'Ano para acolher o perdão de Deus'

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Abertura da Porta Santa na Arquidiocese de São Paulo
Publicado em: 21/12/2015 - 11:30
Créditos: Edição 3082 do Jornal O SÃO PAULO – página 09

"Esta é a porta do Senhor: por ela, entraremos para dar graças ao Senhor!", disse o Cardeal Odilo Pedro Scherer, arcebispo de São Paulo, antes de abrir a Porta Santa da Catedral da Sé, no domingo, 13 de dezembro.

Depois de se deter em oração, de joelhos, por alguns instantes sob o batente da porta, o Arcebispo tomou o Livro dos Evangelhos nas mãos e ingressou na Catedral, ainda vazia, seguido do clero e da multidão de fiéis reunidos na praça da Sé.

Esse mesmo rito foi repetido nas catedrais de todo o mundo em comunhão com a catedral da Diocese de Roma, a Basílica de São João do Latrão, que teve a porta aberta pelo Papa Francisco no mesmo dia.

Assim, a Arquidiocese de São Paulo iniciou a vivência do Jubileu extraordinário da Misericórdia, iniciado pelo Papa Francisco no dia 8 de dezembro.

A concentração dos fiéis começou na Igreja de São Gonçalo, localizada atrás da Catedral, onde Dom Odilo iniciou o rito. Em seguida, o povo caminhou em procissão até a entrada da Igreja mãe da Arquidiocese, que ficou lotada. Ao passarem pela também chamada Porta da Misericórdia, os fiéis se emocionavam, tocavam a porta e rezavam.

Concelebraram a missa os bispos auxiliares Dom Eduardo Vieira dos Santos, vigário episcopal para a Região Sé, e Dom Carlos Lema Garcia, vigário episcopal para a Educação e a Universidade, além de padres, a maioria do clero atuante na Região Sé, que terá a Catedral como igreja de peregrinação durante o Ano Santo.

ACOLHER E PRATICAR A MISERICÓRDIA

Dom Odilo destacou, na homilia, que a palavra "Alegrai-vos" ressoava forte na liturgia daquele 3° Domingo do Advento, chamado de "Domingo da Alegria". O Cardeal também explicou que o Jubileu extraordinário da Misericórdia é um tempo santo dado por Deus e deve ser vivido com intensa alegria.

Ainda de acordo com Dom Odilo, o Jubileu é um ano de alegria e de conversão, para voltar-se para Deus. "Reconhecer a misericórdia de Deus é um ato de sincera humildade e fé. Este é um ano favorável para isso", afirmou.

O Arcebispo frisou que além de reconhecer a misericórdia de Deus para com cada um, com o Ano Santo, o Papa também convida todos para a prática da misericórdia, sendo, "Misericordiosos como o Pai", como indica o lema do Jubileu. ''Abramo-nos à misericórdia de Deus, motivo de alegria e de júbilo para todos”, concluiu Dom Odilo.

ATITUDE DE FÉ

Como explicou o Cardeal Scherer em sua Carta Pastoral "Misericordiosos como o Pai", o gesto de passar pela Porta Santa é uma ação simbólica e deve significar atitude de fé das pessoas em Deus misericordioso e em Jesus Cristo Salvador, bem como o desejo de obter misericórdia e indulgência da parte de Deus. "A passagem pela Porta Santa deve ser preparada com fé e oração, para levar-nos ao encontro profundo com o Deus da misericórdia através da escuta da Palavra, da Confissão e da Eucaristia", detalha.

Também foi reforçada na celebração a explicação de que para a recepção válida da indulgência plenária, conforme prescrição da Igreja, deve-se obedecer a algumas condições: "arrependimento sincero dos pecados e desejo firme de conversão; confissão sacramental, ou ter se confessado há pouco tempo; participação da santa missa e comunhão eucarística; renovação da profissão da fé católica; oração pelo Papa e as suas intenções pela Igreja de todo o mundo; alguma ação concreta de caridade. Os fiéis e peregrinos deverão ser avisados sobre essas normas no início de cada missa, na qual é concedida a indulgência.”

Ao longo do Jubileu, diversos grupos da Arquidiocese e de paróquias e comunidades da Região Sé são convidados a peregrinar para a Catedral, passando pela Porta Santa. Também para os fiéis que desejarem fazer sua peregrinação individualmente, a Catedral oferece um guia para o peregrino com um itinerário de vivência espiritual do Jubileu. Todos os dias haverá padres atendendo confissões pela manhã e à tarde.

Fernando Geronazzo