Seminaristas relatam experiências da Missão de Férias 2023

A A
Alguns dos seminaristas compartilharam com O SÃO PAULO o que vivenciaram e o quanto isso foi enriquecedor para seu processo formativo ao sacerdócio.
Publicado em: 12/07/2023 - 13:30
Créditos: Redação

Ao longo da semana de Missão de Férias, realizada entre os dias 1o e 9 de julho, os 49 seminaristas das três casas de formação do Seminário Arquidiocesano Imaculada Conceição (Propedêutico; Filosofia – etapa do Discipulado; Teologia – etapa da Configuração) visitaram casas, escolas, unidades prisionais e da Fundação Casa, estiveram com os enfermos e compartilharam vivências com crianças, jovens, adultos e idosos em paróquias. 

Alguns dos seminaristas compartilharam com O SÃO PAULO o que vivenciaram e o quanto isso foi enriquecedor para seu processo formativo ao sacerdócio, conforme apresentamos a seguir. 

Todas as imagens da Missão de Férias 2023 podem ser acessadas nas redes sociais @jornalosaopaulo ou por meio da hashtag #MissãoArquiSP2023.

ESCUTA DOS DRAMAS, SONHOS E DIFICULDADES DAS PESSOAS

Donato Sousa da Silva, do 3o ano do Seminário de Teologia, esteve com o grupo que realizou missão na Paróquia Espírito Santo, na Região Brasilândia, junto aos seminaristas Gabriel Vaz, Kaique, Gabriel Felipe, Douglas e Enzo, sob a orientação do Padre Evander Bento Camilo, Administrador Paroquial. 

Para Donato, um dos momentos mais significativos foi o das visitas às casas no território de abrangência da Paróquia.

“A experiência da escuta, ou melhor, escutar com o coração, foi algo fundamental. Ouvir as pessoas em seus dramas, sonhos, dificuldades é sempre um grande ensinamento; ouvi-las e nas suas palavras encontrar a presença de Deus foi a experiência mais marcante para mim. Vi pessoas que abdicaram dos seus planos, sonhos, profissão para cuidar da mãe, do pai. Isso é lindo! É o amor de Deus sendo espalhado entre o povo de Deus. As pessoas sempre perguntavam muito sobre o Padre, o seminário, a vida do seminarista, a Igreja. Nessas visitas, foi especial o carinho e o respeito delas conosco. São duas reações que guardarei para sempre, que me ajudaram e me motivaram a querer entregar a minha vida, ainda mais para o Reino de Deus e a sua Igreja na Arquidiocese de São Paulo”, contou. 

Uma visita em especial está na mente do seminarista Donato: a ida à residência da senhora Alice, de 98 anos de idade, ocasião em que foram recepcionados por ela e pela filha Joelma.  

“Foi um momento único de fé e amor, da presença de Deus e de uma paz capaz de acalmar os nossos corações. Elas foram extremamente acolhedoras, com um carinho e bondade. Dona Alice tem 98 anos e está com uma saúde impecável, com uma lucidez uma vitalidade que só podemos chamar de Graça e bondade de Deus. Ela teve apenas quatro filhos que cuidam dela muito bem. O esposo faleceu na igreja após um infarto, mas isso não abalou a fé da dona Alice, que continua firme no amor de Deus e, principalmente, espalhando o amor e a fé de Deus para seus filhos, netos, bisnetos e tataranetos. Conhecer esse testemunho me ensinou a amar e olhar a beleza da vida. Dona Alice, nos seus 98 anos, é feliz, animada e tem uma fé inabalável, uma vida que, com certeza, é agradável aos olhos de Deus. Eu apenas peço isto para Deus: que a minha vida, minha vocação, seja agradável aos olhos de Deus e que meu ministério seja fecundo e feliz, como a vida da dona Alice”.

A MISSÃO JUNTO AOS DESCARTADOS PELA SOCIEDADE

Fabiano Henrique, do 3° ano do Seminário de Teologia, esteve em missão com a Pastoral do Menor, na companhia dos seminaristas Murilo, João Vitor, Gustavo, Leonardo de Morais e Fábio. Eles foram orientados por Sueli Camargo, coordenadora Arquidiocesana da Pastoral do Menor. 

