Acolhida também na reunião do clero na Região Sé

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CLERO DA REGIÃO EPISCOPAL SÉ RECEPCIONA DOM ROGÉRIO AUGUSTO DAS NEVES NA REUNIÃO DO CLERO DE 31/05/2022
Publicado em: 06/06/2022 - 15:30
Créditos: Redação

Na manhã do dia 31/03, a partir das 8h30, cerca de 70 padres da Região Episcopal Sé participaram da reunião do Clero na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima, no Setor Perdizes. Após serem acolhidos com um café a reunião teve início com a oração da Hora Terça conduzida pelo Frei Atanael de Almeida Lima, O.Carm, Pároco da Paróquia Santa Teresa de Jesus, do Setor Jardins e logo em seguida tomou a palavra Dom Carlos Lema Garcia, Vigário Episcopal para a Educação e a Universidade dando uma ideia dos andamentos e encaminhamentos da região para conhecimento de Dom Rogério Augusto das Neves, Bispo Auxiliar da Arquidiocese e Vigário Episcopal para a Região Sé, desde 18/05 e sendo acolhido com missa no último dia 29/05.

Um dos destaques de Dom Carlos foi sobre os grupos de jovens nas paróquias que têm acontecido junto com adultos, sendo ponto de atenção para continuar, porém de forma organizada e separada, ou seja, manter ambos vivos.

Outro ponto comentado por Dom Carlos foi sobre a Catequese, que conforme o Motu próprio do Papa Francisco “Antiquum Ministerium”, no qual deseja instituir o Ministério do Catequista. Ressaltou que estes encaminhamentos de formação e cursos estão sendo pensados e organizados pela Arquidiocese e depois a intenção é fazer uma cerimônia para instituí-los. Comentou que a tradição era aprender a catequese com os pais, que isto se perdeu e agora, com estas formações e instituição no ministério a intenção é retomar com uma boa catequese.

O Pe. José Arnaldo, Coordenador regional de pastoral expôs sobre alguns pontos principais e mais urgentes de atuação na Região, tais como, a pastoral da família, o ECC, as Pastorais Sociais, Cáritas, Catequese. Depois chamou os padres Coordenadores dos dez Setores Pastorais para que apresentassem cada setor à Dom Rogério.

Após a apresentação de cada setor, Cônego Sérgio Conrado foi convidado a falar em nome dos padres da Região Sé que expôs que é gratificante ver padres jovens “tomando as rédeas” dos trabalhos e missão, pois é um incentivo aos padres mais idosos.

Destacou que a Região Sé é caracterizada por um maior número de comércios e menos moradores. Com isso temos igrejas cheias somente aos domingos, porém, na maioria das vezes, por pessoas que não são do bairro. Falta o sentido de pertença, de fazer parte da comunidade e de ir atrás do serviço, falta mais gente trabalhando. Outro fato é que nem sempre a pastoral agrada ao padre como acontece na periferia, onde encontramos a criançada, a juventude, as famílias e acaba sendo um fator de desmotivação.

Cônego Sérgio lembrou também que na segunda-feira, 6, haverá o lançamento do livro “Dom Paulo Evaristo Arns: um franciscano apaixonado pelo Reino de Deus na Cidade”, que está sendo publicado pela Educ, editora da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP),  na abertura da Semana Teológica da Faculdade de Teologia, no Campus Ipiranga e também integrará as comemorações do centenário de nascimento do Cardeal Paulo Evaristo Arns (1921-2016), que se encerrará em setembro de 2022. O livro tem 21 capítulos e são divididos em três partes, relacionadas à tríplice missão do bispo: exercer o cargo de ensinar, santificar e governar. 

Depois o Pe. Luiz Eduardo P. Baronto, Cura da Catedral também foi convidado a falar para expor os desafios em conduzir e manter a Catedral desta grande cidade de São Paulo, devido ao fato principal de não ter comunidade. Deu uma ideia que das 300 pessoas que na missa durante a semana, 15 vão todos os dias. E aos domingos idem, pois são maioria transeuntes, onde número de pessoas é maior em razão do turismo, da busca de oração, confissão, etc, mas apenas em torno de 60 pessoas são constantes. Esses transeuntes, de acordo com relatos, são pessoas que perderam documentos, a família, o emprego, a casa, usuários de drogas, ou deixaram de participar de suas paróquias por várias razões, enfim, acabam por buscar a missa na Catedral. A Catedral é considerada um Santuário, por isso tentamos evangelizar com esta visão. Nesse sentido promovemos também eventos culturais, uma acolhida diferente, etc e assim vamos caminhando e mantendo a Catedral.

E, por fim Dom Rogério então, tomou a palavra iniciando com um relato sobre uma experiência vivida nos cumprimentos no final da Missa de acolhida do dia 29/05, na Catedral, onde pessoas que ele nem conhecia, que vieram de perto e de longe e vieram cumprimentá-lo, mas especialmente vieram para falar, pedir orações, etc. Um dos exemplos, uma senhora trouxe a fotografia dos dois sobrinhos recém nascidos na UTI e pediu para abençoar a foto deles, outra com a foto de um filho jovem e médico que está muito doente e, a pedido dele, pediu abençoar a foto dele, um outro senhor acompanhado de uma moça me cumprimentou e depois me disse “esta semana tive um diagnóstico de câncer” e, diante daquele momento de alegria dos cumprimentos, eu travei na hora e pensei em falar algo, mas “o que falar? Não tem o que falar. Simplesmente dei um abraço nele e disse “força, vou rezar por você”.

As pessoas vêm, a gente tem muitos desafios e devemos perseguir estes desafios, mas antes de ir atrás dos desafios, devemos estar prontos para não virar as costas para quando ele vem. As pessoas nos procuram e não sabemos o que tem dentro delas, devemos andar desarmados, pois, quanto mais armas portamos, mais medos mostramos ter, devemos ser transparentes. Eu me coloco com muita cautela, calma, pois a Região é um desafio enorme, mas não podemos esquecer dos padres, pois somos seres humanos, somos pequenos.

Para as pessoas, os momentos de tristeza, de dor, de doenças em que você os atende com sua oração ou presença, vai marcá-los para sempre, pois na hora que mais precisavam você estava lá. Na nossa Missão é muito mais importante o que nós simbolizamos do que o que nós somos, no sentido de que para o povo, somos muito mais do que a gente é na realidade. Por isso, da mesma forma, quando nós frustramos alguém, também marca e machuca bastante.

Deus nos deu o poder de realizar as coisas mais importantes na vida das pessoas, devemos “governar” sim, mas não governar somente como aparece no concílio ‘dirigir, administrar’, mas sim, atender as pessoas, visitar as famílias, os doentes, servir ao povo. Por isso a missão do Bispo também é esta.

Ao final da reunião, após a bênção final, foi oferecido um almoço aos padres.Texto e fotos: Centro Pastoral Sé