Jornada Mundial da Juventude 2016

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03/08/2016 - 14:30

Na última semana, nossa atenção se voltou para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), em Cracóvia, na Polônia. Nossa Arquidiocese de São Paulo foi bem representada. No domingo, 24 de julho, depois da recitação do Ângelus, o Papa Francisco saudou com carinho os peregrinos da Arquidiocese de São Paulo e os da Diocese de São João da Boa Vista, e que participariam da Jornada, que se encontravam na praça de São Pedro, em Roma.

Nós que aqui ficamos, nos sentimos alegres pelos que lá estiveram e nos representaram. Unimo-nos em oração com todos os jovens dos cinco continentes que lá receberam uma injeção de ânimo, sentindo a presença de Jesus Cristo que bate sempre à nossa porta: “Estou batendo à porta. Se alguém escuta meu chamado e abre, entrarei em sua casa e cearei com ele e ele comigo” (Ap 3,20). O tema da Jornada escolhido pelo Papa Francisco se insere no contexto do Ano Santo extraordinário da Misericórdia: “Felizes os misericordiosos, porque encontrarão misericórdia” (Mt 5,7). Mais uma vez, ressonam em nossos ouvidos as palavras de Jesus que nos incitam à misericórdia, para dela sermos merecedores.

Lembramos aqui o diálogo de Jesus com aquele doutor da lei que lhe queria provocar e que resultou na parábola do bom samaritano. O doutor da lei sabia o que a lei mandava fazer e respondeu bem: amar a Deus de todo o coração, com toda a alma e com toda a mente e ao próximo como a si mesmo. Resposta perfeita. Jesus, então, lhe diz: “faze isso e viverás”, mas o doutor da lei, querendo se justificar, fazendo-se de desentendido, pergunta a Jesus: “quem é meu próximo? ” Então, Jesus conta uma parábola que mostra que não se pode dissociar a fé da vida, não se pode ser apenas mero espectador do que acontece ao nosso redor. As pessoas que passaram perto do homem que fora assaltado e ferido eram extremamente religiosas, mas viviam uma religiosidade dissociada da vida (cf. Lc 10, 25-37).

A misericórdia é compaixão (sofrer junto), compadecimento, sensibilidade. Corremos sempre o perigo de nos acostumarmos com tudo, mesmo com aquilo que contradiz o Evangelho e é desumano. Nestes dias, estamos atentos aos ensinamentos do Papa Francisco por ocasião da Jornada, todavia, para estarmos em estreita comunhão com a toda a juventude em Cracóvia, podemos refletir nestes dias as atitudes e os ensinamentos de Jesus sobre a misericórdia. Cremos que a experiência de fé, acolhimento, solicitude e conhecimento da cultura do povo polonês deixaram nossos jovens edificados. Esperamos que de volta ao Brasil, eles compartilhem a experiência da Jornada 2016 com os jovens que aqui ficaram.

Todas as Jornadas foram momentos fortes para a juventude e a Igreja. Agradecemos a Deus por este momento e esperamos que nossos jovens retornem mais motivados e com maior ardor missionário e evangélico.

Dom Eduardo Vieira dos Santos

Bispo auxiliar da Arquidiocese na Região Sé

Artigo publicado no Jornal O SÃO PAULO - Ed. 3113/ 3 a 9 de agosto de 2016