Dia Mundial dos Pobres: partilhar o amor de Deus com o outro

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“A pobreza é um escândalo”, disse o Papa Francisco durante a missa do domingo, 19, Dia Mundial dos Pobres.
Publicado em: 22/11/2023 - 16:45
Créditos: Redação

“A pobreza é um escândalo”, disse o Papa Francisco durante a missa do domingo, 19, Dia Mundial dos Pobres. “Pensemos em quantos são oprimidos, cansados, marginalizados, as vítimas das guerras e aqueles que estão sem pão, sem trabalho, sem esperança. Tantas pobrezas cotidianas, e não só uma, duas ou três. São uma multidão. Os pobres são uma multidão”, declarou, na homilia.

Por isso, nesta data, a Igreja recorda que “recebemos do Senhor o dom do seu amor e somos chamados a nos tornarmos dom para os outros”, afirmou ainda. A missa foi celebrada na Basílica de São Pedro, com centenas de pessoas em situação de pobreza, convidadas, como já é tradição, para um almoço com o Papa em seguida.

Em sua fala, o Papa Francisco abordou as pobrezas materiais, mas também aquelas “culturais e espirituais do nosso mundo”. Os pobres são também os invisíveis da sociedade, “de quem o grito de dor é sufocado pela indiferença geral de uma sociedade ocupada e distraída”. A pobreza tende a se esconder, denunciou o Pontífice, e por isso “temos que procurá-la com coragem”.

Citando Santo Ambrósio, ele acrescentou que Deus nos fará prestar contas de tanta indiferença questionando: “Por que tolerastes que tantos pobres morressem de fome, quando dispunhas de ouro com o qual obter alimento para lhes dar? Por que tantos escravos foram vendidos e maltratados pelos inimigos, sem que ninguém fizesse nada para resgatá-los?”(Os Deveres dos Ministros: PL 16, 148-149).

Por isso, é preciso “partilhar o pão” mas também “multiplicar o amor”. Cada pessoa, com os dons recebidos de Deus, pode colocar algo em comum – assim como fez Cristo. Durante a oração do Angelus, na qual voltou ao tema, ele disse que não é preciso ter medo de abraçar os dons, mas ter confiança em Deus e buscar compreender os motivos pelos quais “Deus confia estes dons a mim”.

“Antes de partir, Ele nos confiou os seus bens, os seus talentos, um verdadeiro ‘capital’: deixou a Si mesmo na Eucaristia, a sua Palavra de vida, a sua santa Mãe como nossa Mãe, e distribuiu os dons do Espírito Santo para podermos continuar a sua obra no mundo”, afirmou Papa Francisco. “Voltemos a fixar o olhar em Jesus, que recebeu tudo das mãos do Pai, mas não reteve para Si esta riqueza.