No Vaticano, Haddad apresentará “visão ousada” para São Paulo

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Haddad é um dos sete prefeitos brasileiros de um total de 40 prefeitos do mundo inteiro que estão no Vaticano para o encontro sobre “Escravidão Moderna e Mudanças Climáticas”.
Publicado em: 22/07/2015 - 11:00
Créditos: Redação, com Rádio Vaticano.

Reciclagem, iluminação pública e mobilidade urbana deverão guiar a participação de Haddad no encontro, no qual apresentará as recentes mudanças promovidas após a aprovação do Plano Diretor e as perspectivas de um futuro sustentável para a maior cidade da América do Sul.

Ao afirmar que São Paulo está muito atualizada no que diz respeito às questões globais de sustentabilidade, Fernando Haddad deverá defender durante o encontro uma “visão mais ousada” que a prefeitura tem aplicado no processo de transformação da matriz da mobilidade da cidade.

“Devolvendo para o transporte público, para o pedestre e para o ciclista aquilo que nunca poderia ter sido tirado dele, que é o espaço para que estas modalidades de locomoção sejam priorizadas em relação ao transporte individual motorizado para o qual as cidades não têm capacidade de suporte.  Aqui em Roma, são quase 1 carro para cada habitante, em São Paulo há 1 carro para 2 habitantes. Ou seja, daqui a pouco não vai haver espaço para que as pessoas possam se deslocar. A não ser que a matriz da mobilidade seja totalmente alterada. Isso tem um custo político, isso tem um custo social. Mas é absolutamente imprescindível nós conseguirmos planejar o futuro com um pouco mais de ousadia. Não manter um padrão que nós sabemos, insustentável”, afirmou em entrevista à Rádio Vaticano.

Haddad afirmou ter recebido com surpresa o convite do Vaticano e saudou a inciativa do Papa em promover um debate de questões tão “palpitantes e urgentes”.

“É inusitado. Todos nós fomos surpreendidos positivamente pelo convite. Penso que o Papa Francisco demonstra uma sensibilidade e uma capacidade de ser vincular a temas da maior relevância, da maior atualidade e, à maneira dele, ele está colocando na agenda política dos Países e das cidades temas incontornáveis. Não podemos mais fingir que não há pobres, que estamos degradando o meio ambiente. Se não cuidarmos dessas metrópoles hoje, com espaço de convívio, interação e produção de cultura, de política, de artes, de conhecimento, de bens e serviços – mas temos que fazê-lo de forma sustentável – todos nós acabaremos prejudicados. Então, o Papa demostra uma capacidade de previsão muito impressionante. Esse reforço, para nós que estamos no dia a dia das cidades, trabalhando em prol delas, quase espiritual, de inspirar de mobilizar almas e corações para um projeto urbano mais digno da existência não poderia vir em melhor hora”, concluiu.