Polícia Militar Mulheres e Homens a serviço da sociedade

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Homens e mulheres empenhados na ajuda ao próximo
Publicado em: 04/05/2020 - 10:30
Créditos: Redação

Polícia Militar Mulheres e Homens a serviço da sociedade

Maio 1, 2020 Destaque

A Pastoral da Comunicação (Pascom) da Região Episcopal Lapa conversou com o paroquiano Tenente Coronel Evanilson Corrêa de Souza, da Paróquia Santo Antônio de Pádua no Jardim Bonfiglioli, do Setor Pastoral Rio Pequeno, onde, ao lado da esposa Ana Beatriz coordenou (ECC da Região Lapa) e participa do ministério de música, além de colaborarem na Paróquia Santo Alberto Magno, no Setor Pastoral Butantã, também neste ministério.

Filho de Dona Vilma de Souza (83) e do Professor e Capitão PM reformado, Souza (89), ambos há mais de 60 anos participando da Pastoral da Catequese, como catequistas e Ministros Extraordinários da Sagrada Comunhão. O Cel Evanilson destacou que ele e seus irmãos cresceram em uma de nossas comunidades, dentro do ministério de música, o qual ao lado da esposa Ana Beatriz, nunca abandonou.

Hoje o Tenente Coronel Evanilson Corrêa de Souza, atual comandante do 11ºBPM/M da Polícia Militar de São Paulo é o responsável pela segurança Pública da Região que compreende desde a região dos Jardins e Bela Vista até a Mooca. O “Coronel Souza”, como é chamado, ressaltou um pouco das muitas missões e ações da Instituição Paulista que por anos pouco afloraram nos tradicionais meios de comunicação de massa, mas que nos dias atuais são reconhecidas pela população por meio das mídias sociais.

Explicou que normalmente, em muitas comunidades os Policiais Militares que atuam no policiamento ostensivo são chamados para coibir ocorrências de perturbação do sossego provenientes de Bailes Funk (pancadão), denúncias de tráficos de drogas, violência doméstica e ações de repressão ao crime e manutenção da ordem pública, mas nestes mesmos locais a polícia atende diversos chamados de cunho social, sejam para socorros a idosos, acidentes domésticos, partos, que seriam comuns ao atendimento por outros órgãos de serviço público.

Cel Evanilson destacou que no último dia 14abril, no Jardim Santo André, extremo Leste da Capital, em meio à turbulência do aumento de casos do Coronavírus em São Paulo, policias militares realizaram o parto de uma

menininha no chão do quintal de uma das casas de habitação coletiva do bairro. Sem tempo nem meios para socorrerem, os vizinhos ligaram para 190 e em poucos minutos chegou uma viatura da 1ª Companhia do 38º BPM/M com os Soldados Novaes e Pâmela. Não havendo mais tempo para transportar a mulher que estava entrando em trabalho de parto ali, sozinha, a Soldado Pâmela fez a condução do parto da menina. A mãe Rosenique Moneus Antilus, uma Imigrante Haitiana que mal falava português deu a Luz a uma menina pelas mãos da policial.

As lindas imagens e vídeos do nascimento da menininha viralizaram nas redes sociais.

No dia 12abril, domingo de Páscoa, foi registrada uma ação na Comunidade Sapé, Z. Oeste de São Paulo que também tomou vulto nas redes. Após mobilizarem empresários e instituições parceiras da região, policiais militares da 3ª Companhia do 23º Batalhão, Comandada pelo Capitão Vicente, no Butantã promoveram uma distribuição de ovos de páscoa para crianças e cestas básicas para as famílias que não tem muitas opções de isolamento e renda diante da tão necessária quarentena. Equipados com luvas e máscaras de proteção contra o COVID19, sob a liderança do Sargento Fantini, os policiais, numa ação solidária e de proteção à vida orientavam quanto às formas e à importância de protegerem-se da contaminação do novo coronavírus.

