Em sintonia com as assembleias regionais do sínodo arquidiocesano
Envolvendo as regiões e vicariatos episcopais, paróquias, pastorais, associações, movimentos, novas comunidades, congregações, padres, diáconos e uma multidão de leigos e leigas, o sínodo da Arquidiocese de São Paulo chega à metade do caminho proposto para a sua realização. Foram meses de reflexão e preparação até a sua promulgação, ocorrida na festa de Corpus Christi de 2017.
Desde lá, os trabalhos foram inúmeros, como inúmeras também foram as descobertas reveladas pelas ações do sínodo, enquanto caminho de comunhão, conversão e renovação missionária. Em 2018, primeiro ano do sínodo, os trabalhos sinodais nas paróquias da Arquidiocese consistiram num alargado “ver e ouvir” da realidade da nossa Igreja em São Paulo, concluído com as assembleias paroquiais. Já neste segundo ano do sínodo, agora no âmbito das regiões e vicariatos episcopais, em quatro sessões pedagógicas, realizam- -se as assembleias regionais do sínodo. Para os meses de maio, junho e julho foram previstas as duas primeiras sessões das assembleias regionais do sínodo, sendo que as outras duas sessões estão programadas para os meses de setembro e outubro próximos, atingindo, assim, um total de 100% dos trabalhos sinodais previstos para este segundo ano do sínodo.
Organizados em três grupos – clero, setores pastorais e coordenações pastorais (associações, movimentos, novas comunidades, vida consagrada religiosa e pastorais) –, todos nós somos chamados a participar ativamente da reflexão, partilha e construção deste momento eclesial da nossa Arquidiocese. Portanto, em qual dos grupos acima eu vivo e expresso a minha fé, ou seja, estou inserido? A minha contribuição é de grande importância para o presente e o futuro da missão evangelizadora da Arquidiocese de São Paulo. É a Igreja em São Paulo que convoca todos os seus filhos e filhas para juntos rezar, refletir e buscar novos caminhos para a vivência e o testemunho de sua fé, nesta metrópole. Como fiel batizado, eu não posso ficar de fora e me omitir da minha missão de batizado. O sínodo tem tudo a ver comigo, assim como eu tenho tudo a ver com o sínodo, pois a Igreja é sinodal e eu sou Igreja.
O Papa Francisco nos convida a sermos Igreja em saída missionária. Igreja que se alegra em anunciar o Evangelho e, por isso, coloca-se a serviço dos mais pobres e abandonados; Igreja que se vê pobre para servir os pobres; Igreja que se arrisca, que ousa e se lança na missão a ela confiada por Jesus Cristo, o grande missionário do Pai. A Arquidiocese de São Paulo nos convida a fazer um caminho de comunhão (todos), conversão (mudança) e renovação pastoral (esperança).
A minha participação nos trabalhos do sínodo, em especial neste segundo ano por meio das sessões da assembleia sinodal, deve me questionar: até que ponto eu estou envolvido(a) com os trabalhos do sínodo? Participei ativamente do primeiro ano do sínodo, na sua fase paroquial? Estou participando de modo ativo e alegre deste segundo ano do sínodo, na sua fase regional? Se a minha resposta for positiva, ótimo, estou na direção certa, pois o Reino de Deus se constrói em conjunto. Mas se for “vaga” ou negativa, então preciso rever os meus “conceitos” de Igreja, preciso rever a minha noção de Igreja, de eclesiologia. Preciso rever a direção para a qual eu e/ou o meu grupo estamos caminhando.
Ainda é tempo de engrossar a fileira, de se juntar aos irmãos e irmãs que se puseram em caminho sinodal. Não se pode ficar de fora, ignorar este momento tão bonito da Igreja em São Paulo, pois somos membros dela. Como padre, diácono, religioso, religiosa, consagrado, consagrada, leigo, leiga, o sínodo da Arquidiocese de São Paulo conta conosco. O convite de Jesus – “vem e segue-me” – repercute na missão da Igreja e no meu compromisso batismal. Os dons que recebemos são talentos que devemos fazer multiplicar, dar frutos. Eu e todos nós, assim como o sínodo, fazemos parte da história da Arquidiocese de São Paulo. Em caminho sinodal, fazemos parte desta Igreja de batizados que, juntos, acreditam que “Deus habita esta cidade imensa, por isso somos suas testemunhas”.
Dom Eduardo Vieira dos Santos - Bispo Auxiliar da Arquidiocese de São Paulo e Vigário Episcopal para a Região Sé