Coroinhas: os servidores do altar lotam a Catedral da Sé

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<p>O dia&nbsp;16 de agosto, foi marcado&nbsp;pelo tradicional &nbsp;encontro de servidores do altar e devotos de São Tarcísio.</p>
Publicado em: 11/09/2014 - 14:30
Créditos: Edição nº 3015 do Jornal O São Paulo – página 21

A Catedral da Sé ficou lotada de coroinhas, acólitos e cerimoniários das paróquias e comunidades da Arquidiocese para a missa presidida pelo arcebispo metropolitano de São Paulo, Cardeal Odilo Pedro Scherer, na manhã do sábado, 16 de agosto.

A tradicional concentração das crianças e adolescentes servidores do altar marca a celebração da de seu padroeiro, São Tarcísio, cuja memória litúrgica é lembrada em 15 de agosto.

Logo no início da missa, Dom Odilo convidou a assembleia a rezar pelos coroinhas de todo o mundo e especialmente pelas crianças cristãs que, a exemplo de São Tarcísio, sofrem perseguições por causa de sua fé.

São Tarcísio foi um mártir da Igreja dos primeiros séculos, vítima da perseguição do imperador Valeriano, em Roma, Itália. O garoto, que ajudava o Papa Xisto II nas missas, foi apedrejado quando levava o Santíssimo Sacramento.

Na homilia, o Cardeal falou sobre a beleza que é servir o altar e contou que sua vocação nasceu exercendo essa função. “Eu também um dia fui coroinha, e ajudando na missa, no altar, veio o desejo de ser padre […]. Quem sabe se Deus não coloca no coração de muitos de vocês esse desejo”.

“Vocês dão alegria a Deus fazendo o bem que vocês fazem. Façam isso com muita alegria e com muita dignidade”, também disse o Arcebispo, recordando que quando os coroinhas exercem bem sua função na celebração, ajudam as pessoas a rezar melhor.

Padre Messias de Moraes Ferreira, coordenador arquidiocesano da Pastoral Vocacional, explicou que além desse encontro anual, há um trabalho constante nas regiões episcopais e paróquias para a formação e acompanhamento dos grupos de coroinhas.

“Nós os ajudamos a refletir sobre o que Deus lhes pede, seus projetos de vida e até mesmo como ser Igreja”, afirmou Padre Messias, que ainda ressaltou ser frequente, após essas celebrações, jovens o procurem para manifestar o desejo de discernir a vocação.

José Carlos Campos dos Santos, 12, é coroinha há cinco anos na Paróquia São João Batista, na Vila Mangalot. Ele contou ao O SÃO PAULO que já pensou em ser padre. “Eu gosto muito de ajudar nas celebrações, pois estou servindo a Deus. Já pensei em ser padre, mais ainda não decidi”, disse o garoto, que está na 7ª série do ensino fundamental.

Aos 14 anos, Karina Bertolucci é coroinha na Paróquia Nossa Senhora Aparecida dos Ferroviários, na Mooca, há sete anos. Ela afirmou que nunca pensou em uma vocação específica, mas garante que ser coroinha ajuda a ser uma pessoa cristã melhor. “Quando estamos no altar, há uma conexão muito próxima com Deus. Como lembrou Dom Odilo, temos a responsabilidade de ajudar as pessoas a viverem melhor a celebração”.

Fernando Geronazzo