Que importância tem a catequese sobre a criação?

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03/10/2014 - 00:00

Querido leitor do JORNAL O SÃO PAULO hoje vamos refletir sobre o artigo da profissão de fé: “Creio em Deus Pai criador do céu e da terra”.

Que importância tem a catequese sobre a criação?

O catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 282, nos explica de maneira clara a importância do tema da criação.

Leiamos juntos:

282. A catequese sobre a criação reveste-se duma importância capital. Diz respeito aos próprios fundamentos da vida humana e cristã, porque torna explícita a resposta da fé cristã à questão elementar que os homens de todos os tempos têm posto a si mesmos: «De onde vimos?» «Para onde vamos?» «Qual a nossa origem?» «Qual o nosso fim?» «De onde vem e para onde vai tudo quanto existe?» As duas questões, da origem e, do fim, são inseparáveis. E são decisivas para o sentido e para a orientação da nossa vida e do nosso proceder.

O ser humano sempre foi perseguido por perguntas sobre o sentido da vida e do universo.

Qual é a origem da vida? De onde veio o ser humano? Ele é fruto do acaso? Sua natureza consiste em uma mistura de bem e de mal? Essa mistura explica a presença do mal no homem e no mundo? Ou o ser humano foi criado bom por um Deus bom? Se isso é verdade, como se explica o mal de que ele é vítima e do qual, muitas vezes, é a causa? Qual é o destino do homem e do mundo: a destruição pura e simples ou a plenitude que transcende o próprio mundo e a matéria? A vida é um simples acaso e, portanto, mera luta por sobrevivência? Ou ela é o fundamento, o primeiro passo e o início de uma realidade que está para além da matéria? Vivemos somente para sobreviver e para nos adaptar ou há um significado superior para todos os nossos esforços e canseiras? A ciência moderna responde a essas perguntas? Pode contribuir para respondê-las ou só atrapalha os que têm fé?

O catecismo dá um destaque especial à fé na criação porque crer na criação do mundo por Deus é a resposta que os cristãos dão para as questões fundamentais sobre o sentido de nossa vida e do mundo.

Mas é preciso que fique claro desde o início que o Catecismo da Igreja Católica não tem a intenção de ensinar ciências naturais. É exatamente isso o que os parágrafos 283 e 284 nos explicam.

283. A questão das origens do mundo e do homem tem sido objeto de numerosas investigações científicas, que enriqueceram magnificamente os nossos conhecimentos sobre a idade e a dimensão do cosmos, a evolução dos seres vivos, o aparecimento do homem.

284. O grande interesse atribuído a estas pesquisas é fortemente estimulado por uma questão de outra ordem, que ultrapassa o domínio próprio das ciências naturais. Porque não se trata apenas de saber quando e como surgiu materialmente o cosmos, nem quando é que apareceu o homem; mas, sobretudo, de descobrir qual o sentido de tal origem: se foi determinada pelo acaso, por um destino cego ou uma fatalidade anônima, ou, antes, por um Ser transcendente, inteligente e bom, chamado Deus. E se o mundo provém da sabedoria e da bondade de Deus, qual a razão do mal? De onde vem ele? Quem é por ele responsável? E será que existe uma libertação do mesmo?

Em poucas palavras, para a pergunta: “o nosso ser é fruto da vontade livre e amorosa de Deus bom ou é o resultado de um destino cego e do acaso?”, o cristão responde professando: “creio em Deus Pai, Criador”.

Artigo publicado no Jornal O São Paulo - 01/10/2014