Para Fabiano, as situações mais marcantes envolveram as visitas às unidades da Fundação Casa: “Ali percebemos o quanto os filhos de Deus são vilipendiados por um sistema nocivo e cruel, que nada fornece às crianças em situação de vulnerabilidade e depois exige deles que cumpram as leis a que todos estão obrigados a se submeter”.

O seminarista enalteceu o trabalho feito pela Pastoral do Menor na atenção a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade: “Desde o apoio aos abrigos para menores abandonados em vias de adoção, passando por outros tantos serviços conveniados com o poder público, os quais assistem comunidades carentes de onde provém, em última instância, os jovens em conflito com a lei (infratores)”.

Fabiano também comentou sobre a visita às duas creches, à capela e à casa que a associação Aliança de Misericórdia mantém na Comunidade do Moinho, na região central da cidade. 

“O que percebemos naquela comunidade, de maneira muito forte, foi a total ausência ou negligência do Estado. A única referência de civilização dentro da comunidade era a presença das creches e dos missionários da Aliança de Misericórdia. A presença da Igreja Católica lá dentro impõe respeito e credibilidade aos seus habitantes, de maneira que até mesmo os óbitos que ocorrem dentro da comunidade são comunicados aos missionários ou aos educadores. Inexiste qualquer outro serviço público dentro da comunidade. A Igreja Católica, portanto, exerce uma presença que é amplamente respeitada e reconhecida por todos os moradores. É uma fonte de humanidade no deserto da pobreza daquela comunidade”, salientou. 

CONFIANÇA NA AÇÃO DE DEUS 

Gabriel dos Santos Lima, do 2o ano do Seminário de Filosofia, esteve no grupo que foi em missão à Paróquia São Miguel Arcanjo, na Região Santana. Ele teve a companhia dos seminaristas Bruno, Carlos Vinicius, Dêvisson, Leonardo Ramos e Rodolfo. Os rapazes foram orientados nas atividades pelo Padre Edson Fernandes, Administrador Paroquial. 

Para Gabriel, um dos momentos mais significativos ocorreu já no primeiro domingo da Missão, quando os seminaristas participaram do encontro dos jovens que se preparam para a Crisma e deram seu testemunho vocacional. 

“Imaginei que em algum momento os jovens se cansariam de nos escutar, afinal estávamos em seis seminaristas, mas foi justamente o contrário: prestaram atenção em cada uma das histórias, riram, se divertiram e se empolgavam por escutar a próxima. Assim, o encontro que deveria ter durado cerca de uma hora, durou quase duas, e foi uma das melhores experiências com a juventude, e também um forte momento vocacional para todos eles”, recordou.

O seminarista disse ter aprendido muito também na visita que fez à casa da paroquiana Sônia, que em um dos dias preparou a refeição para o grupo: “Fomos visitá-la para abençoar a ela e sua casa como forma de agradecimento, e escutamos a sua história. Gostei muito de ouvi-la, tanto por ser uma pessoa tão simples quanto por relatar, com tanta leveza, os problemas de saúde e de vida que tem. Nessa visita, pude sentir três coisas: o carinho e acolhimento dos paroquianos em nos receber; a presença do Espírito Santo conduzindo todo aquele encontro; e a consolação que Deus concede às almas por meio de nosso simples serviço. Percebi que não precisamos fazer nada demais, basta cumprirmos o deve que nos foi dado, e o próprio Senhor cuida de todo o resto. Foi uma visita alegre em que entramos e saímos cheio de Deus!”.

VISITAS DESPERTAM O PERTENCIMENTO À IGREJA

Gabriel de Oliveira da Silva, do 3o ano do Seminário de Teologia, esteve em missão na Paróquia São Pedro Apóstolo, na Vila Industrial, Região Belém, na companhia dos seminaristas Gabriel Couto, Gustavo, Matheus, Nedson e Salomão David. Eles foram orientados pelos Padres Carlos André Romualdo, Administrador Paroquial, e Benedito Aparecido de Maria Borba, Vigário Paroquial. 

Segundo Gabriel de Oliveira, as visitas de porta a porta permitiram o anúncio da Palavra de Deus “às famílias, jovens, crianças e idosos que se fazem distantes da vivência em comunidade de fé reunida em torno da Eucaristia”, algo que – conforme destacou – é fundamental, tendo em conta o dado da pesquisa do 1o sínodo arquidiocesano de que apenas 6% dos católicos na Arquidiocese participam assiduamente das atividades da Igreja. 

