Espirituadade Pascal: as Leituras Bíblicas

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22/04/2014 - 00:00

Os evangelhos propostos para esse Domingo de Páscoa chamam a atenção sobre a necessidade de compreendermos a Bíblia para aprofundar nossa fé em Cristo Ressuscitado, e encontrá-lo vivo. Pela manhã, o evangelho disse, a respeito de Maria Madalena, Simão Pedro e “e o outro discípulo, aquele que Jesus amava”, que: “de fato eles ainda não tinham compreendido a Escritura, segundo a qual ele – Jesus – devia ressuscitar dos mortos” (Jo 20,9). À tarde, poderia ser lido o evangelho dos discípulos de Emaús, aos quais Jesus censurou: “Como vocês custam para entender, e como demoram para acreditar em tudo o que os profetas falaram! Será que o Messias não devia sofrer tudo isso para entrar na sua glória?”. Então Jesus começou a explicar para os discípulos “todas as passagens da Escritura que falavam a respeito dele” (Lc 24,25-27).

Penso, pois, que a espiritualidade do Tempo Pascal passa também, necessariamente, pela meditação da Palavra de Deus. Há vários esquemas para ler a Bíblia nesses dias: o esquema das celebrações dos Domingos, o das celebrações durante a semana, e aquele proposto na Liturgia das Horas. Quero sugerir a vocês, irmãos e irmãs, que meditemos com maior empenho os textos evangélicos, escolhidos para a celebração dominical. A respeito deles, a Introdução do Lecionário ou Ordem das Leituras da Missa, OLM, nos oferece uma primeira compreensão: “Até o terceiro domingo da Páscoa, as leituras do Evangelho relatam as aparições de Cristo ressuscitado. As leituras do Bom Pastor são proclamadas no quarto domingo da Páscoa. No quinto, sexto e sétimo domingo da Páscoa leem-se passagens escolhidas do discurso e da oração do Senhor depois da última ceia” (OLM 100). A Ascensão do Senhor tem “texto próprio, segundo as variantes de cada evangelista”; e em Pentecostes “a leitura evangélica traz à memória como Jesus, na tarde do dia da Páscoa, torna os discípulos participantes do Espírito, ao passo que os textos opcionais  tratam da ação do Espírito nos discípulos e na Igreja” (OLM 102). Surge claramente o centro dos domingos da Páscoa: Jesus Cristo, o Bom Pastor. Aquele que foi crucificado, morto e sepultado, ressuscitou ao terceiro dia; ele se manifesta ressuscitado aos seus discípulos e os ensina; elevado aos Céus, envia de junto do Pai, sobre a Igreja, o Espírito Santo Paráclito.

Portanto, a meditação dessas passagens do Evangelho, indicados para os domingos de Páscoa e de Pentecostes, são uma oportunidade para deixar o próprio Senhor nos falar hoje, e abrir as nossas mentes para entendermos as Escrituras (Lc 24, 45). Creio que, desse modo, poderá se realizar em nossas vidas a convicção do Papa Francisco: “A Alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Quantos se deixam salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo, renasce sem cessar a alegria” (Evangelii Gaudium, 1).

Quero, em tempo, desejar-lhes uma Feliz Páscoa!

 

+ Edmar Peron,Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo
Vigário Episcopal para a Região Belém