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Arquidiocese de São Paulo

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Carta aos catequistas

Estimados catequistas da Arquidiocese de São Paulo. 

O último domingo de agosto, mês das vocações no Brasil, é dedicado cada ano a vocês. Seria meu desejo encontrar todos vocês neste dia e manifestar-lhes, em nome da Igreja, minha admiração e gratidão por aquilo que realizam na Igreja. Não sendo possível, resolvi escrever- lhes esta carta, esperando que ela chegue a vocês. A vocação dos catequistas é fundamental na Igreja, pois eles desempenham um papel de primeira importância na transmissão da fé, na introdução dos cristãos na vida da comunidade eclesial e na sua formação cristã; seu serviço está ligado estreitamente ao ministério da Palavra de Deus, que Jesus confiou à Igreja. No mundo atual, este serviço é especialmente necessário, uma vez que a cultura pluralista, os ambientes da escola, do trabalho e da vida social, de maneira geral, não ajudam muito a comunicar os valores cristãos. As famílias seriam as primeiras responsáveis pela na iniciação cristã dos filhos e de sua introdução na vida eclesial; mas muitas delas estão despreparadas e não conseguem mais assumir sozinhas esta responsabilidade. E então a missão dos catequistas adquire uma importância renovada e não fica mais limitada às crianças e aos jovens; a catequese de adultos tem mesmo prioridade e não deve ser apenas ocasional, encerrando-se com a preparação para os sacramentos: ela precisa ser progressiva e permanente na vida das pessoas. A Igreja recomenda que nas comunidades haja um itinerário catequético permanente, que tenha em vista o encontro com Jesus Cristo, a conversão aos caminhos do Evangelho, o discipulado, a comunhão com Deus e com a Igreja e a missão. A Conferência de Aparecida situa a catequese no âmbito da formação do discípulo-missionário de Jesus Cristo. Da mesma forma, a CNBB, nas suas Diretrizes Gerais 2008- 2010 (cf. nº 88-94). Conversem com  seus párocos sobre a maneira de concretizar isso em suas paróquias e comunidades. Sei que isso exige algum esforço a mais, mas vale a pena e faz parte da “conversão pastoral” pedida a todos em Aparecida (cf. nº 365-370). É um fato que muitos católicos de nossas comunidades e famílias não estão evangelizados e apenas receberam o batismo e, talvez, mais algum sacramento. Carecem muitode formação cristã. E aqui se destaca  mais uma vez a missão importante dos catequistas na ajuda que prestam aos pais e aos catequizandos: é um papel missionário de primeira grandeza e importância na comunidade eclesial. Recomendo de maneira especial a vocês, catequistas, que sejam os primeiros a valorizar sua missão, realizando-a com muito amor; vocês são colabores na obra de Deus; incentivo a todos a que se preparem sempre bem para a catequese a ser dada, mediante a oração, a leitura da Palavra de Deus e o estudo. Com São Paulo, daria para dizer (cf Rm 10, 13-15): Como  serão missionários, se não conhecem a fé nem têm amor à Igreja? Mas como terão amor à fé e à Igreja, se não forem despertados para a alegria de crer e para o valor da vida eclesial? E como serão despertados e formados, se não há quem os forme e eduque na fé? E como poderão formar os outros e transmitir o amor a Jesus Cristo e à Igreja, se não estão preparados para fazê-lo? Graças sejam dadas a Deus, que supre as nossas fraquezas e deficiências! Mas, se somos instrumentos aptos em suas mãos, Deus poderá fazer mais através de nós! Queridos catequistas, nunca esqueçam que na transmissão da fé há três sujeitos: o catequista, o catequizando e o Espírito Santo. De fato, é Ele que move o coração de um e de outro e torna fecunda a catequese. Por isso, estejam em sintonia com Deus, sejam amigos de Jesus Cristo e vivam com o coração bem dentro da Igreja, para poderem ajudar os outros na educação da fé e na vivência eclesial. Mais que “ensinar”, os catequistas têm a missão de introduzir seus irmãos na presença do Mestre Jesus Cristo, para serem por Ele atraídos e formados. Seu exemplo de amor a Cristo e à Igreja ajudará muito seus irmãos! Que o apóstolo São Paulo, grande discípulo e missionário de Jesus Cristo e Patrono de nossa Arquidiocese, interceda por todos! Seu exemplo e sua dedicação a Cristo e aos irmãos contagie a todos! Deus os abençoe!


Publicado em O SÃO PAULO, ed. de 26/08/08