Perdoar sempre - Diácono Mario Braggio

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01/03/2016 - 00:15

Mt 18,21-35

Pedro pergunta a Jesus quantas vezes devemos perdoar: “até sete?”. O Mestre responde que devemos perdoar setenta vezes sete, ou seja, há que se perdoar sempre.

Mas, sempre? Em todas as situações? Pois é, isso soa estranho a quem não admite isso, não suporta aquilo, não leva desaforo para casa e vive alimentado de ódio e ressentimentos; causa espanto a quem entende que perdoar é sinal de fraqueza e de submissão; contudo, essa é logica do Reino, em cujo dicionário não constam as palavras vingança, desforra e vindita.

Jesus conta a história de um servo que devia muitíssimo a um rei que, movido por grande compaixão, ao invés de penalizá-lo, decidiu libertá-lo e perdoá-lo, já que ele não tinha condições para saldar a dívida. Entretanto, logo depois, esse mesmo servo foi implacável com um colega que lhe devia uma quantia irrisória: mandou que fosse preso até que pagasse tudo quanto lhe devia.

Esse homem tão generosamente perdoado não se deixou transformar pelo ato misericordioso do rei; não foi capaz de abrir o seu coração e acolher a necessidade do outro, mantendo-o fechado, duro como pedra, insensível. (Quem garante que não tenha se vangloriado disso...) Uma vez beneficiado pelo perdão ele deveria, no mínimo, imitar o exemplo do rei.

O Mestre quer que sejamos compreensivos e empáticos com o próximo. Como sê-lo? Ora, Jesus não economiza exemplos para demonstrar o quanto o Pai é compassivo e misericordioso, e este é um deles.

Durante toda a nossa vida somos beneficiados pela imensa misericórdia de Deus. Assim sendo, nós também devemos praticar a nossa misericórdia com o próximo. Além de o amarmos como a nós mesmos, é preciso que nos amemos uns aos outros assim como somos amados por Deus. Na dúvida, basta imitá-lo seguindo o mandamento do Filho: “Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso” (cf. Lc 6,36).