Mais uma vez São Tiago nos leva à vida prática. Inveja e rivalidade geram desordem e obras más. O conflito das paixões dentro de nós produz guerras e brigas. Cobiça, assassinatos, esbanjamento, prazeres encontram-se do lado oposto da sabedoria pura, pacífica, modesta, conciliadora, misericordiosa, imparcial, sem fingimento. O fruto da justiça é semeado na paz para aqueles que promovem a paz, diz São Tiago. O fruto da justiça é a paz e a paz é o próprio Cristo. O discípulo segue o Cristo verdadeiro, não um Cristo imaginário ou conveniente. O Cristo verdadeiro o leva à justiça, justifica-o e o leva à prática da justiça na sociedade dos homens. O resultado é a concórdia, e nela está a paz. Concórdia, todos com o mesmo coração voltado para o mesmo objetivo, sem fingimento. Se discordarmos e houver briga não será pela má inclinação, mas pela limitação natural a todo ser humano. Nada é para nós imediatamente claro e evidente. Necessitamos do raciocínio que nos faz pensar durante um bom tempo, e isto é imperfeição. Somos imperfeitos, míopes e gagos, à procura do Cristo que nos cura. Desconfiamos das nossas certezas e nos jogamos confiantes nas mãos daquele que nos protege e ampara. Ele sustenta a nossa vida e nós lhe ofertamos o nosso sacrifício de coração e com muita alegria. Jesus insiste em dizer, e agora o faz pela segunda vez, que em Jerusalém será entregue nas mãos dos homens e estes o matarão, mas ressuscitará ao terceiro dia. Certamente os discípulos não compreenderam a expressão “ressuscitar ao terceiro dia”. Compreendiam o que significava ser entregue e ser morto, mas não entendiam o alcance da afirmação. A preocupação dos discípulos é outra. Não pensam como Deus, pensam como homens e por isso discutem entre si quem entre eles é o maior. Carreirismo, vaidade, prepotência, tudo isso faz parte da nossa natureza decaída. Não precisamos, porém, ser prisioneiros de nossos defeitos nem cair aonde nos impulsiona a má inclinação. Contamos sempre com a graça de Deus. Alguém virá em nosso socorro.