
No domingo, 14, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo metropolitano, e o Cônego José Bizon, diretor da Casa da Reconciliação, estiveram no Centro de Cultura Judaica para, junto com o Rabino Raul Meyer, Presidente do Centro da Cultura Judaica, celebrar a Festa das Luzes.
A cerimônia teve o intuito de celebrar a coexistência e a paz entre os seres humanos num encontro entre representantes das religiões católica e judaica, para comemorar as festas de final de ano: o Natal, celebrado por cristãos, e Chanuká, pelos judeus.
Ambas são conhecidas pela profusão de luzes e cores associadas às suas festividades. Além de acontecerem em datas próximas, compartilham valores e ensinamentos inspiradores não só aos membros de suas religiões, mas a toda a humanidade.
O Cardeal manifestou a sua alegria e satisfação por poder participar do momento da celebração das luzes, destacando que é uma ocasião muito “especial para judeus e cristãos”. Dom Odilo relembrou que a Sagrada Escritura possuiu diversas passagens que ressaltam o simbolismo da luz. “A luz como vinda de Deus, iluminando o caminho dos homems e significando caminho, discernimento, sabedoria e a presença do próprio Deus que indica o caminho”, afirmou.
Para o Arcebispo de São Paulo, a celebração das luzes nesta época do ano indica que a luz de Deus não abandona a humanidade “certamente a luz nessa época do Natal, para os judeus Chanuká, está a indicar que a luz de Deus não abandona a humanidade, mesmo quando nem sempre se tem consciência disso. Deus está próximo, conduzindo as pessoas pela sua luz”.
O Rabino Raul, por sua vez, destacou que em uma época marcada por conflitos entre algumas religiões, o encontro entre judeus e católicos mostra que “ainda há no mundo de hoje, grupos como esse que se reúnem dizendo ‘eu quero conhecer a sua religião e quero que você conheça a minha’, ou seja, nós somos filhos e um só pai. Nós podemos juntos lutar por um mundo melhor”.
Segundo as tradições judaicas, Chanuká surgiu a partir de um milagre: durante oito dias, a chama do candelabro do Templo de Jerusalém não se apagou. O Rabino destacou que todos precisam fazer parte desse milagre, sendo luz e iluminando o mundo e promovendo o diálogo, o respeito e as tolerâncias entre as várias tradições religiosas. “O Brasil é um exemplo de convivência pacífica de religiões e culturas diferentes e de mútuo respeito”, destacou Raul Meyer.
O Cônego José Bizon, em entrevista ao O SÃO PAULO declarou: “ Nós, católicos e judeus, acreditamos no Deus Uno. Sendo um, ele é luz para todos, católicos e judeus. Por isso, temos que ser testemunhas de um convívio pacifico”.