O Chamado - Raul de Amorim

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22/01/2016 - 00:15

Mc 3,13-19

O evangelho de hoje descreve a escolha e a missão dos doze apóstolos. No evangelho de Marcos, Jesus começa com dois discípulos e em seguida mais dois (Mc 1,16-20). Aos poucos o número foi crescendo. O evangelista Lucas nos informa que ele chamou mais 72 para ir com ele na missão (Lc.10,1).

O texto nos diz que Jesus chama os que ele quer e eles foram até ele. Em seguida, constituiu o grupo dos Doze, para que ficassem com ele, a fim de enviá-los a pregar, e para que tivessem autoridade para expulsar demônios (Mc. 3,14-15). Assim como Moisés, no deserto, se fez acompanhar de juízes (Ex.18,13-27) também Jesus escolhe doze entre seus discípulos. É um grupo completo que resume o povo de Israel, como os 12 patriarcas. Jesus chama os que o acompanham mais de perto e compartilham as suas preocupações.

A esses doze ele chamou de apóstolos: Devem ser os doze que começarão uma universalidade nova deste povo. Por isso são enviados. O nome apóstolo quer dizer enviado.

A missão deles é a de estarem comprometidos com Jesus em todos os momentos, multiplicar o anúncio que Ele vem realizando, e enfrentar até a raiz os males que impedem a vida plena das pessoas. Nasce assim à primeira comunidade do Novo Testamento, comunidade modelo, que vai crescendo ao redor de Jesus ao longo dos três anos de sua atividade pública. Aos poucos a comunidade cresce de acordo com o aumento da missão.

Jesus não chamou os mais capacitados do seu tempo. Um dito popular diz: “Deus não chamou os mais capacitados, mas capacitou os que chamou”. Chamou simples pescadores: Pedro, André, Tiago, João. Chamou até cobrador de impostos. Estes que foram chamados receberam poder de anunciar o Reino, autoridade de expulsar os espíritos maus e curar as doenças, missão de libertar as pessoas de todos os males.

Todos nós somos chamados a seguir Jesus. Não somos os mais capacitados. Mas fomos escolhidos. O Documento de Aparecida nos diz: “A admiração pela pessoa de Jesus, seu chamado e seu olhar despertam uma resposta consciente e livre desde o mais íntimo do coração do discípulo, uma adesão de toda sua pessoa ao saber que Cristo o chama por seu nome (Jo.10,3) É uma resposta de amor a quem o amou primeiro “até o extremo” (Jo.13,1). (D AP 136)

Jesus chamou os discípulos pelo nome. Você, eu, todos nós existimos porque Deus nos chama pelo nome. Vamos pensar nisso!