Dom Odilo: ‘O Senhor está vivo! Ressuscitou dos mortos’

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A liturgia começou na Praça da Sé, junto ao marco zero da cidade, onde foi abençoado o “fogo novo” do qual é aceso o círio pascal, vela que simboliza o Senhor ressuscitado.
Publicado em: 31/03/2024 - 09:00
Créditos: Redação

Na noite do Sábado Santo, 31, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano de São Paulo, presidiu a Solene Vigília Pascal na Catedral da Sé. Considerada a “mãe de todas das vigílias”, essa celebração anuncia a Ressurreição de Jesus. Na Igreja primitiva, essa celebração acontecia durante toda a noite, preparando os fiéis para o alvorecer do domingo da ressurreição do Senhor. 

A liturgia começou na Praça da Sé, junto ao marco zero da cidade, onde foi abençoado o “fogo novo” do qual é aceso o círio pascal, vela que simboliza o Senhor ressuscitado.

Em procissão, os fiéis adentraram na Catedral completamente às escuras, tendo à frente a luz do Círio Pascal, da qual os fiéis acenderam suas velas. Em seguida, do ambão da Palavra, foi entoado o tradicional hino do Precônio Pascal, a proclamação solene da Páscoa: “Exulte de alegria dos anjos a multidão, exultemos, também, nós por tão grande salvação! Do grande Rei a vitória cantemos o resplendor: das trevas surgiu a glória, da morte o Libertador”.

LITURGIA DA PALAVRA

Na sequência, a Liturgia da Palavra perpassou toda a história da salvação, mostrando como outrora Deus salvou o seu povo e agora envia seu Filho como o Redentor da humanidade. Ocorre quase que como um diálogo: Deus se dirige ao povo por meio das sete leituras e este lhe responde com salmos e orações.

Após as leituras do Antigo Testamento, a assembleia cantou o hino de louvor “Glória a Deus nas alturas”, enquanto as velas do altar eram acesas e os 61 sinos da Sé, maior carrilhão da América Latina, soaram no centro da cidade.

Na sequência, houve a proclamação da leitura da carta de São Paulo aos Romanos (6, 3-11), na qual o Apóstolo indica que todos os batizados em Cristo estão mortos para o pecado, e, assim, devem ter vida nova.

Antes da proclamação do Evangelho da Ressurreição segundo São Marcos (16, 1-7), foi entoado solenemente o Aleluia, aclamação omitida durante toda a Quaresma.

Na homilia, na Vigília Pascal, a Igreja anuncia como em “um grande grito” que diz ao mundo: “O Senhor está vivo! Ressuscitou dos mortos, a morte não triunfou sobre ele”.

BATISMO

Outro momento significativo dessa celebração é a liturgia batismal, com a Ladainha de Todos os Santos, a bênção da água, na qual é mergulhado o Círio Pascal, em sinal do próprio Cristo que santifica a águas por seu Batismo.

Nessa ocasião, 37 adultos receberam os sacramentos do Batismo, da Confirmação (Crisma) e a primeira Eucaristia. Desses, a maioria são ex-dependentes químicos, que antes viviam em situação de rua e foram acolhidos e preparados pela Missão Belém. Também houve a renovação das promessas batismais de todos os fiéis. 

“Nós, ao longo de toda a Quaresma, fomos nos preparando para esta noite, para renovarmos as promessas do Batismo e aqueles que hoje vão ser batizados, prepararam-se para, assim, serem acolhidos como filhos e filhas de Deus, membros da Igreja, parte do povo de Deus, agraciados pelo dom do Espírito Santo”, ressaltou o Arcebispo.

VIDA NOVA

O Cardeal destacou, ainda, as palavras de São Paulo aos Romanos, que, o “o Batismo nos faz participar da paixão, morte, sepultura e ressurreição de Jesus”. Dom Odilo também recordou que a água batismal lembra a água que jorrou do lado aberto de Cristo na cruz, que purifica, renova e revitaliza todos os que a recebem. “O Batismo, portanto, nos leva como que a sermos sepultados para o pecado e, saindo de suas águas, purificados para a vida nova”, completou.  

“Nesta noite, queremos renovar a nossa disposição de assumir, de novo, a graça, o dom do Batismo e tudo o que isto significa”, sublinhou o Arcebispo, lembrando que, depois do Batismo, ninguém mais deveria se sentir sozinho, pois participa da grande família de Deus, daqueles que vivem hoje e que os precederam na fé, como os santos, os mártires. “Somos parte deste povo que caminhou e caminha com Jesus ao longo da história rumo às promessas de Deus, à casa do Pai. Sim, à terra prometida”, frisou.