Mc 1,21b-28

É sábado. Jesus entra numa sinagoga, em Cafarnaum, e começa a ensinar. Um homem possuído por um espírito mau o interpela e o desafia aos gritos. O diálogo entre Jesus e aquele que oprime o possesso demonstra quem eles são. Cada um deles sabe quem é o outro. O demônio falastrão reconhece em Jesus “o Santo de Deus”. O Senhor, porém, não quer conversa, não perde tempo e, com duas ordens – dadas por quem tem, realmente, autoridade – despacha-o dali: “cala-te e sai dele” (Mc 1,25).

Os ouvintes se admiram: “o que é isso? Um ensinamento novo, dado com autoridade” (Mc 1,27). O ensinamento novo, dado por Jesus é novo de verdade. É uma novidade que transforma, dignifica, restitui, redime, salva. Não é por acaso, portanto, que os seus ouvintes – sobretudo aqueles de mente e coração abertos, disponíveis – ficam extasiados diante do seu comportamento e da sua Palavra. Aliás, em se tratando de Jesus, separar comportamento e Palavra justifica-se apenas por uma questão didática ou recurso linguístico, pois, nele, Palavra e ação se fundem numa coisa só.

O Mal é filho da Mentira. A Palavra do Senhor é a Verdade. Da mesma maneira que a luz revela o que escondem as trevas e a lente dá foco ao que estava difuso, a Palavra do Mestre desmente, esclarece, revela. A Mentira oprime, escraviza, mata; a Verdade de Jesus liberta e dá vida.

O evangelho de Marcos nos apresenta vários exorcismos praticados por Jesus. Eles são sinais de que o Reino veio, chegou e já está entre nós. Marcos quer nos mostrar que Jesus nos liberta do Mal. Em oposição a ele o Mal – está o Espírito de Deus, que ama a vida (Sb 11,26) e a comunica.

Cada um de nós é chamado a lutar contra todas as formas e manifestações do Mal – injustiça, ódio, indiferença, mentira, rancor, orgulho, soberba, opressão, exclusão – na nossa vida pessoal, na Comunidade, na sociedade. Façamos como Jesus: tolerância zero para com ele!