Papa Francisco: ‘A família é o antídoto contra a pobreza e o inverno demográfico’

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Dia Internacional da Família, dedicado este ano ao tema “Tendências demográficas e famílias”
Publicado em: 26/05/2023 - 10:30
Créditos: Redação

Na segunda-feira, 15, Dia Internacional da Família, dedicado este ano ao tema “Tendências demográficas e famílias”, o Papa Francisco afirmou, num tuíte, que “a família é o principal antídoto contra a pobreza material e espiritual, assim como também para o problema do inverno demográfico. É necessário que em todos os países sejam promovidas políticas sociais, econômicas e culturais ‘amigas da família’ e do acolhimento da vida”.

A data foi instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1989 e comemorada pela primeira vez em 1993. Em 1994, foi celebrado o Ano Internacional da Família.

Francisco expressou a mesma preocupação com a cultura de hoje, o “inimigo” da família. Ele exortou a combater esse inimigo trazendo novas vidas ao mundo e superando, também, aqueles “condicionamentos quase intransponíveis para as mulheres”: as “mais prejudicadas” e “escravas desse trabalho seletivo”. É por isso que “são necessárias políticas previdentes”, que preparem um terreno fértil “para fazer florescer uma nova primavera e deixar para trás este inverno demográfico”. Ele recomendou a não contrapor “natalidade e acolhimento”.
 

A ‘FELICIDADE’ DE UM POVO SE MEDE COM NATALIDADE E ACOLHIDA

“Natalidade e acolhida são duas faces da mesma moeda”, disse o Papa Francisco na terceira edição de um evento organizado na Itália para criticar as baixas taxas de natalidade no país e promover políticas de estímulo aos casais e famílias que desejam ter filhos. O evento, promovido pela Fundação pela Natalidade, foi na sexta-feira, 12.

Com ironia, o Papa criticou o fato de que a sociedade atual acolhe melhor os animais, os pets, do que as crianças. “O nascimento dos filhos é o indicador principal para medir a esperança de um povo. Se nascem poucos, quer dizer que há pouca esperança”, declarou.

Atualmente, a Itália registra as mais baixas taxas de natalidade em sua história, algo que preocupa governos pelos impactos econômicos e sociais de uma população envelhecida. Francisco disse que o problema vai além disso. “Hoje, colocar filhos no mundo é entendido como um empreendimento a cargo das famílias. E isso, infelizmente, condiciona a mentalidade das jovens gerações, que crescem na incerteza, se não na desilusão e no medo”, declarou.

Servem, portanto, medidas de incentivo à família e que combatam as “existências solitárias” tão comuns nas sociedades ocidentais. É preciso criar uma cultura de apoio, compartilhamento e acolhida, completou, referindo-se indiretamente também à abertura aos estrangeiros, migrantes. “Uma comunidade feliz desenvolve naturalmente os desejos de gerar e de integrar, acolher, enquanto uma sociedade infeliz se reduz a uma soma de indivíduos que buscam defender a todo custo aquilo que tem. E tantas vezes esquecem de sorrir”, analisou. 

Fontes: Observatório Católico e Vatican News