A intensão neste caso foi reforçar que a Polícia não chega somente para restabelecer a ordem por conta de pancadões e outras ocorrências de caráter criminal, mas para promover integração, solidariedade, afeto e bem estar, pois muitas vezes a comunidade conta somente com a mão estendida da Polícia Militar.

Mudanças na rotina dos quartéis.

Perguntado ao Coronel sobre quais mudanças ocorreram na rotina no quartel, destacou que os procedimentos adotados durante esta quarentena em virtude do (COVID 19). Inicialmente podemos dizer que todo policial militar é um profissional de linha de frente no enfrentamento da pandemia provocada pela COVID19, o Coronavírus, pois atua obrigatoriamente e diretamente em contato com a população, seja para orientar, socorrer ou agir em repressão aos agressores da sociedade e infratores da lei, na segurança pública do Estado, atendendo às demandas e adaptações às rotinas de toda a Sociedade.

Quanto às mudanças no interior dos quartéis, informou que os policiais de atividades administrativas, que trabalham na maior parte do tempo em horário de expediente, em atividades burocráticas foram divididos em equipes, cujos turnos acompanham os colegas que trabalham diretamente nas ruas, no serviço operacional do policiamento ostensivo.

Esta postura foi adotada com o objetivo de prover efetivo de reserva na hipótese de substituições de policiais, que por ventura venham a sofrer baixas pela suspeita ou contaminação por COVID19, uma vez que são profissionais de alta exposição por estarem em contato constante com a população.

A estratégia adotada pelo comando da Instituição não indica que os policiais do serviço administrativo tenham menor chance de contaminação, mas sim uma tomada de atitude preventiva porque o policiamento ostensivo funciona 24hs e não para nunca, em hipótese alguma. Este é a razão de dividir a tropa de reserva em equipes diferentes, para que reduzamos a possibilidade de contaminação entre as equipes.

Mudança na rotina das ruas.

O que a PM mudou nos procedimentos de abordagem em virtude do Coronavírus? Qual a atuação na condução de presos e no patrulhamento? Há obrigatoriedade do uso de máscaras, luvas, álcool gel e higienização das viaturas?

A primeira preocupação do Comandande Geral da Polícia Militar é assegurar que seus mais de 90 mil mulheres e homens que trabalham diuturnamente para a sociedade estejam física e mentalmente sãos para bem atender a população, um olhar humano para o policial. A pandemia é mundial e não seleciona cor, sexo, condição social, tampouco religião. Os mais velhos e pessoas com doenças de base são mais suscetíveis a desenvolver os sintomas e para os policiais, nestas condições dispensou-se especial atenção, promovendo-se até afastamentos compulsórios, mas já testemunhamos pessoas aparentemente saudáveis sucumbirem diante da contaminação do coronavírus. Isto, infelizmente aconteceu, inclusive com policiais militares.

A estratégia de comando para manter a higidez da tropa tem sido desde o início oferecer muita informação aos policiais e buscar da maneira mais rápida, eficiente e legal a aquisição de EPI (Equipamentos de Proteção Individual). No início, como em todo o país houve escassez de produtos utilizados na proteção individual e desinfecção. Os preços abusivos e a falta de insumos no mercado mostrou uma fase difícil de ser encarada. Mesmo assim, aqui no nosso batalhão, como em outras Unidades da PM a solidariedade e integração social, frutos do policiamento comunitário, imperaram e conseguimos doações vindas de parceiros diversos, que colaboraram com o fornecimento de ácoolgel, máscaras de proteção e luvas, além de produtos e equipamentos para desinfecção das viaturas. Tudo foi sendo usado até que as aquisições em grande escala fossem feitas pelas Diretorias de Logística e de Finanças da Policia Militar, permitindo que TODO policial tivesse o EPI-COVID19 contendo Luvas, máscaras e álcool gel.

