocacional da Região Episcopal Lapa durante os anos de 1995 e 1996. Ao mesmo tempo foi secretário regional do Curso de Teologia para Agentes de Pastoral.

Sua ordenação sacerdotal ocorreu em 24 de maio de 1997, na Paróquia São Brás, em Vanini, sua terra natal. Foi Pároco da Paróquia Santíssima Trindade, no Setor Rio Pequeno, de 1997 a 2010.Então, transferido para a Paróquia Sagrado Coração de Jesus, Setor Butantã, onde era pároco até sua nomeação episcopal.

É, ainda, Vice-Presidente da Pastoral dos Nômades do Brasil, Assistente Eclesiástico para a Comunidade “Voz dos Pobres”.

Nomeado em 2015, Vigário Geral na Região Episcopal Lapa. De fevereiro de 2017 a março de 2019, também exerceu a função de Vigário Episcopal na mesma Região.

Nomeado Bispo no dia 24 de julho de 2019.

Ordenado Bispo no dia 28 de setembro pelo Cardeal Arcebispo Dom Odilo Pedro Scherer.

Apresentado para a Região Episcopal Santana no dia 29 de setembro de 2019 na Paróquia Santana.

BRASÃO E LEMA

Lema
In obœdientia Veritati

DESCRIÇÃO HERÁLDICA

Escudo terciado em mantel: primeiro de blau, com um cacho de uvas sobre um feixe de quatro ramos de trigo, e uma cuia de chimarrão, tudo de argente, postos em banda; segundo de sinople, com um gládio em pala de argente, sobre um Infólio aberto do último, contendo as letras gregas alfa e ômega, grafadas em sable; terceiro de gules, com uma pomba de asas estendidas, de argente, sustentando em suas garras um ramo de oliveira ao natural; no coração do escudo, brocante ao todo, uma roda de goles. O escudo está pousado sobre uma cruz hastil de ouro. O todo é encimado pelo chapéu prelatício de abas largas, de sinople, com seus cordões em cada flanco. As borlas, em número de doze, são dispostas seis por parte, em três ordens de 1, 2 e 3, tudo de sinople. Brocante à ponta da cruz um listel de jalde, com a divisa "In obœdientia Veritati" em capitais de sable.


SIGNIFICADO

O escudo obedece às regras para os eclesiásticos. Os campos, em número de três, fazem alusão à Santíssima Trindade, bem como às virtudes teologais: Fé, Esperança e Caridade. Esse aspecto trino, também recorda a Igreja em sua dimensão Militante, Padecente e Triunfante – comunhão de fé na vida eterna. Os elementos internos do brasão significam a espiritualidade, a fé e a história pessoal de Dom Jorge.

O primeiro campo, de blau (azul), representa o mar e o firmamento celeste, é o esmalte da espiritualidade e da transcendência, e simboliza a justiça, formosura, doçura, fortaleza, serenidade, constância, dignidade, zelo, lealdade e é a cor heráldica do manto mariano. Qual uma vestimenta de Nossa Senhora, representa a dignidade daquela que foi preservada de toda a mancha e foi escolhida desde todo o sempre para ser a Mãe do Salvador. Este é o sinal da devoção do Bispo para com aquela que encontrou graça diante de Deus e que, por isso mesmo, todas as gerações chamarão de Bem-Aventurada.

A Uva e o Trigo são sinais eucarísticos por excelência, mas também reportam à origem italiana do Bispo, aos imigrantes que, especialmente partindo do Vêneto, norte da Itália, chegaram a Vanini. De 1875 a 1914, perto de 100 mil italianos chegaram ao Rio Grande do Sul, especialmente a essas duas regiões fisiográficas: Encosta Superior do Nordeste e Planalto Médio, pois as outras terras, as melhores, já estavam ocupadas. Vanini fica na linha limítrofe imaginária entre a região da uva e a região do trigo, a Serra e o Planalto Médio, com a vantagem de que – em solos vaninenses - as duas culturas estão plenamente adaptadas.

A Cuia de chimarrão é um símbolo das tradições do Rio Grande do Sul. Os gaúchos herdaram dos indígenas o hábito de tomar chimarrão, especialmente dos caingangues e guaranis. Declamador em rodeios e apegado à montaria e às lides de campo, Dom Jorge tem ligação – em se tratando de rodeio de estilo gaúcho – tanto com a linha artística como com a campeira. É possível entrever – na cuia que passa de mão em mão – o anseio concebível da fraternidade universal. A cuia do brasão tem base de suporte: o chamado pezinho, numa cuia de porongo, o que recorda o mate doce, normalmente servido às crianças, e que traz à memória de Dom Jorge as tardes alegres no seio da família unida e reunida: é na família que a fraqueza e a debilidade são sempre compreendidas, rezadas e valorizadas.

O metal argente (prata) – remete a inocência, felicidade, pureza, castidade, lisura, verdade, franqueza e integridade. O azul e a prata são, por primazia, as duas cores marianas.

