No domingo, 15, os fiéis da Paróquia São Vito Mártir festejaram seu padroeiro. Uma missa solene presidida por dom Tarcísio Scaramussa, bispo auxiliar de São Paulo e vigário episcopal na Região Sé, marcou uma das mais tradicionais festas da cidade.
Em sua 18ª edição, a popular festa de rua promovida pela Paróquia reúne milhares de pessoas vindas de várias partes da cidade e acontece em sintonia com a festa promovida pela Associação Beneficente de São Vito, realizada há 96 anos. Juntos, os dois eventos formam a maior e mais tradicional festa italiana de São Paulo.
Um momento marcante da festa e logo após a missa, quando a imagem do padroeiro foi levada em procissão da igreja até a sede da Associação, passando pela festa de rua e sendo acolhida pelas “mamas” italianas.
Tradição
A Paróquia São Vito Mártir foi criada em 1940 com o empenho dos imigrantes italianos que vieram da cidade de Polignano A’Mare, na província de Bari.
“O bairro do Brás, que já foi muito marcado pela comunidade italiana está bastante transformado. A festa tem se mantido e tem sido uma oportunidade de, como Igreja, dar um novo vigor, animar as pessoas”, afirmou dom Tarcísio.
Conceta Centrone, 86, e a irmã Ana Centrone, 74, nasceram no Brasil, mas são filhas de um dos pioneiros da Paróquia. “Minha vida inteira eu passei nesta igreja. São Vito é meu protetor e meu ‘amigão’”, relatou Conceta.
Para o vigário paroquial, padre João Bechara Ventura, a cultura italiana em si é repleta do Evangelho. “Todos esses costumes vêm dessa fé cristã. Mesmo assim, sempre temos que trabalhar para que a festa não perca o foco e seja marcada pela devoção”.
O santo
São Vito nasceu na Sicília e foi martirizado por volta do ano 300. Embora sua vida esteja envolta de várias lendas, sabe-se que aos 7 anos já era cristão convicto, contra a vontade do próprio pai.
Após ter sido levado ao tribunal e ser açoitado, foi posto em liberdade, mas para não ter que desistir de sua fé, fugiu da Sicília junto com o seu professor Modesto e sua ama-seca Crescência e sofreram o martírio sob o imperador romano Diocleciano, justamente aquele a quem Vito havia milagrosamente curado da epilepsia.