Igreja São Cristóvão é reaberta na luz

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Publicado em: 12/05/2014 - 13:45
Créditos: Jornal O São Paulo

Imagem: Fernando Geronazzo
Interdição de mais de um ano, causada por incêndio, templo histórico, construído em 1856, volta a acolher fiéis.

A igreja matriz da Paróquia São Cristóvão, no bairro da Luz, região central da capital paulista, foi reaberta na manhã do domingo, 11, em missa presidida pelo arcebispo de São Paulo, cardeal Odilo Pedro Scherer.

Fechada há um ano e meio, após um incêndio no prédio anexo ao templo, que causou a interdição do imóvel todo, os fiéis comemoraram a reabertura da igreja que, em dezembro, completa 158 anos de construção.

Logo no inicio da celebração, Dom Odilo agradeceu o empenho da comunidade para a reabertura da igreja, que, como ele ressaltou, está muito ligada à história da Arquidiocese, uma vez que foi a capela do primeiro seminário de São Paulo.

“Nós nos alegramos pela reabertura desta igreja, e confiamos, também, que a comunidade, junto com o pároco, vai zelar e continuar a cuidar desde templo capela que tem valor histórico para a nossa Igreja de São Paulo”, afirmou o Cardeal.

Inaugurada em 1856, a igreja era a capela do Seminário Episcopal Imaculada Conceição, fundado pelo bispo da então Diocese de São Paulo, Dom Antonio Joaquim de Melo. Após a transferência do seminário para o bairro do Ipiranga, foi criada a paróquia São Cristóvão em 1940.

O prédio onde funcionava o seminário hoje abriga boa parte das lojas da rua São Caetano, popularmente conhecida como “rua das noivas”. Em 2001, a igreja e todo o imóvel passaram por uma ampla restauração. Mas o incêndio no estoque de uma das lojas, embora não tenha atingido diretamente o templo, comprometeu seu funcionamento.

O pároco, Pe. João Benedicto Villano, explicou à reportagem, que enquanto a igreja estava fechada, aconteceram algumas invasões no andar superior, nas quais foram danificados alguns cabos elétricos, para-raios e o telhado. Isso retardou a reabertura da matriz.

Nesse período de fechamento da igreja, a comunidade paroquial se reuniu na capela da Casa de Oração do Povo da Rua, que fica no bairro. Padre João manifestou sua gratidão aos frequentadores da casa e ao seu responsável, Pe. Julio Lancellotti, vigário episcopal para a Pastoral do Povo da Rua.

“A Casa de Oração foi uma bênção para nós. Fomos muito bem acolhidos pelo Pe. Julio. Lá pudemos nos reunir para celebrar a Eucaristia, Batismo e até casamentos”.

Já é tradicional no dia 25 de julho, a fila de carros na Avenida Tiradentes para a bênção dos motoristas, uma vez que São Cristóvão é patrono dos motoristas e condutores.

Além da devoção ao padroeiro, a Paróquia é muito marcada pelo culto à Santa Filomena, trazido por um antigo pároco, há aproximadamente 100 anos. Até hoje, no dia 10 de cada mês, às 15 horas, é celebrada missa em louvor à Santa.

Umas dessas devotas é Ana Salete Laurino Maneti, 82, que frequenta a Paróquia há 55 anos junto com seu marido, Renato Maneti, 86, após receber graça da recuperação de seu filho pela intercessão de Santa Filomena.

“Todo dia 10 estamos aqui para agradecer à Santa Filomena. Quando a igreja foi fechada eu fiquei muito triste. Quando ouvi pela rádio 9 de julho que ela seria reaberta hoje, meu coração bateu mais forte”.

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