Mês de setembro é o mês da Bíblia. O que é a Bíblia?

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12/09/2014 - 00:00

Etimologicamente falando, a palavra “Bíblia” significa conjunto de livros: trata-se, portanto, do substantivo coletivo de livro, ou seja, biblioteca.

A Bíblia é, portanto, um conjunto de escritos. Mas não qualquer tipo de escrito. Os Escritos que fazem parte da Bíblia são inspirados por Deus. Somente os livros que são inspirados pelo Espírito Santo estão presentes nessa biblioteca, na Bíblia.

A Bíblia é a Palavra de Deus? Evidentemente que sim. Mas é importante que fique claro que a expressão “Palavra de Deus” não indica primeiramente a Escritura, a palavra escrita, mas o evento, o acontecimento da revelação. Ora, esse acontecimento admirável de Deus, que vem ao encontro do homem para lhe falar como amigo e para convidá-lo a comunhão divina, tem a sua plenitude em Cristo. Assim, quando falamos de “Palavra de Deus”, é preciso pensar primeiramente não num texto, mas em uma pessoa, ou seja, em Cristo que é a plenitude da revelação divina (cf. DV 2). 

É essa compreensão que encontramos no Catecismo da Igreja Católica que, ao falar da Escritura, começa com o tema “Cristo: Palavra única da Sagrada Escritura”. 

Cristo é a Palavra única da Sagrada Escritura, no sentido de que a Revelação cristã antes de ser Escritura é evento e acontecimento. A Igreja Católica venera as Sagradas Escrituras, mas ela sabe que o cristianismo não é uma ‘religião do Livro’. O cristianismo é a ‘religião da Palavra de Deus’, não de ‘uma palavra escrita e muda, mas do Verbo encarnado e vivo (cf. VD 7). 

Cristo é a Palavra única da Sagrada Escritura, no sentido de que Ele é o princípio da unidade de toda a Sagrada Escritura porque, nas palavras escritas, ressoa a única Palavra que é o próprio Cristo. Por isso, se quisermos ter acesso à revelação divina é preciso ir a Jesus Cristo, o Verbo que se fez homem.

Essa presença da única Palavra nas palavras escritas da Bíblia é o motivo da veneração e do respeito que a Igreja tem pela Bíblia. Nós veneramos a Bíblia porque a plenitude da revelação, que é Jesus Cristo, poder ser descoberta por nós através da mediação da Escritura. Assim todo esforço que fazemos para conhecer a Sagrada Escritura está finalizado a conhecer o próprio Cristo. Conhecer a Bíblia é, de fato, conhecer Cristo.

Como é possível que um escrito nos abra o acesso à pessoa de Cristo, nos ponha em contato pessoal com Ele? Isso só é possível porque foi o Espírito Santo que inspirou a Escritura. É o fato de os livros da Bíblia serem escritos sob o impulso do Espírito Santo que fazem com que eles tenham duas características: eles são normativos e são sagrados. 

Eles são normativos, porque a Igreja recebe dos livros divinamente inspirados a sua regra de vida; neles ela recebe a orientação segura e clara de como Deus deseja que nós vivamos e nos comportemos tanto como indivíduos e quanto como comunidade.

Eles têm um caráter sagrado exatamente porque foram escritos por inspiração do Espírito Santo. Por isso nós os chamamos de Sagrada Escritura.

Bom mês da Bíblia!