A felicidade é Cristo, não um aplicativo no celular

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No último fim de semana, 23 e 24 de abril, milhares de jovens participaram do Jubileu dos Adolescentes no vaticano.
Publicado em: 25/04/2016 - 10:00
Créditos: Redação, com Rádio Vaticano

Foi um fim de semana movimentado para os jovens que participaram do Jubileu dos Adolescentes, no vaticano. O evento iniciou no sábado, onde a Praça São Pedro se transformou em um grande confessionário a céu aberto, com 150 sacerdotes atendendo confissões dos jovens, entre eles o próprio Pontífice, para a surpresa dos fiéis. Francisco confessou por uma hora e meia 16 rapazes e moças.

A noite de testemunhos, oração e reflexão foi uma das etapas dos três dias de Jubileu que os jovens estão celebrando com o Papa Francisco. Em videomensagem veiculada no Estádio, Francisco agradeceu a presença dos jovens e falou dos lenços que muitos deles estavam usando com as Obras corporais de misericórdia. “Coloquem essas Obras na cabeça, porque são o estilo de vida cristão. Como sabem, as Obras são gestos simples, que pertencem à vida de todos os dias, permitindo reconhecer a Face de Jesus no rosto de tantas pessoas. Inclusive jovens! Jovens como vocês que têm fome, sede; que são prófugos ou forasteiros ou doentes e pedem a nossa ajuda e a nossa amizade”.

Os jovens voltaram a se encontrar com o Papa Francisco este domingo (24/04), desta vez para a Santa Missa por ocasião do Jubileu dos Adolescentes.

O cenário para este encontro foi novamente a Praça São Pedro, com a participação de cerca de 100 mil fiéis, a homilia do Pontífice foi inspirada no Evangelho do dia, no mandamento de Jesus aos discípulos, "amai-vos uns aos outros como eu vos ameis".

“O amor é a carteira de identidade do cristão, é o único ‘documento’ válido para sermos reconhecidos como discípulos de Jesus. Se este documento perde a validade e não for renovado, deixamos de ser testemunhas do Mestre”, disse Francisco, que reconheceu que amar não é fácil. É exigente e requer esforço, pois significa oferecer algo de nós mesmos: o próprio tempo, a própria amizade e as próprias capacidades. Não é o amor das novelas. É livre, porque não possui.

O segredo para amar é Jesus, acrescentou o Papa, que oferece o dom maior, um dom para a vida: Ele nos oferece uma amizade fiel, da qual nunca nos privará. A principal ameaça que impede de crescer como se deve é ninguém se importar conosco, é nos sentirmos deixados de lado. Ao contrário, o Senhor está sempre conosco. Ele nos espera pacientemente e aguarda o nosso «sim».

A felicidade não é um 'app' no celular

Francisco falou ainda do desejo de liberdade que os adolescentes sentem. Ser livre, afirmou ele, não significa fazer aquilo que se quer, mas é o dom de poder escolher o bem: é livre quem procura aquilo que agrada a Deus, mesmo que nos obrigue a escolhas corajosas. Ser livre é saber dizer sim e não. “Não se contentem com a mediocridade, ficando cômodos e sentados; não confiem em quem os distrai da verdadeira riqueza, dizendo que a vida só é bela se possuir bens materiais. A felicidade não tem preço, nem se comercializa; não é um ‘aplicativo’ que se baixa no celular: nem a versão mais atualizada os ajudará a torná-los livres e grandes no amor.”

Com efeito, o amor é o dom livre de quem tem o coração aberto; é uma responsabilidade que dura toda a vida; é um compromisso diário, feito também de sonhos. "Ai dos jovens que não sabem sonhar. Se um jovem dessa idade não sonha, já está aposentado." O amor não se realiza falando dele, mas o colocando em prática! Para crescer no amor, o segredo também é o Senhor. “Quando parecer difícil dizer não àquilo que é errado, ergam os olhos para a cruz de Jesus e não larguem a sua mão que os conduz para o alto”, indicou o Papa. Esta mão que, muitas vezes, pode ser a de um pai, de uma mãe ou de um amigo para não nos deixar caídos. "Deus nos quer em pé, sempre."

Treinar o amor

Mas também para amar é preciso treinamento, disse Francisco, como os campões esportivos, começando desde já com empenho e afinco. Como programa diário desse treinamento, o Papa sugeriu as obras de misericórdia. “Assim, se tornarão campeões de vida, campeões de amor, e serão reconhecidos como discípulos de Jesus. E lhes garanto: a alegria será completa.”

Ao final da Missa, o Papa percorreu toda a Praça S. Pedro a bordo de seu papamóvel para saudar os fiéis.