Solenidade de Pentecostes - Cônego Celso Pedro

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15/05/2016 - 00:15

At 2,1-11; Sl 103 (104); 1Co 12,3b-7.12-13 (Rm 8,8-17); Jo 20,19-23 (Jo 14,15-16.23b-26)

No dia da ressurreição, da boca do Resuscitado, sai o dom do Espírito. E com o dom, o envio missionário. “Como o Pai me enviou eu também vos envio”. E para quê? Para perdoarem os pecados. Se não perdoarem, os pecados permanecerão. Perdoem, então! O mesmo Espírito se manifestará de forma mais visível, também como um grande sopro, no dia em que os judeus celebravam a festa das Semanas, cinquenta dias depois da Páscoa, dia de Pentecostes. Que ele venha, hoje e sempre, habite em nós, aqueça o que está frio, suavize o que é áspero, ilumine a escuridão, lave o sujo, regue o seco e cure o doente. Derrame sobre todos os fiéis os seus sete dons.

Um só e mesmo Espírito se derramou sobre todos para a utilidade comum. Seus dons se diversificaram em múltiplos serviços para o bem de todos. Nós, no tempo da Igreja inaugurado pelo Espírito, recebemos um só batismo para formarmos um só corpo. O batismo de João foi feito com água. A água se derramou sobre o corpo dos que aceitaram a conversão proposta por João. Agora, os que aceitaram Jesus Cristo, os que o amam de verdade, foram também eles lavados, já não por água, mas pelo Espírito que se derrama em seus corações. Batizados no Espírito significa que receberam o Espírito Santo. Sendo Vento que sopra onde quer, o Espírito move aqueles que são por ele atingidos. Ele é sopro, é vento, ele impulsiona. É ele quem nos situa na vida, todos juntos, em comunhão de amor. Peca contra ele quem não percebe o outro. Peca contra ele quem não desenvolve a sensibilidade fraterna, porque impede que ele se manifeste.

Movidos pelo Espírito, somos seres livres, regidos unicamente pelo amor. Movidos pelo Espírito, vamos em direção ao outro, revelando ao mundo que Deus existe e é o amor com que amamos o nosso irmão. Não sufoquem o Espírito, diz Paulo aos tessalonicenses. Não o entristeçam, diz ele aos efésios. O Espírito está em nós, triste e sufocado quando não pode se manifestar. Ele se manifesta pelos canais comuns da sociabilidade e da afetividade. Se os fechamos, pecamos contra o Espírito Santo.