Levemos, generosos, a alegria do Evangelho aos recantos da cidade a esperar

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03/02/2020 - 16:30

Levemos, generosos, a alegria do Evangelho aos recantos da cidade a esperar

O povo de Deus, Igreja do Senhor, peregrina nas trilhas da História, para iluminar com a luz do Evangelho o caminho da humanidade, tem como missão primordial anunciar e instaurar o Reino de Cristo e de Deus em todos os povos e culturas, sendo ele próprio, na  terra, o germe e o início deste Reino (cf. Lumen Gentium 5).
Neste empenho, o povo de Deus, Igreja do Senhor, levado pela fé com que acredita ser conduzido pelo Espírito Santo, coloca-se à escuta do mesmo Espírito e, atento aos “sinais dos tempos”, busca responder aos apelos de Deus no tempo atual. 
Isso requer um processo decidido de discernimento, purificação e renovação, para que a vida e a missão do povo de Deus, Igreja do Senhor, sejam cada vez mais configuradas aos desígnios de Deus em favor da salvação de todos.
É isso que Deus espera, sobretudo, da porção do povo de Deus que está em São Paulo: que a Igreja do Senhor, Arquidiocese de São Paulo, na guia do seu Arcebispo, juntamente com seus colaboradores, os presbíteros, envolva todos os fiéis discípulos de Jesus, que se congregam nesta Igreja Particular, na gratuita e generosa missão de levar a alegria do Evangelho a todos os recantos da cidade que tanto espera receber a Boa-Nova que vem de Deus.
E é para isso que a porção do povo de Deus em São Paulo está percorrendo o caminho sinodal desde 2017, a fim de que, em 2020, na assembleia sinodal da Arquidiocese de São Paulo, sejam traçadas indicações que conduzam toda a Arquidiocese a realizar, com vivo ardor missionário, a evangelização da cidade em meio à sua cultura urbana.
O sínodo arquidiocesano de São Paulo tem como objetivo promover a comunhão, conversão e renovação missionária, para que a presença da Igreja Católica na cidade seja santificadora, profética e a serviço do advento do Reino de Deus, principalmente no meio dos pobres, marginalizados e excluídos, e nas periferias existenciais, que se constituem de múltiplas faces em meio à cultura urbana.
Ao longo destes dois anos (2018 e 2019), o caminho sinodal arquidiocesano colaborou para uma tomada de consciência da realidade religiosa e pastoral de toda a Igreja em São Paulo e frutificou em indicações em favor de uma renovada ação evangelizadora na cidade. Dentre estas indicações, a que teve, até aqui, grande ressonância é a de que a Igreja seja mais e mais acolhedora. 
Nessa perspectiva, então, podemos dizer que uma “Igreja acolhedora” é aquela em que todos os fiéis batizados:
1) Acolhem e vivem o Evangelho de Cristo em comunidade, tendo como exemplo as primeiras comunidades cristãs descritas no livro dos Atos dos Apóstolos;
2) Acolhem os ensinamentos da Igreja e os colocam em prática na vida cotidiana;
3) Acolhem o mandato do Senhor para “sair” em missão e, pelo testemunho e anúncio, levam a todos o Evangelho da verdade e da vida, da liberdade, da justiça e da paz;
4) Acolhem com misericórdia e compaixão os pobres, os excluídos, os discriminados, os migrantes, os enfermos, os prisioneiros e todos os que mais sofrem e, por isso, são os preferidos de Deus; e
5) Acolhem com docilidade os apelos do Espírito Santo, no sentido de viver em profundidade o mistério da comunhão, o caminho contínuo de conversão e a renovação eclesial, pastoral, missionária e evangelizadora.

Pe. José Arnaldo Juliano dos Santos - Teólogo-Perito do Sínodo Arquidiocesano