O segundo campo, de sinople (verde), simboliza esperança, honra, civilidade, cortesia, liberdade e amizade. Evoca as plantações, as matas, os rios de águas puras, e toda a biodiversidade presente em Vanini, sua terra natal, onde as várias tonalidades esverdeadas são constantes em todas as estações.

O Infólio aberto remete ao ensinamento das Escrituras. Recorda-nos a centralidade do Evangelho na vida dos cristãos, e a transmissão da Palavra de Deus. As letras Alfa e Ômega representam o Verbo Encarnado. São as letras utilizadas para representar a infinitude do Cristo – Princípio e Fim – e são também símbolos pascais. É missão primordial do ministro ordenado levar Jesus Cristo - Verbo Eterno, Palavra e Eucaristia - aos fiéis que, por entre as vicissitudes deste mundo, caminham sob a misericórdia do Pai.

O Gládio (espada) representa a justiça e recorda a vocação de São Paulo Apóstolo, que dá nome ao estado, à Cidade e à Arquidiocese. De perseguidor dos cristãos, Paulo tornou-se defensor da Fé e Apóstolo evangelizador dos gentios, culminando com o martírio a fio de espada.

O terceiro campo, de gules (vermelho), simboliza audácia, amor, valor, vitória, honra, intrepidez, caridade, paixão e martírio, e é a cor que nos remete à teologia da Igreja e ao centro de nossa fé: a Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor. Esta cor, recorda o fogo da caridade, inflamado pelo Espírito Santo; bem como o valor do socorro aos necessitados. O Mártir dos mártires realizou uma entrega voluntária, conforme o Evangelho de São João: “Ninguém tira a minha vida; eu a dou livremente” (Jo 10,18), que Dom Jorge já escolhera como lema quando de sua Ordenação sacerdotal.

A Pomba é o símbolo universal da paz, recorda a pureza e remete ao Espírito Santo. É animal que representa todas as aspirações de paz e universalidade. A pomba trouxe a Noé o anúncio de terras secas após o dilúvio, e também foi a pomba que desceu sobre Jesus no instante de seu batismo no Jordão. Com isso, na heráldica, é símbolo de anúncio de boas novas.

A partição em mantel, em italiano chamada cappa, é um símbolo de religião e é muito utilizada na heráldica eclesiástica. Alude a uma espécie de martírio diário, que é vivenciado pelos mais fragilizados deste mundo, representados pela Tenda cigana que, partindo do centro alto, mistura-se e confunde-se à própria Cruz, de alto a baixo, dividindo e unido os três campos: as raízes do Bispo, sua devoção e seu abandono nos braços do Pai. Como semente a ser derramada no solo, o martírio é tributo necessário à difusão do Evangelho da alegria. Representa a precariedade e a fugacidade de nossa vida terrena. Estamos de passagem. Por isso não devemos cravar as raízes em muita profundidade, o que levaria à estagnação. Devemos estar, como o pai Abraão, sempre de prontidão, aceitando os riscos de cada partida. Uma tenda é um lugar de encontro com Deus. A etimologia da palavra “tenda” a aproxima das palavras “templo” e “tabernáculo”.

Sobre a tenda, a Roda de cor vermelha. Ela é parte da bandeira dos ciganos e recorda a mudança de lugar, o nomadismo, o movimento e cada ciclo de nossa vida. É também a roda de uma carroça, de uma carruagem. Reporta à “magia”, fé e beleza do circo. Por ser de cor vermelha, simboliza o fogo da purificação, renovação e transformação. A alusão à bandeira cigana é inequívoca homenagem à Índia, a pátria mãe de todos os ciganos. Unido à Cruz Hastil de uma barra – que simboliza o grau do Episcopado e em jalde (ouro) recorda a autoridade, divindade, virtude, realeza, premência, generosidade, ardor e descortínio – timbra o escudo o Chapéu Prelatício de sinople com doze borlas da mesma cor – os quais conferem a dignidade episcopal ao conjunto. O Chapéu alude ao próprio Cristo, encimado como centro e cabeça da Igreja.

O listel carrega o lema que é retirado de 1Pd 1,22: “Em obediência à Verdade”. Do chefe do grupo apostólico, o primeiro Papa, vem a exortação para a purificação da alma pelo Espírito Santo, através da obediência à Verdade e, justamente, pela obediência à Verdade, com um amor que não seja fingido, deixando-nos gerar outra vez de uma semente incorruptível, sob a Palavra de Deus, que é viva e que permanece para sempre. É sobre verdade. Mas é, antes, sobre obediência! Disse São João Paulo II: “Devemos defender a Verdade a todo custo, mesmo que tornemos a ser apenas doze outra vez”. A Verdade é Jesus Cristo. A Verdade é a Sua Igreja. E há tempos que Dom Jorge encontrou-se com A Verdade!