“Eis-me aqui, venho para servir”

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“Chego com o propósito de me inserir na vossa caminhada”
Publicado em: 31/05/2016 - 13:45
Créditos: Texto e fotos: Peterson Prates

“Chego com o propósito de me inserir na vossa caminhada. Quero entrar nesse trem que se move em certa velocidade, já”, expressou dom Luiz Carlos Dias, na sua missa de acolhida como vigário episcopal da Região Belém, no sábado, 28 de maio, no Santuário Nossa Senhora do Sagrado Coração.

Dom Luiz Carlos foi nomeado pelo papa Francisco em 16 de março, bispo titular de Tunes e auxiliar da Arquidiocese de São Paulo. Foi ordenado em Caconde-SP, sua cidade natal, em 7 de maio, e, na festa de Corpus Christi, nomeado vigário episcopal para Região Belém tomando posse do ofício episcopal.

Em um rápido encontro com o clero, antes da missa de acolhida, dom Luiz manifestou sua alegria em ser nomeado bispo auxiliar para a Região Belém, região, que segundo ele, tem uma boa fama pelo dinamismo pastoral e protagonismo dos leigos. “Vim aqui para servir”, exprimiu a todo clero, recordando seu lema episcopal ("Vim para servir" Mc 10,45), e continuou “eu vim aqui para aprender a ser bispo. Isso dá uma certa responsabilidade a vocês”.

No início da celebração, o cardeal arcebispo de São Paulo, dom Odilo Pedro Scherer, saudou dom Luiz Carlos, lembrando que ele não está sozinho e que pode contar com a colaboração do cardeal e dos demais bispos auxiliares, bem como dos padres, diáconos e de “todo o povo disposto a colaborar para que a Igreja seja viva, atuante, e seja um belo testemunho de parte da cidade de São Paulo”. Dom Odilo lembrou que pela Região Belém “passaram grandes bispos”, como dom Luciano Mendes de Almeida, cujo processo de beatificação está aberto.

Região Belém: 40 anos de história

O coordenador de pastoral da Região Belém, Pe. Marcelo Maróstica, apresentou a dom Luiz e a toda a assembleia um histórico da região episcopal, que neste mês completou 40 anos de existência. Foram bispos, padres, diáconos, seminaristas, religiosos e religiosas, leigos e leigas que “fizeram da Região Belém lugar de vida, testemunho e missão”, apontou Pe. Marcelo, apresentando a dimensão da região, com 65 paróquias, seis áreas pastorais, 147 comunidades eclesiais, nove novas comunidades, três institutos de vida, divididos em dez setores pastorais.

“Neste chão da Região Belém, nasceram a Pastoral do Menor, a Pastoral do Povo da Rua, a Pastoral da Criança, a Pastoral de Fé e Política. Sementes que foram plantadas aqui e seus frutos se espalharam pela arquidiocese e até pelo Brasil”, disse Pe. Marcelo, que comentou também a missão permanente como “forte marca” da região, destacando o protagonismo dos leigos e a dimensão social da fé.

Pe. Marcelo lembrou o “testemunho de muitos irmão e irmãs, exemplos de doação e serviço apostólico, que até hoje nos inspira nesta caminhada”, entre esses exemplos recordou dom Luciano Mendes de Almeida, Ir. Dirce, Pe. Lauro Masserani e Waldemar Rossi. Não deixou de citar os movimentos populares que fizeram e fazem parte da história da Região Belém, como os movimentos de moradia, de saúde, o Movimento de Defesa do Favelado (MDF), o Centro de Defesa dos Direitos Humanos e o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente.

“Desde já, dom Luiz Carlos, o senhor faz parte dessa história” disse Pe. Marcelo. “Eu me alegro muito por hoje já estar inserido nesta história que é belíssima”, expressou dom Luiz, que completou “uma bela história da ação salvífica de Deus aqui neste povo”.

Vim para servir

 

“Eu vim aqui para servir, e contribuir exercendo meu ministério, cuja melhor tradução se encontra na palavra Pai”, afirmou dom Luiz, que parafraseou o Papa Francisco, dizendo “Peço-lhe licença para entrar na vida de vocês, para ser como um de vocês – ‘esse é meu desejo, com essa intenção eu chego aqui’”.

Durante a homilia, dom Luiz contou um pouco sobre sua cidade natal e trajetória presbiteral. Na sua diocese de São João da Boa Vista, foi reitor do Propedêutico, diretor do Instituto de Filosofia, reitor do Seminário de Teologia, professor em diversos institutos de filosofia e teologia, vigário paroquial, coordenador da Pastoral Missionária e membro do Conselho de Presbíteros na Diocese de São João da Boa Vista, e também Secretário Executivo da Campanha da Fraternidade e da Evangelização, na CNBB, durante os anos de 2010 e 2015.

Dom Luiz apresentou algumas referências para sua ação pastoral na Região Belém, como as Diretrizes Gerais para a Ação Evangelizadora da Igreja no Brasil. “Nós somos discípulos missionários de Jesus Cristo, chamados a sermos uma Igreja em saída, uma Igreja Missionária”, afirmou. Falou também da importância da caridade fraterna e da gratuidade, que nos impulsiona para práticas concretas de amor a Jesus Cristo, através dos irmãos.

Bispo e irmão

“Nós o acolhemos como bispo para nós, mas também como irmão”, disse o Cônego José Miguel, que ficou responsável pela região episcopal durante os seis meses em que esteve sem bispo auxiliar. Cônego Miguel manifestou a importância dos ministros ordenados assumirem o seguimento de misericórdia, da compaixão e da justiça. “São esses seguimentos que devem cercar a vida do pastor”, completou.

Cerca de 1.200 fiéis lotaram o Santuário para acolher o novo bispo da Região Belém. Os pais de dom Luiz, Onofre Ferreira Dias e Maria José Marques Dias, participaram da celebração que contou com a presença de familiares e amigos de Caconde-SP e Campinas-SP. A 2ª comunidade do caminho neocatecumenal de Caconde também se fez presente.

“Rezem por mim”

No seu primeiro dia de ministério episcopal, depois de sua acolhida como vigário da Região Episcopal Belém, dom Luiz presidiu duas missas, no domingo, 29 de maio. A primeira na Paróquia São Mateus Apóstolo, setor São Mateus, onde ministrou o sacramento da confirmação a mais de 150 jovens. Durante a noite, presidiu missa na Paróquia Imaculada Conceição, no setor Sapopemba, concelebrada pelo pároco Pe. Gilberto Orácio. “Rezem por mim, para que, de fato, seja um autêntico pastor”, pediu dom Luiz, antes da benção final.

Missa de acolhida de Dom Luiz Carlos Dias