“Podemos perceber na missão o quanto dos ‘católicos’ vivem a sua fé isolada, isto é, fora da comunidade eclesial. Assim, as visitas despertaram nas famílias a importância desta vivência e, sobretudo, ajudaram a conscientizar sobre esta pertença em comunidade, para que as pessoas levem seus filhos para ser batizados, para fazer a 1° Eucaristia e a Crisma, bem como para fazer uma boa Confissão e regularizar a vida matrimonial. As pessoas ficaram muito emocionadas e agradeceram por este momento frutuoso da missão em suas casas”, contou. 

Já para Salomão David, do 2o ano do Seminário de Filosofia, o momento mais marcante foi a ida à casa da senhora Tereza de Jesus dos Santos, 84. Enquanto ela se confessava com o Padre Benedito, a filha, Angela Maria dos Santos, relatou uma grande Graça alcançada pela família.

“Deixamos o padre e a senhora sozinhos na sala e ficamos do lado de fora, conversando na rua. A Angela, então, me disse que sua mãe ficou 26 dias internada e repetiu diversas vezes ser um milagre a sua recuperação. A fé e o milagre testemunhados por esta família e o desejo de receber o sacramento da Confissão me inspiram a permanecer respondendo a este chamado para um dia também ser instrumento de graça para todos aqueles que precisarem. Fez toda a diferença também a presença do padre Carlos André Romualdo nas visitas, pois além de ser uma oportunidade para muitos o conhecerem, após o término da Missão de Férias, as pessoas o terão como referência para suas necessidades”.

O ENCONTRO COM CRISTO EM CADA IRMÃO ENCARCERADO

Daniel Alexo Rocha, do 2o ano do Seminário de Filosofia, esteve no grupo de missão nas unidades prisionais masculinas e femininas visitadas pela Pastoral Carcerária nos bairros de Santana, Belenzinho e Pinheiros. Também estiveram nessa missão os seminaristas César e José Cícero, orientados por agentes desta Pastoral e por seu assessor eclesiástico arquidiocesano, o Padre Gianfranco Graziola. 

Daniel observou que o caminho de preparação para o sacerdócio “é um processo de configuração com Cristo, tornando-se um outro, porém, o mesmo Cristo, sobretudo o Cristo Bom Pastor, que deve ir ao encontro de suas ovelhas. Pude nesta Missão de Férias, unido aos meus irmãos seminaristas, ir ao encontro dessas almas nos centros de detenção. Uma experiência profunda e o que mais me impressionou  é que ocorreu o processo contrário: fomos nós mesmos encontrados por Deus, como diz o próprio Evangelho: ‘Estive preso e me visitastes’ (Mt 25,46). Fato impressionante! Pude encontrá-Lo em cada olhar; e percebi em cada uma daquelas pessoas a sede de Deus, seja em cada gesto, seja em cada palavra daqueles homens e mulheres. Isso não tem uma explicação lógica racional, ao contrário, a única lógica é a autoridade do próprio Evangelho. Aprendemos nessa missão, de fato, a lógica de Cristo, aquela que é loucura para os homens, mas o sentido da vida cristã, sobretudo a essência do sacerdócio”, comentou. 

CHEGANDO AOS CORAÇÕES NOS CÁRCERES 

Entre os seminaristas que realizaram missão nas unidades prisionais de Franco da Rocha (SP), esteve Vitor Norberto da Silva Pacheco, do 3o ano do Seminário de Filosofia. Junto aos agentes da Pastoral e ao Padre Gianfranco Graziola, ele este na missão com os seminaristas Vinícius, Vitor Battisti e Yago. 

Vitor Noberto conta que o grupo de seminaristas missionários sentiu-se cativado pelo olhar esperançoso de cada homem e mulher presos: “Todos que se aproximavam, tinham o desejo ardente de estar na presença de Deus e nada mais queriam. Um momento marcante foi quando um dos presos pegou um violão e começou a tocar uma musica relacionada com a leitura e reflexão feitas em cima da primeira carta de São Paulo aos coríntios, capítulo 13. (Sobre o Amor). Naquele momento, enquanto cantávamos, olhei para cada um deles e via como se emocionavam ao se deixar estar na presença de Deus”.

