Lc 17,7-10

O trecho da carta de Paulo a Tito que lemos hoje é oportuno e necessário. As atitudes que propõe aos mais velhos e aos jovens são fundamentais para uma sociedade  inclusiva, justa, piedosa, fraterna, pacífica e solidária, comprometida, portando, com os pobres, os desvalidos e os desrespeitados nos seus direitos fundamentais.

Para Paulo, há que haver sobriedade, ponderação, prudência, fé, paciência, caridade, santidade, bondade, integridade, amor à família... Esta lista não é atualíssima? Não é exatamente isso que falta nas relações humanas na família, no trabalho, na vizinhança, na escola e mesmo nas nossas comunidades? Tais atitudes constituem-se, pois, em solo fértil para que brote e medre a justiça e paz; cabe-nos assumi-las e contribuir para que outros venham a fazê-lo, sobretudo por meio do nosso testemunho pessoal.

No evangelho de hoje, aprendemos com Jesus que assumir o que nos diz respeito e cumprir a nossa missão não é favor que se faça a quem quer que seja e, portanto, dispensa reconhecimento, agradecimento ou recompensas.

Como seguidores do Mestre, compete-nos estar sempre a serviço uns dos outros. Os operários do Reino de Deus não trabalham por obrigação; não o fazem sob constrangimento; não se entregam à lida por quaisquer interesses.

Ao contrário: os construtores do Reino dedicam-se à obra porque optaram livremente e decidiram servir a Deus Abba, justo e misericordioso. Eles se sentem amados, sem limites. Seu prazer, portanto, consiste em fazer o que deve ser feito com modéstia e  humildade. E, quando questionados a respeito, apenas dizem: “fizemos o que devíamos fazer”.

No Reino de Deus, amar é servir e vice-versa.  E o próprio Jesus dá testemunho disso quando afirma: “o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir” (Mc 10,45); “quem quer ser o primeiro seja o servo de todos” (Mt 20,27); “eu estou no meio de vós como aquele que serve” (Lc 22,27); “vós deveis lavar os pés uns dos outros” (Jo 13,14).