Profundamente entristecido pela perda trágica de tantas vidas humanas, o Papa Francisco enviou uma mensagem – por meio da Secretaria de Estado – ao Cardeal John Njue, presidente dos bispos católicos do Quênia, na sequência do recente ataque à Universidade Garissa, no Quênia, nesta Quinta-feira Santa.
O Pontífice promete de suas orações e proximidade espiritual às famílias daqueles que perderam a vida e de todos os quenianos neste momento doloroso. Francisco encomenda as almas dos falecidos à misericórdia infinita de Deus Todo-poderoso e reza para que todos os choram por eles possam ser consolados.
Unido ao povo de boa vontade de todo o mundo, o Papa condena este ato de brutalidade insensata e reza pela conversão dos corações daqueles que cometeram este horrível massacre.
Francisco convida as autoridades a duplicarem os esforços de colaboração com todos os homens e mulheres do Quênia para que se ponha fim a esta violência e nasça a aurora de uma nova era de fraternidade, justiça e paz.
O ataque
Atiradores mascarados ligados à milícia radical Al Shabaab, originária da Somália, invadiram a Universidade de Garissa, no nordeste do Quênia, e atacaram estudantes cristãos, deixando ao menos 147 mortos e outras 79 feridas, informou o Centro de Operação Nacional de Desastres do Quênia.
Depois de matar dois policiais que estavam de vigia, os terroristas invadiram a universidade e atacaram os alunos nos dormitórios.
Os atiradores invadiram os dormitórios perguntando às pessoas se eram cristãs ou muçulmanas. "Quem fosse cristão era baleado ali mesmo", disse Collins Wetangula, vice-presidente do diretório estudantil da universidade. "A cada tiro que ouvia, eu pensava que iria morrer". Ele foi resgatado com outros estudantes por agentes de segurança.
Segundo a polícia, o cerco ao local terminou com a morte dos quatro autores do ataque.
Informações oficiais apontam que 312 pessoas morreram em ataques da Al Shabaab no Quênia entre 2012 e 2014. A Al Shabaab é ligada à Al Qaeda e luta para instaurar um califado na região. A milícia foi incluída em março de 2008 na lista de organizações consideradas terroristas pelo governo dos EUA.
A facção é considerada também responsável pelo ataque ao Shopping Center Westgate, que deixou ao menos 67 mortos em Nairóbi em 2013.
O governo queniano ofereceu uma recompensa equivalente a quase R$ 700 mil por Mohamed Mohamud, que estaria por trás do ataque. A polícia decretou toque de recolher durante a noite em alguns locais temendo novos atentados. O porta-voz do Secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, disse que ele condenou o ataque e reiterou o apoio aos países da região no esforço para prevenir e conter o terrorismo.
Assim como o Estado Islâmico, o Al-Shabaab também recruta jovens de países vizinhos, europeus e Estados Unidos. O Conselho de Segurança da ONU estima que 25 mil jovens de, no mínimo, 100 países já se uniram aos extremistas islâmicos.