O seminarista diz estes e outros acontecimentos deixaram os missionários emocionados, “pelo fato de estarmos ali como instrumentos de Deus, que por meio da Igreja conseguimos alcançar os corações mais afastados em meio a tanto sofrimento dentro daquelas celas. Tudo isso só nos fortaleceu em nossa caminhada rumo ao sacerdócio e nos mostrou um pouco mais de como é ser a pessoa de Cristo para aqueles que tanto precisam”.

AS PESSOAS APRECIAM AS COISAS SAGRADAS

Seminarista no 1o ano de Teologia, Luís Henrique Rodrigues de Lima esteve com o grupo de missão na Paróquia São Cristóvão, na Região Sé, junto com os seminaristas Douglas, Eduardo, Leonardo, Vinicius e Gabriel Caetano, orientados pelo Cônego José Arnaldo Juliano dos Santos, Pároco.

Luís Henrique relata que um dos momentos mais marcantes aconteceu de modo inesperado.

“Em um dia, passando pelas ruas do bairro da Luz, no centro de São Paulo, eu carregava junto comigo uma imagem da Imaculada Conceição. Ao andar pela famosa Rua São Caetano e as demais ‘ruas das noivas’, muitos que viam a imagem logo faziam o sinal da cruz. E uma comerciante logo que viu a imagem pediu para que entrássemos em sua loja para rezarmos por ela e seu neto que estava enfermo. Ela, com muita devoção e fé, pediu para segurar a imagem da Virgem, abraçando-a firmemente com muito carinho. Ao ver esse belíssimo testemunho de fé, refleti com os outros seminaristas: como o povo ainda aprecia as coisas sagradas! E nós, como futuros padres, precisamos estar atentos a essa realidade, ouvindo e acolhendo o povo de Deus, para que todos se sintam e sejam, realmente, parte da Igreja de Cristo”. 

A PRESENÇA DA IGREJA É DESEJADA PELOS FIÉIS

Leonardo Tatsuo Inoue, do 2o ano do Seminário de Filosofia, esteve com o grupo de missão na Paróquia Santa Ângela e São Serapião, na Região Ipiranga, na companhia dos seminaristas Eliel Martins, Gabriel Augusto, Jefferson Lopes, Vítor Roberto e Victor Natali. 

O grupo visitou residências, um posto de saúde, uma casa de repouso, além de terem realizado a missão de rua. As iniciativas foram orientadas pelo Padre Christopher Velasco, Pároco.

“Presenciamos realidades diversas. Em todas, era visível a necessidade da presença as Igreja e a alegria que cada visita produzia. A visita de rua, realizada na sexta feira, 7, foi uma missão conjunta com a Paróquia Nossa Senhora de Fátima e seu Pároco, Padre Anderson Bispo. Iniciamos com a oração de São Francisco e a lembrança do padre sobre a caridade que nos leva a enxergar o Cristo nos irmãos da rua. Inclusive, um deles fazia aniversário. Preparamos para ele uma festa com a temática de seu time de futebol, balões e bolo. A festa terminou com um agradecimento especial. Por iniciativa própria, o aniversariante se ajoelhou e conduziu uma oração de ação de graças, finalizando este momento marcante”, recordou Leonardo. 

Sobre a visita ao posto de saúde, ele comentou que os seminaristas conduziram preces e cânticos, distribuíram o Terço e orações, convidaram as pessoas para que participem das missas e atividades da Paróquia e dialogaram com pacientes, entre as quais pessoas de outras religiões. 

“As pessoas nos perguntaram sobre como decidimos entrar para o seminário, conversas que desembocaram sobre a importância de Deus em suas vidas, em especial para as crianças. Durante as orações e cantos, pessoas que aguardavam atendimento se uniram ao momento orante e se emocionaram. As conversas com as crianças e as orações para os trabalhadores, lembrados pelo padre como fundamentais, humanizaram o local e trouxeram um ponto de paz em meio ao ambiente pesaroso”, concluiu. 

OUVIDOS ATENTOS AO PRÓXIMO

O seminarista Rafael Manente, do 2o ano do Seminário de Filosofia, esteve no grupo de missão que foi à Paróquia São João Gualberto, na Região Lapa, assim como os seminaristas Josué, Caio Viana, Gil Pierre e Victor Flores, orientados pelo Padre Ailton Bernardo de Amorim, Pároco.

