Crescer na Fé, participando de nossas comunidades…

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07/08/2013 - 00:00

Irmãos e Irmãs, membros dos nossos pequenos grupos, espalhados por toda a Região Episcopal Belém: a graça de Nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo esteja com vocês.

Querendo propor-lhes esse subsídio, recordei-me do retrato das primeiras comunidades cristãs. Nos Atos dos Apóstolos – At 2,42 – São Lucas propõe um projeto eclesial, partindo de quatro colunas básicas; elas devem inspirar também a nossa experiência de Comunidade, vivida em pequenos grupos como, por exemplo, o Grupo de Rua. Eis, portanto, as quatro colunas de sustentação do ideal de Comunidade, conforme o Estudo da CNBB, sobre a Paróquia: “Comunidade de Comunidades – Uma Nova Paróquia”.

1. O ensinamento dos apóstolos – “A palavra dos apóstolos é a nova interpretação da vida e da lei a partir da experiência da ressurreição. Os cristãos tiveram a coragem de romper com o ensinamento dos escribas, os doutores da época, e seguiam agora o testemunho dos apóstolos. Eles consideravam a palavra dos apóstolos como palavra de Deus (cf. 1Ts 2,13)”;

2. A comunhão – “Os primeiros cristãos colocavam tudo em comum a ponto de não haver mais necessitados entre eles (cf. At 2,44-45; 4,32; 34-35). O ideal da comunhão era chegar à partilha não só dos bens, mas também dos sentimentos e da experiência de vida, a ponto de todos se tornarem um só coração e uma só alma (cf. At 4,32; 1,14; 2,46), a uma convivência que supere as barreiras provenientes de religião, classe, sexo e raça (cf. Gl 3,28; Cl 3,11; 1Cor 12,13)”;

3. A fração do pão (eucaristia) – “Para os primeiros cristãos a expressão lembrava as muitas vezes que Jesus tinha partilhado o pão com os discípulos e com os pobres (cf. Jo 6,11). Lembrava o gesto que abriu os olhos dos discípulos para a presença viva de Jesus no meio da comunidade (cf. Lc 24,30-35). A fração do pão era feita nas casas (cf. At 2,46; 20,7)”; era uma referência à celebração eucarística;

4. As orações – Por meio das orações “os cristãos permaneciam unidos a Deus e entre si (cf. At5,12b), e se fortaleciam na hora das perseguições (cf. At 4,23-31). Faziam como Jesus que, pela oração, enfrentava a tentação (cf. Mc 14,32)”.

Com esse espírito, participemos de nossos encontros, refletindo e rezando, partilhando as alegrias, as dores e as esperanças que envolvem nossa vida na Igreja e na sociedade: a juventude, o Intereclesial das CEBs, em Juazeiro do Norte, aprofundando o Evangelho de Lucas e redescobrindo a Oração do Rosário.

Tudo isso à Luz da Fé – Lumen Fidei. Sim, como nos ensina o Papa Francisco: A vida do fiel torna-se existên­cia eclesial. Pois fora deste corpo, desta unidade da Igreja em Cristo, a fé perde a sua «medida», já não encontra o seu equilíbrio, nem o espaço necessário para se manter de pé. “A fé tem uma forma necessariamente eclesial, é professada partindo do corpo de Cristo, como comunhão concreta dos crentes. A partir deste lugar eclesial, ela abre o indivíduo cristão a todos os homens” (n. 22) e mulheres, à humanidade inteira. A fé, pois, leva-nos à missão.

Maria, estrela da Evangelização, a jovem de Nazaré, nos ampare em nosso caminhar cotidiano.

Deus – a santíssima Trindade – lhes conceda a sua paz e a sua bênção.

Fraternalmente,

+ Edmar Peron,
Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo
Vigário Episcopal para a Região Belém