No México, Papa celebra na periferia e visita hospital pediátrico

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Ao encontrar com crianças em tratamento, o Pontífice destacou a importância da “carinhoterapia” e das palavras “bendizer e agradecer”
Publicado em: 15/02/2016 - 11:45
Créditos: Redação com Rádio Vaticano

O Papa Francisco visitou na noite deste domingo, 14, o Hospital pediátrico Federico Gomez, um centro de excelência na Cidade do México, voltado ao atendimento das crianças mais pobres do país. Anualmente são 255 mil as crianças atendidas e 6 mil as internações.

Acompanhado pela Primeira Dama mexicana, Angelica Rivera, e pelo Diretor do Hospital, José Alberto Garcia Aranda, o Pontífice percorreu diversas alas do Hospital. Inicialmente, saudou 36 crianças, acompanhadas de familiares, no primeiro andar do hospital, onde pronunciou seu discurso. O Papa saudou uma a uma as crianças, dando a elas de presente um terço. Em um dos pequenos pacientes, com um pequeno conta-gotas, pingou uma medicação em sua boca. Emoção, gestos de carinho e atenção especial a cada um dos pequenos marcou o encontro.

Após as breves palavras de acolhida da Primeira Dama, o Papa dirigiu algumas palavras às crianças e aos funcionários, onde destacou a importância da “carinhoterapia” e das palavras “bendizer e agradecer”.

Leia a íntegra do discurso

Após, depositou flores aos pés de uma imagem de São Francisco, no pátio do hospital, dirigindo-se então ao Setor de Oncologia, onde encontrou crianças que fazem quimioterapia. Uma delas cantou Ave Maria em latim para o Papa, num dos momentos comoventes do encontro.

A entrada de Francisco na Sala do Sino foi outro momento forte. O badalar indica a cura de uma criança. Na verdade, foram duas badaladas já que, recentemente, duas crianças ficaram curadas. Uma delas é a pequena Helena Luz, que no sábado, 13, completou 7 anos. O som produzido pelo sino é como que uma advertência ao céu, um agradecimento, de que uma criança foi curada. O gesto é realizado na presença de crianças em tratamento para servir de encorajamento e esperança.

A seguir, o Papa encontrou de forma privada pacientes em tratamento. As imagens, por desejo do Pontífice, não foram transmitidas.

Missa em Ecatepec

Pela manhã, o Papa celebrou uma missa campal na cidade de Ecatepec, no subúrbio da capital mexicana, conhecida como uma das regiões como o maior índice de pobreza e violência do País.

Na homilia, o Santo Padre afirmou que a Quaresma é tempo de desmascarar três tentações: a riqueza, a vaidade e, advertiu, a pior delas, o orgulho. Recorrendo ao Evangelho do 1º Domigno da Quaresma, que narra o episódio das tentações de Jesus no deserto, Francisco pediu que todos prestem atenção a não “tentar dialogar com o demônio”, porque este vence sempre.

Leia a íntegra da homilia

“Este tempo de Quaresma é uma boa ocasião para recuperar a alegria e a esperança de nos sentirmos filhos amados do Pai. Este Pai que nos espera para nos livrar do cansaço, da apatia, da desconfiança e revestir-nos com a dignidade que só um verdadeiro pai e uma verdadeira mãe sabem dar aos seus filhos, as vestes que nascem da ternura e do amor”, afirmou o Pontífice.

O Santo Padre continuou afirmando que a Quaresma é tempo para regular os sentidos, abrir os olhos para tantas injustiças que atentam diretamente contra o sonho e o projeto de Deus. Tempo para desmascarar aquelas três grandes formas de tentação que rompem, fazem em pedaços a imagem que Deus quis plasmar.

“Escolhemos, não o diabo, mas Jesus; Se recordarmos do que escutamos no Evangelho, veremos que Jesus não contesta o demônio com nenhuma palavra própria e sim com as palavras de Deus, com as palavras da Escritura porque, irmãos e irmãs, tenhamos em nossas mentes, com o demônio não se dialoga, não se pode dialogar porque ele vai vencer sempre. Somente a força da Palavra de Deus pode derrotá-lo. Escolhemos Cristo, não o demônio”, exortou.

Nesta segunda-feira, 15, o Papa deixa a Cidade do México com destino a Tuxtla Gutiérrez e, em seguida, vai a San Cristóbal de Las Casas, onde celebrará a Santa Missa com as comunidades indígenas de Chiapas.