Jesus, Verbo de Deus encarnado - Cônego Celso Pedro

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17/07/2016 - 00:15

DÉCIMO SEXTO DOMINGO DO TEMPO COMUM
Gn 18,1-10a; Sl 15; Cl 1,24-28; Lc 10,38-42

Marta, Maria e nosso pai Abraão nos ensinam a acolher aquele que chega, acolher bem e com alegria porque a hospitalidade é a flor da caridade, e a hospitalidade para quem está sem rumo mostra que Deus existe, que Deus é amor, e sua misericórdia perdura para sempre. Paulo, na carta aos colossenses, se mostra solidário com todos aqueles que formam um mesmo corpo, que é a Igreja, e sabe que isso lhe custou sofrimentos. Ele sabe que é rico e glorioso o mistério da presença de Cristo no ser humano em todos os povos e a acolhida que o Cristo faz de todos em seu próprio corpo forma a nova humanidade da qual ele é a cabeça.

A virtude da acolhida se amplia e atinge as dimensões do universo. Devemos querer abraçar o mundo todo, tornando todos irmãos e irmãs da mesma família humana em primeiro lugar, e cristã se possível. Humana porque somos humanos. Cristã porque estamos convencidos que nossa fé em Cristo nos orienta ao respeito pela pessoa humana. Se o Verbo de Deus não tivesse se encarnado, não veríamos o ser humano com respeito. Quem não acredita em Deus nem na vida eterna só pode pensar em tirar o máximo proveito desta vida sem nenhuma preocupação com o outro. Quem acredita em Deus puro espírito, que nunca foi visto, imagina-o como quer. Mas o Deus encarnado nos deixa sem escapatória. Se amamos a Deus que se tornou homem temos que amar necessariamente a Deus e ao ser humano. Jesus, Verbo de Deus encarnado, identifica-se com o ser humano e o eleva à dignidade divina na sua ascensão ao céu quando introduz a nossa humanidade no seio da Santíssima Trindade. Não podemos, pois, não acolher o irmão porque quem acolhe o irmão acolhe a Deus. Não podemos amar a Deus e explorar o irmão. Não podemos crer em Deus e matar o irmão que não crê no meu Deus.