Há 250 anos, Confraria de Nossa Senhora das Dores da Catedral da Sé propaga a devoção mariana

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Em São Paulo, a Confraria da Catedral da Sé, fundada em 3 de agosto de 1773, completa 250 anos
Publicado em: 21/09/2023 - 15:15
Créditos: Redação

No século XIII, em uma aparição aos padres da Ordem dos Servos de Maria, Nossa Senhora pediu-lhes que criassem uma irmandade com o propósito de santificar a si mesmos e os outros, por meio da contínua meditação de sua dores e da Paixão de Cristo.

Desde então, surgiram em diferentes partes do mundo as Confrarias de Nossa Senhora das Dores. Em São Paulo, a Confraria da Catedral da Sé, fundada em 3 de agosto de 1773, completa 250 anos de testemunho de fé cristã e devoção mariana na cidade.

Na memória de Nossa Senhora das Dores, na sexta-feira, 15, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, presidiu a missa em ação de graças pelos 250 anos da Confraria de Nossa Senhora das Dores da Catedral da Sé. A Eucaristia, concelebrada pelos Padres Helmo Cesar Faccioli, Assistente Espiritual da Confraria, e Luiz Eduardo Pinheiro Baronto, Cura da Catedral, teve a participação dos membros da venerável instituição.

EXEMPLO DE CORAGEM

Na homilia, o Cardeal Scherer destacou que os membros da Confraria “testemunham com a própria vida e com o exemplo da oração o amor e a devoção à Virgem das Dores”.

O Purpurado exortou-os a enfrentar os sofrimentos e as adversidades da vida com coragem, a exemplo da Virgem Maria. “Ela nos ensina a superar os desafios com coragem e motivação. A Mãe das Dores é consolo e conforto a todos”, mencionou.

CONTEMPLAR AS DORES DE MARIA

Em entrevista ao O SÃO PAULO, Padre Helmo Cesar Faccioli explicou que uma confraria é uma associação de leigos que tem por objetivo a vivência de uma determinada espiritualidade. Esta associação, de modo específico, vive e propaga a espiritualidade e a devoção das dores de Nossa Senhora.

O Sacerdote recordou que os 70 membros da associação têm o compromisso diário de rezar a Coroa das Dores de Nossa Senhora, meditando as sete dores de Maria e, semanalmente, às sextas-feiras participam juntos da missa, às 12h, na Catedral Metropolitana de São Paulo.

Os membros da Confraria também têm a missão de fazer sua oração transcender para gestos concretos que ecoam por toda a cidade. Junto às demais pastorais da Catedral da Sé, por exemplo, eles auxiliam nas atividades caritativas, incluindo a visita aos enfermos e a assistência às pessoas mais pobres.

“Os 250 anos da Confraria representam uma jornada que transcende o tempo. São dois séculos e meio propagando a devoção das dores de Maria. Nesses longos anos de atuação ininterruptos, a Confraria não se limitou à promoção da devoção, mas alargou seu alcance, por meio de ações sociais e caritativas”, mencionou Padre Helmo, destacando, ainda, que a associação “é um testemunho vivo da perseverança e do compromisso fiel dos muitos membros que fizeram sua história por meio da fé, da devoção e do serviço”.

DEVOÇÃO E FÉ

Manuel Batista, 71, é membro da Confraria há 36 anos. Ele e a esposa Lindinalva dizem já ter alcançado muitas graças e fortalecido a fé como família. “Tudo graças à espiritualidade da Confraria: rezar, meditar e contemplar as dores de Maria. Este é um itinerário de fé que nos fortalece nos desafios da vida”, afirmou.

Telma Maria de Lima, 58, está na Confraria há sete anos. Ela sempre participou dos grupos do Apostolado da Oração e da Legião de Maria e ingresou no grupo a convite de uma amiga. “Ela me disse: ‘Nossa Senhora tem uma missão para você’. Desde então, intensifiquei minhas orações, a fé e a prática da caridade”, afirmou.

“Contemplar as dores de Nossa Senhora é meditar os sofrimentos e o sentido da Cruz associados ao cotidiano da nossa vida. Estamos imersos em um mundo de ódio, guerra, divisão nas famílias e tantas provações. Rezar à Mãe das Dores é confiar a ela nossos sofrimentos na certeza da vitória e do consolo por meio da fé e da oração”, disse Telma.

VIVER A ESPIRITUALIDADE

A veste roxa usada pelos membros da Confraria de Nossa Senhora das Dores recorda a espiritualidade e a Paixão do Senhor e o sofrimento de Maria junto à cruz de seu Filho.

Em 8 de setembro, mais quatro pessoas receberam as vestes da Confraria de Nossa Senhora das Dores da Catedral da Sé, entre elas, as irmãs nigerianas Tai e Kenny Afolabi.

“Desde pequenas, apoiadas por nossos pais, temos o hábito de rezar todos os dias”, afirmou Tai. “Somos as mais jovens da associação, e viver e compartilhar a espiritualidade e missão nos enche de alegria”, destacou.

“Encontramos na Confraria o que procurávamos: espiritualidade e oração diária. Isso nos motivou a ser membros da Confraria que é uma extensão da nossa família aqui no Brasil”, disse Kenny. “A padroeira, com sua expressão materna, personifica a compaixão e a solidariedade, valores que ecoam da nossa fé cristã. Nossa missão é a oração que transcende para gestos concretos de esperança e solidariedade”, concluiu.