O Senhor foi hospedar-se na casa de um pecador - Cônego Celso Pedro da Silva

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30/10/2016 - 00:15

31º DOMINGO DO TEMPO COMUM
Lc 19,1-10

Nosso Deus é misericórdia e piedade, é amor, é paciência, é compaixão. Ele é muito bom para com todos e sua ternura abraça toda criatura. Assim cantamos hoje com o Salmista. Nosso Deus sustenta quem vacila e levanta quem tombou.

A Sabedoria de Salomão também proclama a grandeza da misericórdia do nosso Deus e o amor que ele tem por todas as suas criaturas, que só existem porque ele as ama. “Amas tudo o que existe, diz Salomão, e não desprezas nada do que fizeste; porque, se odiasses alguma coisa não a terias criado. Como poderia alguma coisa existir, se não a tivesses querido? Ou como poderia ser mantida, se por ti não fosse chamada?”

Por que tem ele compaixão de todos, sem exceção? Porque é todo-poderoso, diz o rei em sua sabedoria. Quem tudo pode, pode também ser compassivo. Quem não é compassivo, pode pouco, ou nada, e se estriba na lei para proteger os seus medos. Ele fecha os olhos aos nossos pecados, para que nos arrependamos. Por que procede ele assim? Por que perdoa e trata a todos com bondade? Porque tudo é dele. Seu poder se manifesta na misericórdia que liberta. Se fosse homem, manifestaria seu poder na imposição intransigente! Ele é amigo da vida e quer que o sopro da vida continue incorruptível em todas as coisas. Ele soprou uma vez e deu início à existência.

Nós, porém, caímos e pecamos. Ele, no entanto, na sua pedagogia de salvação corrige com carinho os que caem. Vai admoestando-os pouco a pouco para que se afastem do mal. Ele é tão bom que não nos sentimos bem sendo maus. Como continuar na maldade se sou amado pelo Deus da bondade?

Querem um exemplo concreto da bondade que salva e liberta do mau caminho? Olhem a história de Zaqueu, rico chefe de cobradores de impostos, mal vistos pelo povo e considerados pecadores. Ele queria ver Jesus. Por mera curiosidade? Movido interiormente pela graça que dá início a toda boa obra? Ele viu e foi visto. Os dois se encontraram, e sem se importar com as críticas, Jesus foi se hospedar na casa daquele pecador. Não houve censura, não houve reprimenda, houve sim muita alegria no coração de Zaqueu. Ele sabia que Jesus não estava sendo conivente com os seus erros. Como, porém, continuar nos mesmos erros diante de tanta atenção? Decidiu dar a metade de seus bens aos pobres e reparar quatro vezes mais os danos causados. A primeira atitude veio do entusiasmo da sua generosidade. A segunda, do cumprimento da lei que mandava quem roubou uma ovelha devolver outras quatro.

Que o Senhor nos faça dignos da nossa vocação, leve a cabo todos os atos de bondade e de fé para que seu nome seja glorificado. ​