Reflexão sobre a conversão ecológica e da partilha marcam missa afro, em Sapopemba

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Pe. Giberto chamou os fieis à conversão da partilha e da solidariedade na homilia
Publicado em: 22/11/2016 - 21:00
Créditos: Texto e fotos: Peterson Prates

“Como seria interessante se a gente não precisasse de um dia no ano para celebrar uma missa afro numa comunidade ‘x’. Como seria interessante se a gente pudesse celebrar uma missa afro todo domingo nas nossas comunidades. Uma missa animada, cantada, bem preparada - como essa foi - uma missa onde as pessoas pudessem dançar e cantar, ser o que elas são, como seria bom”, afirmou Pe. Gilberto Orácio em homilia da missa inculturada em estilo afrobrasileiro, realizada todos os anos pelo setor pastoral Sapopemba, e que nesse ano aconteceu em 15 de novembro, na Comunidade Nossa Senhora do Santo Rosário.

A missa afro, como é conhecida, é nada mais que a missa em ritmo latino, inculturada com características próprias do povo afrobrasileiro, como o uso do atabaque, vestes étnicas, a dança e o gingado durante os cantos e louvores.

A missa foi presidida pelo missionário espiritano Pe. Carlos Mariano, concelebrada pelo Pe. Giberto Orácio e contou com a presença do diácono permanente Jorge Luiz. Integrantes das sete paróquias, que formam o setor pastoral Sapopemba, participaram da missa.


Durante o ofertório, os presentes levaram alimentos, frutos da terra, que após a missa foram partilhados. Os santos negros São Benedito, Santa Bakita, Santa Ifigênia, entre outros, foram recordados, junto com o líder quilombola Zumbi dos Palamares, ícone da resistência negra.

Na homilia, Pe. Giberto declarou que “o mundo tem fome não porque é muita gente, mas porque a gente não sabe partilhar”, chamando os fieis à conversão da partilha e da solidariedade.

Nossa Senhora da Conceição Aparecida foi saudada como “negra Mariama”, e com pedidos de intercessão, sobretudo sobre o povo negro, ainda marginalizado na sociedade brasileira.

Pe. Gilberto recordou ainda que “a conversão é todo dia, todo dia,…” e reconheceu que “essa missa afro, lembrando Jesus no nosso meio, nos faz converter para o compromisso que temos com a natureza e com o irmão”.

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