Padres configurados ao Cristo: Pastor, Palavra e Sacerdote

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<p>Cardeal Scherer ordenou&nbsp;seis novos Sacerdotes para a Arquidiocese de São Paulo</p>
Publicado em: 11/12/2014 - 16:30
Créditos: Edição nº 3031 a do Jornal O SÃO PAULO – página 14

“Tu, tu és sacerdote pra sempre. Tu, tu és sacerdote pra sempre. Segundo a ordem do rei Melquisedec”. O refrão do Salmo 109 ecoava pela Catedral da Sé. No sábado, 6 de dezembro, a “Igreja Mãe da Arquidiocese de São Paulo”estava repleta de fiéis vindos de diversas comunidades e paróquias para acompanharem a ordenação presbiteral dos diáconos Antonio Pedro dos Santos, 40, Everton Augusto de Souza, 33, Gleidson Luis de Sousa Novaes, 32, Maércio Angelo Pissinatti Filho, 28, Pedro Augusto Ciola de Almeida, 31, e Rodrigo Aguiar Freitas, 33.

A celebração foi presidida pelo Cardeal Odilo Pedro Scherer, e concelebrada pelos bispos auxiliares e dezenas de padres. Na homilia, o Arcebispo destacou que os sacerdotes recebem a participação no sacerdócio de Cristo de três formas: “São configurados, assemelhados a Cristo pastor do rebanho, das ovelhas; configurados com Jesus, Palavra de Deus, que quer continuar fazer ressoar sua Palavra através dos seus ministros; e configurado ao Cristo sacerdote, para dispensar, em seu nome, os dons da santificação em favor do povo de Deus, por meio dos sacramentos”.

Essa foi a primeira turma que o Pe. Cícero Alves de França, reitor do Seminário de Teologia, acompanhou desde o início. Para ele, a formação não termina com a ordenação, mas é contínua e segue “até o fim da vida”, pois com a ordenação se conclui o que o Padre definiu com “formação de base”, mas os neossacerdotes “deverão continuar crescendo, amadurecendo e no caminho de Jesus”.

Amor à vocação

Ao ler a mensagem de agradecimento, o Pe. Gleidson Luis afirmou que “quem olha os necessitados se encontra com Deus” e prosseguiu destacando que “quando o padre deixa-se e olha o outro, se torna mais amável e mais humano, pois o outro nos converte”.

“O chamado à vocação é constante e mesmo ordenado o padre precisa continuamente seduzir-se pelo amor à vocação que Deus o confiou. Junto à vocação sacerdotal, vem a missão que Deus vai confiando o chamado a deixar-se e olhar os outros. O outro é Deus. Nosso Senhor está nos hospitais, nos presídios, nas favelas nas ruas, abandonado nos asilos e entregues à solidão”, afirmou o sacerdote.

Uma benção na família

Robson de Souza Novaes, irmão do Pe. Gleidson, veio de Caeté (MG) para participar da ordenação. De acordo com ele, é uma alegria muito grande ter um padre na família, pois “um padre na família é uma coisa rara de se ver atualmente”, e afirmou, ainda: “nós temos uma benção em nossa família”.

A mãe do neossacerdote, Maria Júlia Souza Novaes, destacou que sempre acompanhou com oração a caminhada do filho e que desde novo, ao levá-lo à missa e à Catequese, viu nele uma busca, por estar inserido na Igreja e dela participar, ali ela percebeu a vocação do filho.

Um sacerdote para a Aliança de Misericórdia

Rodrigo Aguiar Freitas é membro da comunidade Aliança de Misericórdia, comunidade que conheceu por volta dos 19 anos. Na missa de ordenação, dezenas de membros da comunidade estavam na Catedral e comemoravam a ordenação dele.

Um dos fundadores da comunidade, Pe. João Henrique, contou em entrevista ao O SÃO PAULO que o Padre Rodrigo servirá à Arquidiocese de São Paulo trabalhando em uma paróquia na periferia da cidade, em Taipas. Lá, de acordo com o Pe. João Henrique, terá contato com os pobres e viverá com missionários da Aliança que realizam trabalho no local.

Além disso, Pe. João Henrique destacou que Pe. Rodrigo viverá como é próprio do carisma da Comunidade Aliança de Misericórdia, ou seja, fazendo missão de rua, indo ao encontro dos moradores de rua e dependentes químicos. “Mais que ganhar um padre, a Aliança oferece um sacerdote para a Arquidiocese, para a Igreja e para os pobres”, afirmou.

Para onde irão os sacerdotes:

- Região Brasilândia
Gleidson Luis de Sousa Novaes
Rodrigo Aguiar Freitas

- Região Belém
Everton Augusto de Souza

- Região Sé
Pedro Augusto Ciola de Almeida

- Região Santana
Antonio Pedro dos Santos
Maércio Angelo Pissinatti Filho

Ordenação Presbiteral

Eleição do candidato
Os candidatos são apresentados diante do Arcebispo, antes da homilia

Propósito do eleito
Após a homilia, somente os que serão ordenados ficam de pé e são interrogados pelo arcebispo e afirmam publicamente o propósito de aceitar os encargos do sacerdócio.

Ladainha
O Arcebispo convida o povo a rogar a Deus Pai que derrame com largueza a sua graça sobre este seu servo, que ele escolheu para o cargo de presbítero. O eleito prosta-se, como sinal de sua total entrega a Deus.

Imposição das mãos e prece de ordenação
Esta parte decorrente é tida como aquela que, no silêncio do coração, o bispo e todos os presbíteros presentes pedem a Deus pelos ordenados. Esses, estando de joelhos, em silêncio, o bispo impõe as mãos sobre suas cabeças, seguido pelos presbíteros. E em seguida, prefere a prece de ordenação

Unção das mãos e entrega do Pão e Vinho
Terminada a Prece de Ordenação, os ordenados revestem-se com a estola e a casula, vestes utilizadas pelos padres para presidirem as celebrações eucarísticas. Em seguida, os ordenados recebem das mãos do Arcebispo, o pão na patena e o vinho e a água no cálice para a celebração da missa.

Edcarlos Bispo