‘O zelo por tua casa me consome’ (Sl. 69,10). Com esse lema de sua ordenação sacerdotal, Padre Victor Santana Milagres Fernandes, comemorou nesse sábado, dia 6, seus 50 anos de vida sacerdotal com missa solene na Paróquia Santíssima Trindade, onde é pároco, e que contou com a participação de Dom Sergio de Deus Borges, Bispo Auxiliar da Arquidiocese na Região Santana, padres, diáconos e fiéis.
Nascido em Goa, antiga possessão portuguesa no território indiano, ao terminar o segundo grau escolar e realizando um curso de Português, Victor recebeu em casa a visita do reitor do Seminário de Goa que se dirigiu a seus pais convidando-os a cederem seu filho para a Igreja. Naquela sociedade, uma das maiores honras que uma família católica poderia ter era doar um de seus filhos para o sacerdócio. Convite aceito, Victor, aos 12 anos, inicia sua vida sacerdotal.
Para sua glória foi ordenado sacerdote durante o Congresso Eucarístico de Bombaim, na Índia, em 1° de dezembro de 1964. O Papa Paulo 6 º participou desse Congresso Eucarístico a contra gosto de Portugal e que resultou num momento de alta tensão entre o Governo português e o Vaticano, por causa da anexação de Goa pela intervenção militar das forças armadas indianas, em 1961, e que acabou com o domínio português de mais de 451 anos na Índia.
Padre Victor iniciou numa paróquia ajudando um padre idoso. Nessa época, um padre português amigo, por suas posições contrárias à anexação, foi expulso de Goa. Esse padre, diante daquela situação política, conseguiu bolsa de estudos para alguns padres indianos e, assim, Victor foi estudar em Madri, Espanha, com apenas cinco meses de ordenado. Foi cursar um curso de especialização, de dois anos de duração, denominado de ‘Teologia dos leigos’.
Logo depois, como o dinheiro da bolsa não chegava, Padre Victor teve que ministrar aulas para se sustentar. Foi então que foi apresentado pelo padre amigo de Goa ao Cônego Celso Pedro, da Arquidiocese de São Paulo, que estava em Madri a estudo. Dom Agnelo Rossi, então arcebispo de São Paulo, em passagem pela capital espanhola e vendo a situação de padre Victor o convidou para vir atuar no Brasil.
Veio então como vigário paroquial para a Paróquia Nossa Senhora dos Prazeres. Ali ficou durante dois anos. Depois assumiu a Paroquia Santo Antonio do Lausane, onde permaneceu durante vinte e um anos. Depois foi transferido para a Paróquia de Sant’Ana, onde ficou oito anos, até vir para a Paróquia Santíssima Trindade, onde está há dezesseis anos.
