Ano da Graça do Senhor, 2015 - Dom Odilo Pedro Scherer

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Publicado em: 07/01/2015 - 14:00
Créditos: Edição nº 3033 a do Jornal O SÃO PAULO – página 03

No ano pastoral de 2015, na arquidiocese de São Paulo, somos chamados a ser “testemunhas de Jesus Cristo na cidade”. Tudo o que fizermos pessoalmente, e também a nossa ação eclesial e pastoral organizada, contribua para responder mais e melhor à missão que Jesus confiou aos discípulos: “vós sereis minhas testemunhas” (cf At 1,8).

Nossas paróquias e todas as comunidades dentro delas, nossas organizações pastorais, as associações e grupos laicais, nossas comunidades religiosas, seminários, colégios, faculdades, hospitais e meios de comunicação e todas as expressões de vida eclesial devem ajudar a explicitar o testemunho do Evangelho na cidade de São Paulo.

Na pastoral de conjunto, nossa Arquidiocese propõe-se, em 2015, a “estar a serviço da vida plena para todos”. Essa “urgência pastoral” é uma dimensão importante da missão da Igreja no mundo; ao mesmo tempo em que ela anuncia e já celebra as “primícias” da vida nova no Espírito de Cristo, pelos Sacramentos, ela precisa colocar-se concretamente a serviço da vida plena para todos também neste mundo, onde quer que isso seja necessário. O compromisso concreto pela vida é sinal e fruto da esperança e da fé cristã.

Assim, em 2015, queremos estar mais atentos e ir ao encontro da vida ameaçada, ferida e sofrida; da vida ainda frágil, ou já fragilizada pela idade e pela doença; da vida desorientada, em situação de risco e mergulhada nas dependências químicas e dos vícios desumanizadores, da vida vilipendiada e desprezada pela insensibilidade, ganância e maldade dos homens. Sem deixar de anunciar e de encaminhar para Aquele que é “o caminho, a verdade e a vida”, que veio “para que todos tenham vida em abundância”.

A Campanha da Fraternidade, com o tema - “Fraternidade – Igreja e Sociedade”, aprofunda e retoma uma das principais propostas do Concílio Vaticano II, realizado há 50 anos. Na constituição pastoral Gaudium et Spes, o Concílio pede que a Igreja se volte, com novo olhar, para o mundo e busque estabelecer com ele uma relação nova e fecunda. De fato, o Evangelho está confiado à Igreja, não para ela mesma, mas para ser partilhado, para que o mundo viva por meio dele.

A missão dada por Jesus Cristo à Igreja requer que ela, sem perder sua identidade, esteja em constante diálogo e interação com a sociedade para transmitir a esta o fermento, o sal e a luz do Evangelho. Contribuir para a justiça, a solidariedade e a fraternidade é parte dessa missão. Que a Campanha da Fraternidade nos ajude a realizar melhor o que o Papa Francisco pede com insistência: “ir às periferias” e ser “uma Igreja em saída”.

Em 2015, a Igreja toda continua envolvida com a realidade da família e seus desafios pastorais para a evangelização, conforme foi refletido na assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos de 2014; em outubro de 2015, mais uma assembleia do Sínodo se ocupará com a família, com o tema: “vocação e missão da família na Igreja e no mundo contemporâneo”. O Papa Francisco está colocando toda essa atenção na família, pois ela é fundamental para a pessoa, a sociedade e também para a Igreja. Temos muito a fazer para dar novamente à família o valor que ela tem no desígnio de Deus e na missão da Igreja.

Começamos o ano pastoral agraciados com a ordenação de dois novos bispos auxiliares para a arquidiocese de São Paulo: Dom Devair Araújo da Fonseca, em Franca (SP), no dia 1º de fevereiro; e Dom Eduardo Vieira dos Santos, na nossa Catedral Metropolitana, dia 7 de fevereiro. Que eles sejam abençoados e cheios da unção do Espírito Santo! Bem-vindos “em nome do Senhor”, para servirem conosco o povo de Deus em São Paulo!

Este ano também está dedicado à “Vida Consagrada Religiosa”, por iniciativa do Papa Francisco, para valorizarmos o dom da Vida Consagrada. Ao mesmo tempo, por iniciativa da CNBB, 2015 é um ano dedicado à cultura da paz.

Este tempo de graça nos é dado para a missão, para novas semeaduras e para cultivar o “campo de Deus”, que nos está confiado. Que sejamos bons trabalhadores na sua messe!

Cardeal Odilo Pedro Scherer
Arcebispo de São Paulo

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