O maior é o menor - Diácono Mario Braggio

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17/05/2016 - 00:15

Mc 9,30-37

Enquanto Jesus e seus discípulos atravessam a Galileia, o Mestre aproveita para contar-lhes que o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens, e eles o matarão; porém, três dias depois, ele ressuscitará. Os discípulos não compreendem o que Jesus lhes diz, mas não ousam questioná-lo a respeito.

Quando chegam a Cafarnaum, Jesus lhes pergunta sobre o que conversavam durante a viagem. Ninguém responde. Os discípulos estão envergonhados porque discutiam sobre quem era o maior...

Pois é, desde sempre – é o que parece – o homem quer ser o que não é; quer ser mais e melhor do que os outros; quer ser temido; quer mandar e ser obedecido; quer ser notado e adulado; quer ser o primeiro e o maior; quer vencer e ser o escolhido... Caim, mesmo tendo tudo no Édem, queria mais; irritado por ter sido preterido, traz a violência e a morte ao mundo pela porta do ódio.

Os discípulos estavam o tempo todo com Jesus, vendo-o e ouvindo-o; tudo no Mestre convergia para o seu propósito e configurava-se à sua missão; havia absoluta coerência no seu pensar, falar e agir; sua vida era acolhida, disponibilidade e serviço; seus gestos demonstravam desprendimento e desapego... Mesmo assim, havia entre eles os que desejavam se destacar, os que buscavam privilégios e vantagens.

Ainda no Paraíso, Deus não escolheu o mais velho e mais forte. Jesus escolhe exatamente o mais fraco, o mais humilde, o mais pobre. Por diversas vezes, evidencia o valor da humildade e ressalta a dignidade e a grandeza do pequeno.

O serviço é basilar para a comunidade cristã. Quem “deseja ser o primeiro, seja o último e servidor de todos” (Mc 9,35). A criança representa o último, o preferido do Senhor. Na escola de Jesus a humildade nada tem a ver com a humilhação ou aniquilamento pessoal; trata-se de uma atitude a ser formada, a um programa de vida a ser vivido; um comportamento para com Deus e para com os homens.