“Jesus ressuscitou verdadeiramente”

A A
28/03/2016 - 11:00

“Não é grande coisa – escreve santo Agostinho – acreditar que Jesus morreu; também aqueles que não têm fé acreditam nisso. Mas a coisa verdadeiramente grande é acreditar que Jesus ressuscitou. A fé dos cristãos é a ressurreição de Cristo!”. Se Cristo não tivesse ressuscitado, vã seria a nossa fé.

Nossa fé na ressurreição de Cristo é “apostólica”, ou seja, têm sua origem na experiência dos apóstolos. É do anúncio de quem viu e sentiu que deriva a nossa fé na ressurreição. O testemunho dos apóstolos é sério e documentado por muitas provas. São Paulo resume bem essa verdade na carta aos Coríntios: “De fato, eu vos transmiti (...) o que eu mesmo tinha recebido, a saber: que Cristo morreu pelos nossos pecados (...) foi sepultado e, ao terceiro dia, foi ressuscitado (...); e apareceu a Cefas e, depois aos Doze. Mais tarde, apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez (...). Depois apareceu a Tiago; depois, a todos os apóstolos; por último apareceu também a mim (...)” (1Cor 15, 3-8). O testemunho de são Paulo é particularmente significativo, pois o encontro com Cristo vivo mudou sua vida de perseguidor a apóstolo do evangelho. São Pedro e São João, aprisionados e ameaçados de morte, dirão: “(...) não podemos calar sobre o que vimos e ouvimos, (...) nós que comemos e bebemos com Jesus, depois que ressuscitou dos mortos” (At 4, 20;10, 41). As “aparições” constituem a prova, por excelência, da ressurreição de Jesus.

Portanto, a ressurreição de Cristo é um fato histórico, objetivo; não é fruto de alucinação coletiva. Quando uma pessoa vive uma experiência profunda, não pode permanecer calado, por mais que esteja consciente que suas palavras não conseguirão nunca expressar a intensidade e a plenitude da experiência que viveu. A experiência de Cristo ressuscitado foi tão marcante na alma dos apóstolos e discípulos, que necessariamente tinham que falar dela, era impossível permanecer calado, mesmo que isso lhes custasse a própria vida.

Justamente, por isso, os primeiros cristãos eram monotemáticos, isto é, apenas diziam que ‘Cristo morreu, mas ressuscitou dentre os mortos’ (querigma). Todos os demais temas da pregação giravam em torno dessa mensagem. Eles não anunciavam idéias, mas acontecimentos vividos em primeira pessoa. Esta experiência de Cristo ressuscitado não foi passageira, mas algo que se incorporou à vida daqueles homens e daquelas mulheres, e que mudou definitivamente a história de cada um deles.

Através do sacramento do batismo, a ressurreição de Cristo torna-se garantia de nossa ressurreição. Podemos afirmar, que, com o batismo, apropriamo-nos do mistério da ressurreição. Somos como que marcados com o selo do Espírito Santo (pertença a Deus), para também ressuscitarmos como Jesus. Através do batismo nos agarramos a Cristo ressuscitado, sabendo que Ele nos “segura” com firmeza, mesmo quando as nossas mãos se enfraquecem. As mãos de Cristo, porém, sempre nos mantém. Onde quer que caiamos, sempre iremos cair em suas mãos. Pois as mãos de Cristo nos protegem, sobretudo diante das portas da morte, onde ninguém pode nos acompanhar, ali está as mãos do Senhor para nos proteger. Por isso mesmo, o cristão não teme a morte, pois Cristo ressuscitado está conosco, Ele vive em nós. Nele também venceremos a morte. Feliz Páscoa a todos!