Senhor, entra na minha casa! - Diácono Mario Braggio

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15/11/2016 - 00:15

Lc 19,1-10

Zaqueu enriqueceu. E muito! Sua situação econômica permitia-lhe ter tudo aquilo que alguém poderia almejar naquele tempo: casa, móveis, servos, conforto, roupas, joias, boa comida, status e, perante alguns, até prestígio.  A riqueza de Zaqueu, contudo, não veio de herança e nem do trabalho abençoado por Deus. Sua posição hierárquica entre os cobradores de impostos resultava, provavelmente, do fato de ele utilizar suas aptidões e habilidades em benefício próprio, galgando postos naquela prática injusta e infame, que incluía mentira, ameaças, pressão, violência...

Zaqueu tinha tudo e não tinha nada. Afinal, o dinheiro não compra alegria pura, amizade sincera, amor, consciência tranquila e, menos ainda, paz Há quanto tempo ele já havia percebido isso? Em que momento ele teria se dado conta dessa situação?

Jesus entra na cidade e é cercado por grande número de pessoas. Todos ali querem vê-lo, ouvi-lo, tocá-lo. Há muita gente à sua volta, o que torna difícil enxergá-lo. Zaqueu, de baixa estatura, não consegue vê-lo. Seu coração fechado e sua pequenez interior dificultam o contato. Todavia, Zaqueu, inquieto e incomodado consigo mesmo, deseja ver Jesus; ele sabe por onde Jesus vai passar. Esperto, corre à frente e sobe em uma árvore para poder enxergá-lo. Jesus, vendo-o, chama-o para junto de si. “Hoje eu devo ficar na tua casa” (Lc 19,5). O rico Zaqueu esvazia-se de si mesmo e se faz pobre para acolher Jesus.

Ao receber o Senhor em sua casa, experimenta uma alegria jamais sentida em toda a sua vida. Em pé, arrependido, confessa e assume publicamente o seu pecado, dispondo-se a repará-lo com generosidade. De fato, a graça é Deus mesmo na nossa vida; ela revivifica, renova, transforma.

Meu irmão e minha irmã, Zaqueus somos eu e você toda vez que buscamos acumular os bens deste mundo inescrupulosamente, distanciando-nos dos valores evangélicos, fechando o nosso coração para Deus. Entretanto, o Senhor vem nos salvar, nos resgatar. Não percamos tempo; antecipemo-nos convidando-o para vir à nossa casa.