Igreja: anunciadora da salvação

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13/07/2015 - 14:00

15° DOMINGO DO TEMPO COMUM - Homilia (12 de julho de 2015)

Deus nos quer felizes e realizados. Este “desejo divino” é verbalizado pela teologia com o termo “salvação”. Essa categoria teológica sintetiza tudo aquilo que Deus planejou e realizou para tornar a felicidade humana uma realidade concreta e acessível, não só após a morte, mas já, no tempo presente.

Deus “idealizou” cada ser humano à luz de seu “Filho encarnado”: Jesus é o “paradigma” de pessoa realizada; é o “modelo” de santidade. Homem livre e feliz; viveu em plenitude sua relação com Deus (Abba), com sua família, com sua comunidade e com a natureza. Enfim, viveu em plenitude a condição humana, sem pecar!

Somos “predestinados” a sermos como Cristo, mas não “destinados”. A salvação é uma proposta, jamais uma imposição. Somos “livres” diante do projeto divino de salvação. Cada pessoa dá sua resposta pessoal à proposta divina. E Deus respeita a decisão soberana de cada ser humano.

O projeto divino de salvação foi sendo revelado gradativamente ao longo da história humana. Sua plenitude se dá em Cristo. Hoje, é tarefa de a Igreja dar continuidade à missão de Jesus. É o que chamamos “evangelização”: anunciar a “boa-notícia” a todos. Cristo anunciou e viveu o evangelho; a Igreja deve fazer o mesmo.

O grande desafio: a Igreja manter-se fiel à proposta divina. Essa é a preocupação de Jesus no evangelho de hoje. Por isso, ele dá orientações precisas a seus discípulos: não envaidecer-se com o sucesso, nem abater-se com o insucesso, somente manter-se fiel
ao anúncio da Palavra; apenas isso. Confiar tão somente na força da Palavra divina.

Aliás, as exigências para não levar nada pelo caminho foram provavelmente inspiradas nas normas para assistir ao culto prestado no Templo: “que ninguém entre no Templo com comida, sacola e a bolsa de dinheiro”. A partir desta norma judaica, dir-se-ia que os discípulos, na realização de sua tarefa evangelizadora, estão na presença de Deus como Templo; ou seja, conscientes que o êxito de sua missão depende de Deus, antes de qualquer coisa.

Por fim, Jesus chama a atenção para um sinal que indicará a veracidade da missão: “Expulsavam muitos demônios e curavam numerosos doentes (...)” (v. 13). É a derrota de todo tipo de mal. Quando o ser humano experimenta a libertação do mal que o subjugava, começa então a saborear a condição de “homem novo”, recapitulado em Cristo.

Experimenta, não ainda em plenitude, a felicidade que o Senhor reserva para cada um de nós, em seu Reino. Já sente no tempo presente o “Mistério” da salvação divina. Amém!