Rafael afirmou que o conjunto das atividades realizadas foram marcantes, incluindo os diálogos com os paroquianos e com as famílias nas casas. “Em muitas que visitamos, passamos mais tempo ouvindo as histórias das famílias do que pregando o que havíamos preparado. Talvez providencialmente, ouvimos histórias que detalham desde uma superação milagrosa de um câncer até às trivialidades cômicas do cotidiano de quem trabalha numa paróquia. Conhecemos famílias que nos receberam com uma alegria e um sorriso que só podem ser explicados pela sua fé e dedicação à Igreja. Outras, que num primeiro momento pareciam mais apreensivas, mas, aos poucos, se abrem e compartilham das provações que estão passando em suas vidas. A simplicidade com que nos recebiam – como se naquele pequeno momento, em suas casas, nos tornássemos parte da família – fizeram com que algumas horas de conversa valessem por meses de conversa fiada que usualmente temos no dia a dia”.

Rafael disse ter ficado impressionado com a força espiritual e determinação de muitos que passaram por intensas provações, bem como pela história de pais que trabalham em inúmeros empregos para sustentar suas famílias e mães que oram incessantemente pela conversão de vida de seus filhos e avós que não medem esforços para transmitir aos netos o que aprenderam na Igreja.

“Em todas as casas que visitamos na região da Paróquia São João Gualberto, um bom senso de humor e um generoso coração era o que nos esperava. Independentemente de sua história ou situação atual, todos estavam bem-dispostos a dar uma boa risada e agradecer a Deus por tudo que viveram e ainda irão viver. E foi essa combinação de diferentes realidades, diferentes pessoas e a abertura ao nos receber que mais me marcou nessa missão. Como aprendizado para um futuro sacerdócio, levo as histórias dessas pessoas comigo. Penso que o sacerdócio se realiza muito ao cuidar de pessoas, ou seja, cuidar de suas almas. E que forma melhor para fazer isso do que conhecer suas histórias e ajudá-las a descobrir a história que Deus quer escrever na vida delas?”. 

O seminarista prefere não destacar uma visita específica, mas lembra que “a combinação de todas essas pessoas que conhecemos nos faziam refletir sobre cada uma: ‘diante dessa história que apresentada, qual o próximo passo que Deus pede de mim?’”, concluiu.

O ‘CINE DA FÉ’

A Missão de Férias dos Seminaristas na Paróquia São João Gualberto foi ainda marcada por uma peculiaridade: a realização do “Cine da Fé”, na noite da sexta-feira, 7, com a exibição dos dois primeiros episódios da série “The Chosen”, produzida pela Angel Studios, e que apresenta a vida de Jesus e seus discípulos. 

“Assim que começamos as visitas, divulgávamos esse evento – com o nome de ‘Cine da Fé’ – para todos que encontrávamos. Como o evento seria no final da semana, ele logo se tornou uma oportunidade de rever aqueles que já havíamos visitado ao longo da semana e reunir todos num único local para uma reflexão sobre a vida de Jesus”, recordou Rafael.

Após dois episódios, o seminarista Gil Pierre, do 3o ano do Seminário de Filosofia, fez uma reflexão sobre a mensagem central desses episódios. Depois, houve um momento de perguntas e reflexão conjunta. 

“Alguns já haviam assistido a série, mas relataram nunca ter captado alguns aspectos desses episódios. A partir disso, muitos compartilharam reflexões próprias que ajudaram a compreender melhor quem é Jesus Cristo e como torná-Lo mais próximo. A ideia de passar essa obra cinematográfica era justamente para extrair essas pequenas reflexões de um aspecto da vida de Jesus e levar isso para sua vida de oração. Similar a uma meditação de uma passagem do Evangelho, o caráter visual nos ajuda também a conhecer melhor a Cristo e repousar alguns instantes sobre esse novo conhecimento. Torna-se, assim, uma maneira de meditar detalhes muito facilmente esquecidos numa leitura apressada do Evangelho, como o sorriso de Jesus, os prováveis temperamentos dos Apóstolos e até a representação histórica e cultural do ambiente em que Cristo viveu”, comentou.