Nossas famílias dizem não à ideologia de gênero

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17/09/2015 - 15:45

Há alguns dias, em votação na Câmara Municipal de São Paulo, os vereadores da Capital rejeitaram - com expressiva maioria de votos - a inclusão da ideologia de gênero no Plano Municipal de Educação. O texto aprovado ainda deverá passar pela sanção do Prefeito.

Zelando pela sadia formação de seus filhos, milhares de famílias mobilizaram a opinião pública para defender o direito dos pais em definir uma educação de qualidade para seus filhos.

O Papa Francisco, reiteradamente, tem alertado sobre esse assunto. Vejamos, por exemplo, o que dizia numa de suas audiências sobre o Matrimônio: “pergunto-me se a chamada teoria do gênero não é também expressão de uma frustração e resignação, que visa cancelar a diferença sexual porque já não sabe confrontar-se com ela. Sim, corremos o risco de dar um passo atrás. Com efeito, a remoção da diferença é o problema, não a solução” (audiência geral, 15/04/2015).

Na sua recente encíclica Laudato si’, o Papa também se refere ao assunto ao falar da diferença sexual no contexto da ecologia humana: “Aprender a aceitar o próprio corpo, a cuidar dele e a respeitar os seus significados é essencial para uma verdadeira ecologia humana. Também é necessário ter apreço pelo próprio corpo na sua feminilidade ou masculinidade, para se poder reconhecer a si mesmo no encontro com o outro que é diferente. Assim, é possível aceitar com alegria o dom específico do outro ou da outra, obra de Deus criador, e enriquecer-se mutuamente. Portanto, não é salutar um comportamento que pretenda ‘cancelar a diferença sexual, porque já não sabe confrontar-se com ela’”.

A ideologia de gênero traz também diversos inconvenientes para a educação nas nossas escolas: 1) a confusão causada nas crianças no processo de formação de sua identidade, fazendo-as perder as referências; 2) a sexualização precoce, na medida em que a ideologia de gênero promove a diversidade de experiências sexuais para formação do próprio “gênero”; 3) a banalização da sexualidade humana, dando ensejo ao aumento nos índices de violência sexual; 4) a usurpação da autoridade dos pais em matéria de educação de seus filhos, principalmente em temas de moral e sexualidade, já que todas as crianças seriam submetidas à influência da citada ideologia, muitas vezes sem o conhecimento e o consentimento dos pais.

Encerro enfatizando uma verdade há muito conhecida, mas que parece esquecida: a família é a instituição educadora por excelência. A escola exerce um papel fundamental, sem dúvida, tanto do ponto de vista da formação integral quanto da socialização. Mas é a família, no clima de amor e afeto, que transmite às crianças os valores fundamentais e oferece as condições necessárias para o seu sadio amadurecimento. Portanto, o maior investimento na educação é o fortalecimento das famílias e a ajuda aos pais para serem protagonistas na formação de seus filhos.

Dada a importância do assunto, o Vicariato para a Educação e a Universidade promoverá um Seminário de Bioética, em que três especialistas farão uma análise crítica da Ideologia de Gênero, em seus fundamentos antropológicos, biológicos e morais. O evento, dirigido a pais de família, professores e educadores, será realizado no dia 26 de setembro, sábado, das 8h30 às 12h30, no auditório do Colégio Madre Cabrini (rua Madre Cabrini, 36, na Vila Mariana, em São Paulo).

Fonte: Edição nº 3068 do Jornal O SÃO PAULO – página 05