O Comando da PM elaborou uma edição emergencial dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP) específico para a pandemia. O POP “Atuação Policial-Militar em face do novo coronavírus” contempla entre outras orientações, atendimento ao público, higiene e proteção pessoal no serviço e nas trocas de turnos de serviço. Assim, as abordagens são feitas com máscaras e luvas, havendo tanto nas viaturas quanto com os próprios policias um Kit Pessoal do EPI-COVID19, que são utilizados tanto nas abordagens como conduções de presos e socorro às pessoas, além de borrifadores para aplicação de solução desinfetante à base de água e cloro no interior das radiopatrulhas.


Nossos policiais precisam estar protegidos, proteger os cidadãos que atendem, assim como aos seus entes, ao chegarem às suas casas.

Na fiscalização dos estabelecimentos comerciais abertos contrariando a determinação do fechamento?

O decreto 64.881 estabeleceu no estado de São Paulo, inicialmente, quais seriam os serviços essenciais de funcionamento permitido para enfrentarmos a quarentena por meio do distanciamento social. Coube à PM atender e fazer cumprir o que está previsto na norma. Apesar de haverem algumas divergências, a grande maioria dos proprietários dos estabelecimentos acatou as normas da quarentena e não houve dificuldade em realizar fiscalização naquilo que está na esfera de competência da Polícia Militar. No geral, os comerciantes foram muito atenciosos e compreensivos, apesar de demonstrarem evidente preocupação com a economia, porém entendendo as necessidades sociais e o papel primordial da polícia neste contexto, uma vez que mais uma vez o policiamento comunitário reinante na região estabelece uma ponte de cooperação social e humanitária. Este fenômeno se repetiu também com quase todas as igrejas e templos da região.

Qual o trabalho realizado em relação à Vizinhança Solidária e a integração social com a comunidade?

Quanto aos núcleos dos Programas de Vizinhança Solidária (PVS), os resultados foram muito além do esperado. A partir do momento em que os núcleos de vizinhança solidária são criados, forma-se na comunidade uma rede de atenção e solidariedade. Na área de nosso comando os PVS fomentam a preocupação com o próximo e mostram que os problemas nos lares são comuns, as soluções são semelhantes e muitas vezes coletivas. Desta forma basta que o policial que atende àquele núcleo envie uma mensagem (whatsapp) de alerta e orientação quanto aos procedimentos durante a pandemia, seja de prevenção à saúde ou segurança e toda a rede multiplica a informação de forma solidária. Mas como dissemos, os resultados foram além, pois as redes de solidariedade formaram grupos de apoio aos vulneráveis do COVID19 e os integrantes dos grupos de risco passaram a ser assistidos pelos

vizinhos solidários na compra de alimentos, limpeza, itens de segurança recepção em portarias de condomínios e até cuidar de filhos e netos. Simplesmente fantástico. Foi assim também que muitas redes de coleta e distribuição de alimentos organizados pelas igrejas, quartéis e ONGs foram em parte difundidas e fortalecidas. Vide as paróquias de Santo Antônio de Pádua, Santo Alberto Magno e aqui, na área do 11º Batalhão, a Achiropita e outras comunidades. Os donativos e colaborações comunitária vêm de todos os lados. “Bastaram dois pães e dois peixes”.

A missão de SERVIR E PROTEGER, da Polícia Militar sempre foi defesa da vida e agora, no meio de toda a tensão gerada no meio do campo de batalha contra o coronavírus a missão, mais do que nunca se mostra HUMANITÁRIA, destacando o que ela faz de melhor todos os dias: SALVAR VIDAS!

Ten Cel Souza deixa uma mensagem: conte com a polícia militar porque às vezes pode chegar um policial com cara de bravo e carrancudo, mas se você precisar ele não vai te abandonar, afinal ele não pode ficar em casa, ele sai para trabalhar com chuva, frio, greve, rebeliões e até mesmo contra esse inimigo invisível, para proteger a todos. A PM é do povo.