A Páscoa se aproxima; convertamo-nos! - Diácono Mario Braggio

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15/03/2016 - 00:15

Da maneira como Jesus nos é apresentado no Evangelho de João, não é fácil compreendê-lo. São inúmeros os textos que denotam ou atestam o assim chamado “mal entendido” nos diálogos do Mestre com seus interlocutores. Enquanto Jesus usa certas palavras com o seu significado mais profundo, os que o ouvem as interpretam de maneira imediata e superficial; as palavras que ele usa com sentido teológico são entendidas pelo seu significado comum. Devido a essa incompreensão, há várias situações em que os judeus não acreditam nele e, por isso, recusam a sua mensagem. Os próprios discípulos nem sempre compreendiam claramente o que o Mestre quer lhes dizer. O Paráclito, porém, lhes recorda as palavras ditas, ensina-os e os guia.

“Quando tiverdes elevado o Filho do Homem, então sabereis que eu sou, e que nada faço por mim mesmo, mas apenas falo aquilo que o Pai me ensinou. Aquele que me enviou está comigo. Ele não me deixou sozinho, porque sempre faço o que é de seu agrado” (Jo 8,28-29). Ora, as autoridades religiosas não compreendiam – e nem faziam questão de compreender – quem era Jesus e quem era o Pai a quem ele se referia, o que não as impedia de perceber o quanto Jesus suscitava a vida nas pessoas. Isto, aliás, as incomodava; assustava-as. E, quando lhes apontava o pecado, então, opunham-se abertamente contra ele.

Se os seus milagres e as suas palavras não foram suficientes para que lhe dessem  crédito e se convertessem, a morte na cruz e a ressurreição o seriam... Essa profecia de Jesus nos leva a refletir sobre o porquê passamos a apreciar e a valorizar pessoas, fatos e coisas, somente depois que as perdemos, somente depois que elas se vão.

Meu irmão e minha irmã é preciso chegar à Páscoa com o coração aberto e disponível. Diferentemente dos contemporâneos de Jesus, nós sabemos (muito bem) quais são as suas propostas. A partir delas avaliemos as nossas atitudes perante Deus e o nosso próximo. A Páscoa se aproxima; convertamo-nos!